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Ondas de calor na Europa deixaram ao menos 15 mil mortos em 2022, diz OMS

Chamas cercam bombeiro em combate a incêndio no norte de Portugal  - Patricia De Melo MOREIRA / AFP
Chamas cercam bombeiro em combate a incêndio no norte de Portugal Imagem: Patricia De Melo MOREIRA / AFP

07/11/2022 15h45Atualizada em 07/11/2022 18h23

As mortes de pelo menos 15 mil pessoas na Europa estão diretamente relacionadas às sucessivas ondas de calor que atingiram o Velho Continente em 2022. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (7) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em um comunicado, Hans Kluge, diretor do escritório europeu da OMS, indicou que esse número ainda "pode aumentar". No relatório, a OMS aponta para 4,5 mil mortos na Alemanha, cerca de 4 mil na Espanha, mais de 3,2 mil no Reino Unido e mil em Portugal.

A OMS também salientou que o Instituto Nacional da Estatística e dos Estudos Econômicos (Insee) da França registrou uma taxa de excesso de mortalidade de 11 mil pessoas durante o verão deste ano no Hemisfério Norte. Para o órgão, o número é "provavelmente" explicado pelo forte calor registrado em junho e julho na França.

Recorde de calor

O verão de 2022 foi o mais quente já registrado na Europa, provocando sucessivos recordes de calor e incêndios gigantescos. A situação, no entanto, não é nova: segundo a OMS, as temperaturas extremas são responsáveis por 148 mil mortes nos últimos 50 anos. O ano de 2022 representaria 10% desse total.

"As mudanças climáticas já estão nos matando, mas uma ação forte hoje pode evitar mais mortos", sublinha a OMS.

Segundo um relatório da ONU publicado na semana passada, em todo o mundo, a Europa é a região que se aquece mais rapidamente. As temperaturas no Velho Continente registram um aumento duas vezes superior à média planetária nos últimos 30 anos, diz o documento.

Saúde na COP 27

O balanço é divulgado durante a realização da 27ª Conferência do Clima (COP 27), em Sharm el-Sheikh, no Egito. Na abertura do evento, no domingo (6), a OMS já havia defendido que a saúde deve estar na dianteira das negociações.

"As mudanças climáticas estão deixando milhões de pessoas doentes ou mais vulneráveis a doenças em todo o mundo e o aumento da destruição causada pelas temperaturas extremas afeta de forma desproporcional as comunidades pobres e marginalizadas", afirmou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "É crucial que líderes e pessoas que tomam decisões se unam na COP 27 para colocar a saúde no coração das negociações", reiterou.

(Com informações da AFP)