Protestos contra avanço da extrema direita mobilizam 20 mil policiais em toda a França neste sábado

Mais de 20 mil policiais estarão mobilizados nas principais cidades francesas para garantir a segurança e evitar os tumultos durante as manifestações contra a extrema direita, segundo fontes ouvidas pela Agência AFP. O objetivo é mobilizar os eleitores para frear o avanço da extrema direita nas eleições legislativas. Milhares de pessoas marcharam em várias cidades já na sexta-feira. Em Lyon, no oeste da França, deixou pessoas ficaram feridas em confrontos violentos, incluindo três policiais, segundo as autoridades. 

O partido Reunião Nacional, de Marine Le Pen, venceu com folga as eleições para o Parlamento europeu com mais de 31% dos votos, resultado que fez o presidente Emmanuel Macron dissolver a Assembleia Nacional e antecipar as eleições.  

As manifestações foram convocadas por cinco centrais sindicais e partidos de esquerda. São cerca de 150 ações por toda a França, que, segundo expectativa da polícia, podem levar até 350 mil pessoas às ruas. Cerca de 100 mil delas só em Paris, onde uma marcha está prevista para começar às 14h pelo horário local e sair da Praça da República, na região central, até a Praça da Nação, no leste da capital.

Pesquisas de intenção de voto indicam que o partido de extrema direita Reunião nacional lidera as intenções de voto com 31% no primeiro turno, contra 28% para a aliança Novo frente popular, reunindo vários partidos de esquerda. O primeiro turno das eleições legislativas na França acontece no dia 30 de junho e o segundo turno no dia 7 de julho.   

Problemas internos 

Os dirigentes de esquerda poderão medir a popularidade da Nova Frente Popular, que reúne os principais partidos de esquerda da França.

Na Itália, onde participava da cúpula do G7, o presidente Emmanuel Macron declarou na sexta-feira que tanto a coligação de esquerda, quanto o Reunião Nacional, representam um "perigo muito grande" para a economia francesa.

O "compromisso legislativo" da Nova Frente Popular propõe "uma ruptura total com a política de Emmanuel Macron", segundo o coordenador da LFI Manuel Bompard, com as prerrogativas de revogar a reforma da aposentadoria e aumentar o salário mínimo, além de lutar contra o antissemitismo.

Mas o grupo de esquerda já dá sinais preocupantes de desunião, com críticas à indicação na chapa de um deputado condenado por violência doméstica, Adrien Quatennens, próximo do líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon.

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Engenheiros do caos

"A República está em perigo por causa dos engenheiros do caos que defendem a divisão", disse Jordan Bardella, líder da extrema direita, referindo-se a "amigos de Emmanuel Macron".

O presidente do RN, que almeja o posto de primeiro-ministro com apenas 28 anos, estimou que somente "dois partidos políticos" conseguirão "compor um governo": o seu, favorito nas sondagens, e a nova união da esquerda.

Ele também criticou as manifestações previstas para este fim de semana: "a democracia não pode ser contestada a ponto de recusar o resultado das urnas".

(com AFP)

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