Lideranças socialistas lançam campanha para combater extrema direita e 'salvar democracia na Europa'

A elite do socialismo europeu se reuniu em Roma neste sábado (2) para lançar sua campanha para as eleições europeias de 9 de junho, sob o tema "uma Europa democrática, unida e sustentável". O luxemburguês Nicolas Schmit, atual Comissário da UE para Emprego e Direitos Sociais, foi oficialmente indicado como candidato socialista para a Comissão, naquelas que são consideradas "as eleições mais importantes" em décadas "para salvar a democracia na Europa".

 

Membros do Parlamento Europeu, parlamentares, líderes partidários, comissários europeus e chefes de governo socialistas descreveram as eleições como "as mais importantes" em décadas, mais de dois anos após a invasão da Ucrânia pela Rússia e diante da perspectiva de uma onda "conservadora" nas urnas.

Nicolas Schmit, 70 anos, de Luxemburgo, foi indicado como candidato do Partido dos Socialistas Europeus (PES) para a Comissão Europeia. Ele enfrentará Ursula von der Leyen, membro do Partido Popular Europeu (PPE), que é considerada favorita nas eleições de junho, e cuja candidatura pelos conservadores deverá ser confirmada no congresso de seu partido em Bucareste, nos dias 6 e 7 de março.

Nicolas Schmit, que foi aplaudido de pé pelos presentes, falou sobre a coragem dos ucranianos que estão lutando "pela liberdade na Europa" e prometeu o apoio inabalável dos socialistas europeus "contra o regime tirânico do [presidente russo Vladimir] Putin", segundo a correspondente da RFI em Roma, Anne Le Nir.

Ele lamentou a trágica situação em Gaza, reiterando que Israel tem o direito de se defender contra o Hamas, mas que as leis internacionais devem ser respeitadas. Em seguida, ele delineou o conteúdo do "Manifesto Eleitoral" adotado em Roma. Ele abrangeu desde a proteção dos direitos trabalhistas até o Pacto Verde Europeu - "que não deve ser suspenso, considerando os efeitos acelerados das mudanças climáticas" - até uma defesa europeia comum e a luta contra o nacionalismo defendido pela extrema direita, que ele descreveu como "um veneno para a democracia".

Descontentamento dos agricultores estaria beneficiando a extrema direita?

O Partido dos Socialistas Europeus (PSE) é o segundo maior grupo no Parlamento Europeu, atrás do Partido Popular Europeu (PPE). Faltando três meses para as eleições europeias de 9 de junho, os dois principais grupos do Parlamento Europeu estão se organizando para enfrentar a extrema direita, que pode ganhar cadeiras, principalmente aproveitando o descontentamento dos agricultores europeus.

O líder do Partido Socialista francês, Olivier Faure, disse temer que "a extrema direita esteja gradualmente conquistando o eleitorado agrícola com base no fato de que agora há uma contradição entre a questão ecológica e a questão agrícola". 

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"O que devemos lembrar constantemente às pessoas é que o inimigo da agricultura não é a ecologia, mas o liberalismo", disse ele, conclamando os socialistas europeus a "oferecer uma esperança alternativa àquela que a extrema direita parece estar oferecendo hoje".

A líder do Partido Democrático italiano, Elly Schlein, concluiu o congresso com estas palavras: "Devemos ser os maiores inimigos do medo do futuro e os maiores defensores de uma política mais próxima dos vulneráveis".

Ela acrescentou: "Devemos restaurar as missões de resgate no mar [para os migrantes], porque a Europa não foi construída para morrer, mas para dar uma nova esperança", concluiu. 

(Com RFI e AFP)

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