No Japão para G7, Zelensky se encontra com aliados e líderes de potências emergentes não alinhadas
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desembarcou em Hiroshima (oeste do Japão) neste sábado para participar da cúpula do G7. Na véspera, em decisão "histórica", os Estados Unidos anunciaram que autorizavam futuras entregas de aeronaves de combate a Kiev. No Japão, o chefe de estado se encontra com seus principais aliados, mas também com líderes de potências não alinhadas.
Zelensky chegou a Hiroshima por volta das 15h30, hora local, a bordo de um avião da França. "Reuniões importantes com aliados e parceiros da Ucrânia. Segurança e cooperação reforçada para nossa vitória. A paz vai ficar mais próxima hoje", az, tuitou poucos minutos após sua chegada ao Japão o presidente ucraniano, que deve participar de reuniões com os líderes do G7 e outros países convidados para a cúpula, no domingo (21).
Zelensky chegou da Arábia Saudita, onde defendeu o caso da Ucrânia na cúpula da Liga Árabe na sexta-feira (19), para "certos" países que ele diz estarem "fechando os olhos" para a invasão russa de seu país.
Na cidade japonesa, devastada por uma bomba atômica americana em 1945, o chefe de Estado ucraniano, se encontra com seus principais aliados, mas também com grandes potências emergentes não alinhadas como o Brasil e sobretudo a Índia, que tem laços militares estreitos com a Rússia e se recusou a condenar a invasão da Ucrânia.
O "melhor porta-voz" da causa da Ucrânia "é o próprio presidente ucraniano", estimou uma fonte diplomática francesa. Paris forneceu um avião francês para transportar Zelensly para a Arábia Saudita e depois para o Japão.
Decisão "histórica"
Joe Biden "mal pode esperar" para "encontrar-se frente a frente" com o presidente ucraniano às margens da cúpula, de acordo com o conselheiro de segurança nacional americano, Jake Sullivan, no sábado. Eles discutirão "a implementação prática" da decisão dos Estados Unidos sobre aeronaves de combate.
Reuniões bilaterais de Zelensky com o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e o presidente francês Emmanuel Macron também estão planejadas.
A Casa Branca disse na sexta-feira que Biden superou sua relutância, dizendo que está pronto para permitir que outros países forneçam a Kiev os caças F-16 de fabricação americana que ele deseja. Uma decisão "histórica", segundo o presidente ucraniano.
Jake Sullivan confirmou que Washington agora apoia uma iniciativa conjunta de seus aliados para treinar pilotos ucranianos em F-16. Durante os longos meses de treinamento, os ocidentais decidirão o cronograma de entrega dos aviões, sua quantidade e os países que os fornecerão.
"O Reino Unido trabalhará com os Estados Unidos, Holanda, Bélgica e Dinamarca para fornecer à Ucrânia a capacidade de combate aéreo de que necessita", disse o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, também presente no Japão. Emmanuel Macron disse, na segunda-feira (20), que estava pronto para fornecer treinamento para pilotos ucranianos.
Zelensky reiterou, nos últimos meses, pedidos para a entrega de caças para seus aliados, mas até agora, o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, resistiu a essas demandas, citando o risco de escalada do conflito e dizendo que não era uma prioridade.
Sullivan garantiu que a doutrina americana "não mudou". A entrega das armas "seguiu as exigências do conflito", defendeu.
Ele considera que os F-16 fazem parte do equipamento de que Kiev vai precisar "no futuro" para "poder dissuadir e defender-se de qualquer agressão russa", para além das necessidades imediatas ligadas ao contraterrorismo.
A Casa Branca reiterou a posição dos EUA de que, por meio de sua assistência militar, "os Estados Unidos não facilitam ou apoiam ataques em solo russo".
Na sexta-feira, os líderes da cúpula de Hiroshima já haviam anunciado novas sanções para "privar a Rússia das tecnologias do G7, equipamentos industriais e serviços que apoiam seu empreendimento bélico".
China
Apesar de Zelensky ter se tornado o assunto dominante da cúpula, os líderes do G7 também devem concordar em uma posição comum diante da ascensão do poder econômico, diplomático e militar da China, em um cenário de crescentes tensões entre Washington e Pequim.
"Trabalharemos juntos para garantir que as tentativas de usar as dependências econômicas como arma" estejam "fadadas ao fracasso" e tenham "consequências", disseram os líderes do G7 em comunicado divulgado no sábado, sem, no entanto, citar a China.
Os países do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá) querem diversificar suas cadeias de suprimentos para serem menos dependentes da China e proteger melhor suas tecnologias em nome da "segurança nacional".
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