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Equador liberta todos os funcionários e agentes penitenciários que eram reféns em prisões do país

Agentes penitenciários que eram mantidos reféns no Equador foram recuperados Imagem: Forças Armadas do Equador - 13.jan.2024/Divulgação

RFI*

14/01/2024 08h48

Todos os 136 reféns que permaneciam presos como reféns pelos detentos amotinados em prisões equatorianas foram libertados na noite de sábado para domingo (14). Imagens divulgadas pela polícia mostraram os guardas, incluindo muitas mulheres, em lágrimas, exaustos e apoiados pelos colegas logo após a sua libertação.

Todos os 136 reféns que permaneciam presos como reféns pelos detentos amotinados em prisões equatorianas foram libertados na noite de sábado para domingo (14). Imagens divulgadas pela polícia mostraram os guardas, incluindo muitas mulheres, em lágrimas, exaustos e apoiados pelos colegas logo após a sua libertação.

A administração penitenciária do Equador declarou, em um comunicado para a imprensa, que "os protocolos de segurança e a ação conjunta da polícia e do Exército nacional permitiram a libertação de todos os reféns que se encontravam detidos em diferentes prisões do país".

O presidente Daniel Noboa felicitou as operações conduzidas por policiais e soldados. "Parabéns pelo trabalho patriótico, profissional e corajoso das Forças Armadas, da Polícia Nacional e do SNAI [o Serviço Nacional de Atendimento Integral para Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores] por obter a libertação dos agentes penitenciários e pessoal administrativo detidos nas prisões de Azuay, Cañar, Esmeraldas, Cotopaxi, Tungurahua, El Oro e Loja", reagiu imediatamente o presidente Noboa na rede X (antigo Twitter).

Segundo a polícia, 46 guardas e um funcionário foram libertados da prisão de Cotopaxi (centro), 13 da prisão de Tungurahua (centro) e outros 15 da prisão de El Oro (sudoeste), onde um funcionário público foi encontrado morto. Eles passam por avaliações médicas.

O SNAI havia indicado que 133 guardas e três funcionários administrativos continuavam como reféns depois da libertação, no sábado, de 41 pessoas (24 guardas e 17 funcionários) em gestões que tiveram a colaboração da Igreja Católica. Outras pessoas já haviam sido liberadas.

Na quinta-feira, a autoridade penitenciária contabilizava 178 reféns.

Uma semana de violência

Durante uma semana, cerca de 20 organizações criminosas espalharam terror no país e particularmente nas prisões. Em vídeos divulgados nas redes sociais, os equatorianos viram os reféns pedir ajuda às autoridades e defender contenção por parte de policiais e militares. Imagens mostraram os reféns ameaçados por prisioneiros armados com facas ou armas de fogo. Pelo menos dois reféns foram executados pelos amotinados, um deles enforcado, de acordo com os vídeos que, apesar da extrema violência, viralizaram nas redes sociais.

O anúncio da fuga, em 7 de janeiro, da penitenciária de Guayaquil (sudoeste) do temido líder da gangue Choneros, o narcotraficante Adolfo Macias, vulgo "Fito", provocou uma onda de motins com tomada de reféns em pelo menos cinco prisões equatorianas, ataques contra forças de segurança e outros atos destinados a semear medo na população. Pelo menos 19 pessoas morreram, de acordo com a última atualização oficial.

A ofensiva dos grupos criminosos foi uma retaliação à política linha-dura do presidente Noboa, que decidiu enfrentar as gangues, muitas delas com conexões com cartéis de tráfico do México e da Colômbia, em um país que até há poucos anos era considerado tranquilo.

Diante da onda de violência, Noboa declarou estado de emergência e ordenou ao Exército que combatesse os criminosos, hoje considerados "terroristas". Mais de 22.400 soldados foram mobilizados, em patrulhas terrestres, aéreas e marítimas, buscas e operações realizadas nas prisões, enquanto foi imposto um toque de recolher.

* Com informações da AFP

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