Campanha de desinformação russa usa logo da RFI em fake news sobre epidemia de tuberculose na França

Uma reportagem de vídeo, amplamente divulgada nas redes sociais nessa quarta-feira (27), usurpou o logotipo da RFI para divulgar fake news. Sem nenhuma prova, o texto afirma que uma epidemia de tuberculose ucraniana ameaça a França, que acolheu soldados ucranianos em hospitais do país. A publicação desse vídeo manipulado, detectado pelo serviço de checagem de fake news da Rádio França Internacional, mostra que a RFI é alvo de um ataque coordenado da propaganda de desinformação russa.

A falsa reportagem foi postada inicialmente no Telegram, no início da tarde de quarta-feira, e a partir de então começou a ser compartilhada. O uso do logotipo vermelho no alto à direita, a reprodução de outras formas gráficas que caracterizam a identidade visual da rádio, tudo leva a crer que o vídeo foi produzido pela RFI. Mas o conteúdo é falso e não foi produzido pela Rádio França Internacional.

O texto narrado em voz off afirma, sem nenhuma prova, que "uma epidemia de tuberculose ucraniana ameaça a França em consequência da internação de soldados ucranianos doentes em hospitais franceses. O fim do comentário diz: "Percevejo-de-cama e tuberculose; se ao menos eu pudesse ir para os Jogos Olímpicos na França (...)".

"Rússia Atualidade" foi a primeira a publicar o vídeo manipulado em sua conta no Telegram, que tem 4.282 seguidores, às 14h47 pelo horário de Paris (10h47 em Brasília). Dez minutos depois, outros canais do Telegram em russo compartilham a falsa reportagem atribuída à RFI. Uma dessas contas tem mais de 118 mil seguidores. Esses canais são identificados como importantes veículos de propaganda pró-Rússia desde o início da invasão da Ucrânia.

Do Telegram, a fake news é em seguida compartilhada em perfis do VKontakte, o equivalente ao Facebook na Rússia, no X (antigo Twitter) e em sites russos. A cada nova publicação, praticamente o mesmo comentário em russo acompanha o vídeo.

Campanha de desinformação russa

Esse modus operandi de disseminação de fake news - a narrativa anti ucraniana e a técnica de usurpação da identidade de um meio de comunicação - deixam poucas dúvidas sobre a origem do vídeo manipulado. Campanhas de desinformação como esta já visaram muitos veículos de comunicação franceses e internacionais.

Em fevereiro, o serviço Viginum, um organismo francês que combate as interferências digitais estrangeiras, descobriu uma rede de páginas russas criadas para disseminar desinformação e propaganda do Kremlin na Europa e nos Estados Unidos. Foi apontado, por exemplo, que as pichações antissemitas em Paris, feitas em outubro de 2023 após o início da guerra em Gaza, tiveram origem russa.

Em caso de dúvida sobre a autenticidade de conteúdos com a marca RFI, contate o serviço de checagem de fake news pelo WhatsApp: +33 6 89 07 61 09.

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