Tumulto entre israelenses e palestinos fere centenas na Esplanada das Mesquitas em Israel
Segundo testemunhas, a confusão começou por volta das 4h desta sexta-feira (15) após um grupo de palestinos jogar pedras em policiais israelenses, que revidaram com tiros de bala de borracha e granadas nos manifestantes. De acordo com o Crescente Vermelho palestino, há dezenas de feridos e mais de cem pessoas foram hospitalizadas.
Segundo a polícia israelense, dezenas de jovens encapuzados, alguns carregando bandeiras do movimento islâmico Hamas, "ensaiaram uma procissão" e lançaram pedras na direção do Muro das Lamentações, considerado um dos locais mais importantes na tradição judaica. Este é o primeiro tumulto registrado no local desde o início do ramadã, o jejum muçulmano em 2 de abril. Neste final de semana, as autoridades também temem novos conflitos, marcados pela celebração da Páscoa cristã e judaica, a Pessach.
"Pelo menos 117 pessoas foram transferidas para hospitais de Jerusalém e dezenas de outras atendidas no local", disse um responsável do Crescente Vermelho. Jerusalém, ocupada desde 1967, está no centro do conflito entre Israel e os palestinos, que exigem que a cidade se torne sua capital nas negociações, que permanecem sem avanços, sobre a criação de um futuro Estado. Segundo a polícia israelense, três soldados ficaram feridos. A situação voltou ao normal pela manhã.
"Não temos interesse algum que o Monte do Templo se torne centro de tanta violência. isso prejudicaria os muçulmanos e os judeus", disse o ministro israelense da Segurança Pública, Omer Bar-Lev. A Jordânia administra a Esplanada das Mesquitas, onde está situada a mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha, mas o acesso aos locais é controlado por Israel.
Pouco antes do início do ramadã, os responsáveis israelenses e jordanianos voltaram a discutir para garantir a liberdade de culto e a segurança do local, na tentativa de evitar novos confrontos. A Esplanada das Mesquitas é palco de diversos confrontos entre policiais israelenses e manifestantes palestinos. Durante o ramadã de 2021, as diversas manifestações noturnas se transformaram em 11 dias de guerra entre o movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e Israel.
De Tel-Aviv à Cisjordânia
A violência vem crescendo nas últimas semanas na região. Desde 22 de março, o território israelense já foi atingido por quatro ataques - os dois primeiros foram perpetados pelo Grupo Estado Islâmico. Os três autores do atentado foram mortos pelas forças israelenses. Outros dois ataques ocorreram na região de Tel-Aviv e envolveram palestinos do setor de Jenin, na Cisjordânia.
Três palestinos também morreram nesta quinta-feira (14) na Cisjordânia, onde Israel vem realizando "operações antiterroristas" há uma semana, após uma série de ataques sangrentos no coração de Tel Aviv. O exército israelense lançou, no último sábado, uma ampla ofensiva na Cisjordânia para cercar os suspeitos vinculados a quatro ataques anti-israelenses, que deixam 14 mortos desde 22 de março.
As forças israelenses indicaram que continuam as "operações de contraterrorismo" na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. Nesta quinta-feira (14), o país anunciou o fechamento das passagens na fronteira que separam Israel da Cisjordânia ocupada e da Faixa de Gaza, a partir da sexta-feira. O fechamento é efetivo durante duas noites, as primeiras da Páscoa judaica, e poderia se prolongar até o final dos oito dias da celebração.
*Com AFP
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