Itamaraty lança em setembro Instituto Guimarães Rosa, vitrine da língua portuguesa e da cultura brasileira no exterior
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil criou o Instituto Guimarães Rosa, uma organização que terá como missão a promoção da língua portuguesa e a difusão da cultura brasileira no exterior. Já instituído por decreto em abril, a entidade terá sua marca e seu lançamento divulgados em setembro, como parte das comemorações dos 200 anos de independência do Brasil.
A nova organização, com sede em Brasília, terá como modelo de atuação estruturas internacionais já existentes, como o português Instituto Camões e o alemão Instituto Goethe.
"O instituto é vinculado ao ministério das Relações Exteriores e tem a missão de promover a cultura e a língua portuguesa de vertente brasileira pelo mundo", resume Daniella Araújo, conselheira do setor cultural da embaixada da França no Brasil. "Por ocasião das comemorações do dia 7 de setembro, isso vai se tornar mais público, com o anúncio de definição de marca, imagem e tudo", completa.
Criado junto da reestruturação do Ministério das Relações Exteriores, em abril de 2022, o Instituto Guimarães Rosa já tem uma diretora designada, a diplomata Paula Alves de Souza.
Aos poucos, os 24 centros culturais brasileiros no exterior devem ser rebatizados com o nome do instituto que homenageia o expoente da literatura brasileira, que também foi diplomata.
Com isso, explica Araújo, o instituto terá maior autonomia na utilização de recursos e possibilitará uma ação mais específica na promoção da imagem da cultura brasileira e da lusofonia, "sem que isso se dilua no corpo do Ministério das Relações Exteriores", pontua.
Um plano antigo
O decreto de criação do Instituto Guimarães Rosa concretiza finalmente um plano já anunciado em 2019 pelo então chanceler brasileiro Ernesto Araújo.
À época, o Itamaraty chegou a anunciar que algumas das sedes do instituto ficariam em cidades como Nova York, Tel Aviv, Luanda e Lima. No entanto, não há ainda um calendário para essa transformação.
Após sua criação em abril, o ministério passou a divulgar um edital de apoio para a tradução de obras de literatura brasileira por editoras estrangeiras como ação no âmbito do novo instituto. O edital, feito pela Fundação Biblioteca Nacional, está aberto para inscrições até outubro e só deve ter seus repasses efetivados a partir de 2023.
Português como língua para o mundo
Apesar de o português ser o principal idioma de cerca de 250 milhões de pessoas, a língua é ainda pouco procurada como segundo idioma (entre 15 e 20 milhões de falantes), muito atrás do alemão, por exemplo.
Na terça (10), foi realizado um evento sobre o espaço do português na diplomacia francesa em uma escola pública de ensino médio nos arredores de Paris, o Lycée International de l'Est Parisien.
Diante de uma plateia formada por adolescentes que aprendem a vertente brasileira como principal língua estrangeira, o português foi apresentado como idioma policêntrico por estar presente em países dos cinco continentes, mas com destaque para a relevância do Brasil aos olhos das relações internacionais francesas.
"O Brasil é um ator maior na América Latina, pelo seu tamanho, sua população, sua economia. Mas também pela liderança que manteve historicamente em relação aos países vizinhos e pela influência que tem em outros países, notadamente do sul global. E conhecer melhor esse país é interessante para diversos tipos de relações", afirmou o secretário-geral da presidência Francesa no Conselho da União Europeia, Xavier Lapeyre de Cabanes.
A despeito do interesse político e econômico, o conhecimento geral sobre o Brasil na França ainda é escasso e permeado por clichês, sublinhou Thibault Lespagnol, representante da Agência Francesa de Desenvolvimento, que foi porta-voz da embaixada francesa em Brasília.
O novo instituto criado pelo Itamaraty deve permitir um avanço na publicidade da cultura brasileira e do Brasil pelo mundo, assim como ampliar o interesse pelo país. "Espero que este seja o primeiro momento de algo que vai se desdobrar em frutos muito benéficos", salientou Daniella Araújo.
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