Agricultores franceses tentam "expulsar" Macron de feira agropecuária e entram em confronto com a polícia

Dezenas de manifestantes invadiram o Salão da Agricultura, a principal feira agropecuária da França, e entraram em confronto com a polícia no sábado (24), em Paris. O presidente francês Emmanuel Macron tinha prevista uma visita e chegou cedo ao local para se reunir com sindicatos de agricultores, sob forte presença policial. A abertura ao público, marcada para as 9h, teve que ser adiada. Os manifestantes eram produtores rurais que afirmavam querer "expulsar" Macron do evento.

A abertura da 60° edição do Salão Internacional da Agricultura da França foi marcada por confusão e tumultos. Quando Emmanuel Macron chegou ao parque de exposições de Paris, por volta das 8h da manhã, no sábado, manifestantes invadiram o local, antes da abertura oficial do evento.

Entre os manifestantes estavam representantes da Coordenação Rural, da Federação Nacional de Sindicatos de Produtores Agrícolas (FNSEA) e dos Jovens Agricultores. Os manifestantes procuraram o presidente nos corredores da exposição agropecuária e entraram em confronto com a polícia que tentou detê-los.

Um importante efetivo policial foi mobilizado dentro do recinto e os manifestantes foram contidos, mas continuaram gritando "Macron demissão" e "A caça ao Macron está aberta!".

Em meio ao clima tenso, muitos jornalistas foram retirados do local

Tradicionalmente o presidente e outros políticos visitam o Salão da Agricultura e conversam com os produtores rurais presentes. A visita à feira costuma ser muito midiatizada e é um momento importante para medir o apoio ao governo. Após meses de protestos dos agricultores, a visita de Macron era muito esperada.  

Reunião improvisada de emergência

Acompanhado por Marc Fesneau, ministro da Agricultura, e Agnès Pannier-Runacher, ministra delegada da mesma pasta, o presidente improvisou uma reunião com agricultores e representantes sindicais, que durou cerca de duas horas. Ele pediu calma para que o salão pudesse abrir formalmente para receber visitantes.

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O chefe de estado também fez um apelo ao apaziguamento. "É um momento de orgulho, de reconhecimento e por isso este espetáculo deve correr bem, com calma, para a agricultura francesa", pediu. "Não responderemos a esta crise agrícola em poucas horas", acrescentou.

Ele comentou as primeiras medidas que serão aplicadas para o setor agrícola, como reconhecer, na lei, a agricultura e a alimentação "como um grande interesse nacional" da França.

Emmanuel Macron também anunciou a realização de uma reunião com "todas as organizações sindicais" dentro de três semanas no Palácio do Eliseu, sede da presidência. "Devemos reconstruir a confiança", insistiu o presidente.

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