Afeganistão: ONU teme epidemia de cólera entre sobreviventes de terremoto no sudeste do país
Após o terremoto que matou mais de 1.000 pessoas no sudeste do Afeganistão na madrugada de quarta-feira (22), os sobreviventes tentam se organizar, apesar da desolação. Enquanto a ajuda humanitária chega aos poucos, a ONU teme que uma epidemia de cólera irrompa na área.
Sonia Ghezali, enviada especial da RFI à província de Paktika
Os que sobreviveram estão vivendo em barracas do lado de fora de suas casas danificadas ou destruídas. Os tremores secundários continuam abalando a região, como os da manhã desta segunda-feira, no distrito de Gayan, na província de Paktika, o mais afetado.
Khunabas Khan perdeu treze membros de sua família no terremoto na vila de Bariam Kheil. A família numerosa morava em uma grande construção de barro, que se transformou em uma pilha de ruínas. O jovem passa por cima dos destroços que cobrem o chão, aponta para os vestígios do que eram quartos. Entre os escombros estão uma sandália de criança e uma cabeceira de ferro.
"Três pessoas estavam dormindo aqui. Estão todas mortas. E naquele quarto, meu tio dormia com seus quatro filhos. Ele sobreviveu, mas todos os seus filhos morreram", conta Khan.
Cheiro de morte no ar
A família possuía cerca de 80 cabeças de gado: apenas uma vaca sobreviveu. "O cheiro que paira no ar é o de todos os animais que tínhamos, só que agora sob os escombros", relata.
O cheiro é pestilento. Os sobreviventes vivem a poucos metros de distância, ao ar livre, de forma improvisada.
Em uma aldeia vizinha, o médico Mohammad Azam Amiri faz sua ronda, preocupado com as condições sanitárias deploráveis: "As condições higiênicas são horríveis ??e a água está contaminada. Visitamos as casas onde foram relatados casos de diarreia. A história é verificada para descobrir se é simples diarreia ou cólera. »
Já foram notificados meio milhão de casos de diarreia aguda, números que levantam temores do início de uma possível epidemia de cólera na região.
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