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Grammy 2023: Beyoncé é a mais premiada da história; Boca Livre leva estatueta para o Brasil

06/02/2023 06h26

Aconteceu neste domingo (5) em Los Angeles a 65a edição do Grammy, a grande premiação da música. A noite foi histórica, com recordes e até com a presença da primeira dama americana.

Cleide Klock, correspondente da RFI em Los Angeles

Beyoncé fez história, mas ao mesmo tempo foi esnobada. A cantora agora é a pessoa que mais coleciona estatuetas do Grammy nos 65 anos da premiação. São 32 no total, quatro recebidos neste último domingo. O recorde é dela, já que ultrapassou o maestro Georg Solti, que detinha o título com 31 gramofones dourados.

Ela levou quatro prêmios nesta noite, nas categorias de Melhor Álbum e Melhor Gravação dance/eletrônica, além de Melhor Performance Tradicional e Melhor música de R&B.

Beyoncé chegou à 65ª edição do Grammy com nove indicações, sendo a artista com o maior número delas na premiação deste ano. Ela ao todo também acumula 88 indicações, é a mulher com o maior número delas na história, empatada com o marido, Jay-Z.

Mas, o prêmio principal escapou da mão da cantora, quem ganhou Melhor Álbum foi Harry Styles, com Harris's House.

Beyoncé, apesar de colecionar essas três dezenas de estatuetas, nunca ganhou como Melhor Álbum, o que fez essa que parecia ser a grande noite da estrela e a consagração da carreira da cantora ter um gosto um tanto amargo.

Entre os outros vencedores da noite estão ainda: Melhor Álbum de Rap - Kendrick Lamar - Mr. Morale & the Big Steppers; Melhor Álbum Pop Vocal

também para Harry Styles com "Harry's House"; Melhor Performance Solo Pop para Adele com "Easy on Me", e Lizzo com a Melhor Gravação do Ano.

Mais história

Outra mulher, Viola Davis, também entrou para a história. Ela é agora a terceira mulher negra a entrar para o seleto grupo, conhecido como EGOT, de artistas que já receberam as quatro principais premiações americanas que celebram a televisão, a música, o cinema e o teatro, com estatuetas do Emmy, Grammy, Oscar e Tony Awards.

Viola recebeu o gramofone dourado na categoria de Melhor Gravação de Audiolivro, Narração e Storytelling pela obra, com a autobiografia dela, "Finding Me".

Dezoito artistas têm este título mas, antes de Viola, as únicas mulheres negras que conseguiram o feito foram Jennifer Hudson e Whoopi Goldberg.

Outra novidade da noite foi que a primeira dama americana, Jill Biden, premiou com um Grammy o músico iraniano Shervin Hajipour. Esta foi a primeira vez que a Academia dedica um prêmio a Melhor Música por uma Causa Social. "Baraye" se tornou um hino nas manifestações pelos direitos das mulheres no Irã, nos últimos meses.

Brasileiros no Grammy

E não foi desta vez que Anitta levou o Grammy para casa. Ela concorria na categoria de Artista Revelação, e quem levou foi Samara Joy, uma cantora americana de jazz de 23 anos.

A última vez que o Brasil apareceu nessa categoria foi em 1976, com Morris Albert. Antes, os brasileiros que concorreram foram, em 1974, Eumir Deodato e Astrud Gilberto e Tom Jobim, em 1965. Mas nunca um brasileiro venceu nesta categoria.

Anitta era apontada por alguns meios de comunicação americano como favorita, mas não era unanimidade com uma categoria cheia de nomes importantes. Apesar de não ser uma novata, Anitta esteve muito presente na cena musical dos Estados Unidos, cantou no famoso festival Coachella, na Califórnia, gravou músicas em inglês e fez conexões na indústria fonográfica mais importante do planeta.

Erasmo Carlos e Gal Costa foram homenageados no segmento que celebra os grandes nomes da música que nos deixaram no último ano.

Durante toda a tarde, aconteceu também a premiação que tem mais da metade dos prêmios sem serem televisionados, afinal são 91 estatuetas. O grupo Boca Livre, junto com cantor Rubén Blades, ganhou a estatueta de Melhor Álbum Latino de Pop com "Pasieros". O grupo carioca, que começou a carreira no final da década de 1970, não está mais na formação original e se separou em 2021 por divergência política.

A consagrada cantora Flora Purim, de 80 anos, concorria na categoria de "Melhor Álbum Latino de Jazz", com "If You Will". Mas, quem recebeu o prêmio foi "Fandango at the Wall in New York," com o mexicano Arturo O'Farrill e the Afro Latin Jazz Orchestra.