Ataque de drones em Moscou demonstra vulnerabilidade da capital russa
A Rússia diz ter frustrado um ataque três drones ucranianos em Moscou, poucas horas antes do amanhecer de domingo (30). Não houve vítimas nem feridos, mas o aeroporto internacional Vnukovo foi fechado durante um breve período. O Ministério da Defesa russo também denunciou ataques contra a península da Crimeia, anexada em 2014. Em visita a São Petersburgo, o presidente Vladimir Putin anunciou que 30 novos navios militares serão integrados à Marinha neste ano.
Imagens provenientes de Moscou mostram que o ataque com drones danificou ligeiramente as fachadas de dois prédios de escritórios, que tiveram janelas quebradas e documentos espalhados pelo chão. A capital russa fica a cerca de 500 km da fronteira ucraniana. De acordo com especialistas em defesa, entrevistados por canais de TV franceses, a baixa carga de explosivos dos equipamentos utilizados mostra que o objetivo dos autores era expor, mais uma vez, a vulnerabilidade da capital russa.
O Ministério da Defesa russo denunciou uma "tentativa de ataque terrorista". As operações de guerra em Moscou foram raras durante o primeiro ano do conflito, iniciado em fevereiro de 2022, até à ocorrência de várias incursões de drones em 2023.
Poucas horas depois do incidente na capital, as autoridades militares denunciaram um segundo ataque ucraniano, desta vez contra a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. O sistema de defesa antiaéreo russo teria destruído 16 de 25 drones enviados à península; outros nove foram neutralizados por meio de guerra eletrônica e teriam caído no mar Negro.
Putin anuncia integração de 30 novos navios à frota russa
Em visita a São Petersburgo, sua cidade natal, o presidente Vladimir Putin inspecionou navios de guerra e submarinos nucleares durante uma cerimônia anual da Marinha. Putin anunciou que 30 novos navios militares estão sendo integrados à frota russa neste ano.
Ao todo, 45 navios, submarinos e outras embarcações participaram da demonstração anual de poder da Marinha, que tradicionalmente acontece no Golfo da Finlândia e no rio Neva, em São Petersburgo. Cerca de 3.000 marinheiros desfilaram em terra, segundo o Kremlin, enquanto Putin observou o arsenal russo em uma lancha que percorreu o rio Neva. Ele estava acompanhado pelo ministro da Defesa, Serguei Shoigu, e pelo almirante Nikolai Yevmenov, chefe da Marinha.
Líderes africanos participam de exibição de poder da Marinha
Em um breve discurso, Putin afirmou que a Rússia "executa com confiança as tarefas de grande envergadura de sua política marítima nacional e reforça constantemente o poder da sua Marinha". "Apenas este ano, 30 navios de classes diferentes são acrescentados à frota", destacou o líder do Kremlin. Putin não fez qualquer comentário sobre a guerra que promove no país vizinho, que ele chama de "operação militar especial" na Ucrânia.
Quatro chefes de Estado africanos participaram do evento da Marinha russa em São Petersburgo: Ibrahim Traoré, de Burkina Fasso, Assimi Goïta, do Máli, o congolês Denis Sassou-Nguesso e Isaias Afwerki, da Eritréia. Outros cinco países africanos enviaram representantes, de acordo com o Kremlin. Eles foram convidados para a cerimônia depois de participarem da cúpula Rússia-África, encerrada na sexta-feira (28) na cidade. Durante o encontro, os participantes discutiram o fornecimento de cereais e possíveis conversações de paz para interromper a guerra.
Arábia Saudita sediará encontro sobre guerra na Ucrânia
A Arábia Saudita sediará discussões sobre o conflito em agosto. Serão convidados os países ocidentais, a Ucrânia e os países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, informou o Wall Street Journal (WSJ) na noite de sábado.
A reunião em Jeddah, nos dias 5 e 6 de agosto, reunirá autoridades seniores de 30 países, incluindo Brasil, Índia, Egito, México, Chile e Zâmbia, disse o Wall Street Journal, citando diplomatas envolvidos nas discussões.
A Ucrânia e as autoridades ocidentais esperam que as negociações, das quais a Rússia não participará, resultem em apoio internacional à UE, levem ao apoio internacional para termos de paz que sejam favoráveis à Ucrânia. O jornal acrescenta que o Reino Unido, a África do Sul, a Polônia e a União Europeia já confirmaram sua presença, acrescentando que o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, também deve participar da reunião.
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