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Suspeita de matar menina achada em caixa de plástico em Paris é indiciada

Mensagens de apoio foram deixadas na frente do prédio em que criança morava em Paris: "Descanse em paz, Lola, coragem para a família" - STRINGER/AFP
Mensagens de apoio foram deixadas na frente do prédio em que criança morava em Paris: 'Descanse em paz, Lola, coragem para a família' Imagem: STRINGER/AFP

17/10/2022 16h06

A principal suspeita pela morte de Lola, uma menina de 12 anos cujo corpo foi encontrado dentro de uma caixa de plástico em um bairro no noroeste da capital francesa neste fim de semana, foi indiciada nesta segunda-feira (17). Ao ser detida no sábado, a mulher de 24 anos, vista com a adolescente pouco antes de seu desaparecimento, chegou a confessar o crime, antes de mudar sua versão dos fatos. Ela é acusada de "assassinato cometido com atos de tortura".

Lola desapareceu quando voltava da escola na tarde de sexta-feira (14). Seu pai, que é zelador do prédio onde mora a família, viu pelas câmeras de segurança o momento em que a filha chegou no imóvel e identificou uma mulher desconhecida entrando do local ao mesmo tempo. A menina nunca chegou até seu apartamento.

Às 23h (18h pelo horário de Brasília), uma pessoa em situação de rua chamou a polícia após ter descoberto o corpo da menina em uma caixa de plástico opaca no pátio interno de um prédio no mesmo bairro. O cadáver estava envolvido por tecidos, com números desenhados em corpo. Segundo a polícia, a autopsia realizada no sábado indicou que ela teria morrido asfixiada e há indícios de tortura.

Além das imagens das câmeras de segurança, várias testemunhas afirmaram ter visto a mulher nas ruas do bairro pedindo ajuda aos passantes para carregar uma grande caixa de plástico. Em seguida, ela entrou em um carro de aplicativo, o que ajudou a polícia a localizá-la.

A suspeita foi detida junto com sua irmã e dois homens que viviam em um mesmo apartamento na cidade de Bois-Colombes, na periferia de Paris. Dois outros homens, entre eles o homem em situação de rua que encontrou o corpo da vítima, chegaram a ser presos para averiguação, mas foram soltos rapidamente.

As autoridades indicaram que, durante o depoimento, a mulher deu sinais de transtornos psicológicos. Ela confessou rapidamente o crime, dando uma série de detalhes à polícia, antes de mudar seu testemunho e se dizer inocente. O Ministério Público pediu a detenção provisória da principal suspeita.

Ela é argelina e, segundo as primeiras informações da imprensa local, estaria vivendo na França ilegalmente. A notícia da morte da menina e a informação da nacionalidade da suposta autora do assassinato suscitaram comentários de postagens de cunho racista nas redes sociais.

No domingo, o partido Reconquista, legenda criada pelo ex-candidato de extrema direita à presidência francesa Eric Zemmour, postou em sua conta no Twitter uma mensagem frisando que "as quatro pessoas detidas suspeitas do assassinato da pequena Lola, 12 anos, encontrada com a garganta cortada e presa em um baú de plástico no 19° distrito de Paris, são todos de nacionalidade argelina".