Ondas de calor na Europa deixaram ao menos 15 mil mortos em 2022, diz OMS
As mortes de pelo menos 15 mil pessoas na Europa estão diretamente relacionadas às sucessivas ondas de calor que atingiram o Velho Continente em 2022. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (7) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em um comunicado, Hans Kluge, diretor do escritório europeu da OMS, indicou que esse número ainda "pode aumentar". No relatório, a OMS aponta para 4,5 mil mortos na Alemanha, cerca de 4 mil na Espanha, mais de 3,2 mil no Reino Unido e mil em Portugal.
A OMS também salientou que o Instituto Nacional da Estatística e dos Estudos Econômicos (Insee) da França registrou uma taxa de excesso de mortalidade de 11 mil pessoas durante o verão deste ano no Hemisfério Norte. Para o órgão, o número é "provavelmente" explicado pelo forte calor registrado em junho e julho na França.
Recorde de calor
O verão de 2022 foi o mais quente já registrado na Europa, provocando sucessivos recordes de calor e incêndios gigantescos. A situação, no entanto, não é nova: segundo a OMS, as temperaturas extremas são responsáveis por 148 mil mortes nos últimos 50 anos. O ano de 2022 representaria 10% desse total.
"As mudanças climáticas já estão nos matando, mas uma ação forte hoje pode evitar mais mortos", sublinha a OMS.
Segundo um relatório da ONU publicado na semana passada, em todo o mundo, a Europa é a região que se aquece mais rapidamente. As temperaturas no Velho Continente registram um aumento duas vezes superior à média planetária nos últimos 30 anos, diz o documento.
Saúde na COP 27
O balanço é divulgado durante a realização da 27ª Conferência do Clima (COP 27), em Sharm el-Sheikh, no Egito. Na abertura do evento, no domingo (6), a OMS já havia defendido que a saúde deve estar na dianteira das negociações.
"As mudanças climáticas estão deixando milhões de pessoas doentes ou mais vulneráveis a doenças em todo o mundo e o aumento da destruição causada pelas temperaturas extremas afeta de forma desproporcional as comunidades pobres e marginalizadas", afirmou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "É crucial que líderes e pessoas que tomam decisões se unam na COP 27 para colocar a saúde no coração das negociações", reiterou.
(Com informações da AFP)
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