Filho de Baden Powell homenageia obra do pai com concerto único em Paris
Marcel e Philippe Powell são os legítimos herdeiros da tradição musical fundada pelo pai - o icônico Baden Powell (1937-2000), que inaugurou uma nova maneira de tocar violão e compor no auge da Bossa Nova, influenciando e formando gerações de instrumentistas pelo mundo. O violonista Marcel Powell comemora o legado paterno com o show "Só Baden" nesta sexta-feira (21) no jazz club Sunset Sunside, em Paris. Phillippe Powell toca com a norte-americana Melody Gardot na capital francesa, no dia 30.
Marcel e Philippe Powell são os legítimos herdeiros da tradição musical fundada pelo pai - o icônico Baden Powell (1937-2000), que inaugurou uma nova maneira de tocar violão e compor no auge da Bossa Nova, influenciando e formando gerações de instrumentistas pelo mundo. O violonista Marcel Powell comemora o legado paterno com o show "Só Baden" nesta sexta-feira (21) no jazz club Sunset Sunside, em Paris. Phillippe Powell toca com a norte-americana Melody Gardot na capital francesa, no dia 30.
Marcelo Powell, que maneja com virtuosismo o violão de seis cordas, falou sobre o repertório escolhido para essa homenagem. "O repertório que eu vou apresenta nesta sexta-feira (21) é baseado em meu disco, Só Baden, que é um álbum com as releituras das músicas do meu pai, com alguns convidados. Eu gravei esse disco em 2016 e tem algumas participações especialíssimas, dentre elas Hamilton de Holanda, Gilson Peranzzetta e Victor Biglione. Um repertório, enfim, só com releitura das músicas do meu pai, algumas muito conhecidas, outras um pouco menos, como 'Vento Vadio', um samba novo, enfim, é um pouco 'lado B' esse repertório que eu vou apresentar nesse show", define o violonista.
Os músicos são fruto da rica mestiçagem racial e cultural, que caracteriza a linhagem dos Powell. "É um pouco paradoxal, né?", considera o pianista Philippe. "No meu caso, eu tendo nascido na França e passado os 10 primeiros anos da minha vida na Europa, tive todo um processo inicial de socialização, de alfabetização e tomada de contato com a cultura musical que foi pelo âmbito europeu", sublinha o artista.
"Então, a minha única ligação e meu único contato com a música brasileira se fazia dentro de casa através do meu pai, através dos discos que a gente ouvia. Evidentemente, mais tarde eu acabei entendendo que aquilo vinha antes, enfim, da minha presença na Europa. E a iniciação musical se deu também dentro do âmbito europeu, na medida em que eu escolhi um instrumento que é mais popular na Europa do que no Brasil. Eu comecei estudando música erudita", conta. "Acho que no caso do Marcelo, não é igual, como ele já herdou o violão. Apesar dele ter nascido aqui e morado na Alemanha também, optou por viver no Brasil. Talvez a música brasileira tenha um lugar, talvez mais importante, dentro da prática dele", explica Philippe.
O legado
Sobre o fato de desenvolverem uma carreira musical que herda o famoso sobrenome, Philippe acredita que seja "um privilégio, uma sorte, porque isso não foi uma escolha nossa. Essa coisa de nascer em uma família de músicos. Meu bisavô era músico, o meu avô era músico. Nossos primos são músicos, então a gente nasceu numa família de músicos. Crescemos num ambiente musical. O padrinho de batismo do Marcelo é um compositor chamado Billy Blanco, o meu padrinho de batismo é Paulo César Pinheiro, um compositor de samba. Minha madrinha de batismo era Clara Nunes, Elizeth Cardoso", lembra. "É um privilégio a gente poder ter crescido dentro desse ambiente", conclui o artista, que se apresenta com a musa norte-americana Melody Gardot no dia 30 de abril, em Paris, seguindo depois para uma turnê internacional.
"A princípio não deveria existir isso, eu acho, mas pode acontecer uma comparação da cabeça das pessoas. Isso atrapalharia se não tivesse uma convicção profunda, se a gente sentisse algum tipo de insegurança em relação a isso, o que não é o caso", completa Marcel. Sobre o legado de Baden Powell hoje no universo musical global, Philippe ressalta seus seguidores e admiradores. "Que foram se reproduzindo, que foram transmitindo uns aos outros, de geração em geração. Então tem essa admiração, esse interesse, essa pesquisa", destaca.
Marcel apresentará também, durante a homenagem ao pai dessa sexta-feira (21), músicas de seu recente CD, Pro Tião. "Esse aqui é o meu CD mais recente, que eu gravei com o Gilson Peranzzetta, um grande pianista, maestro, arranjador e compositor. Fizemos esse disco, que é uma homenagem ao grande Sebastião Tapajós, que eu considero também, digamos assim, como filho do meu pai. Embora fosse da mesma geração que ele, Tapajós era um violonista que se deixava influenciar", conta o violonista que protagoniza o concerto "Só Baden", em homenagem ao pai.
"Infelizmente, o Sebastião faleceu há pouco tempo, e eu já vinha desenvolvendo um trabalho com o Gilson. Aí fizemos esse disco, dando o nome de Pro Tião, que é o nome de uma das faixas. Na verdade, é uma composição minha com o Gilson, em homenagem ao Sebastião", comentou.
Confira abaixo o serviço para o concerto único "Só Baden", em homenagem a Baden Powell, em Paris.
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