Alemanha anuncia apreensão recorde de 35,5 toneladas de cocaína originária da América do Sul

As autoridades alemãs anunciaram nesta segunda-feira (17) ter apreendido 35,5 toneladas de cocaína, uma quantidade recorde em uma única operação no país. A maior parte da droga foi interceptada no porto de Hamburgo, no norte da Alemanha, graças a uma investigação sobre uma rede criminosa que atuava entre a América do Sul e a Europa.

As apreensões, de um valor € 2,6 bilhões (mais de R$ 15 bilhões), ocorreram entre abril e setembro de 2023. Segundo a polícia alemã, essa é "a maior quantidade de cocaína interceptada até hoje no âmbito de uma investigação no país". 

A apreensão foi possível graças a um alerta das autoridades colombianas. Nomeada de "OP Plexus", a operação ocorreu em parceria com a Europol.

A droga estava escondida em contêineres marítimos carregados de frutas e outros produtos alimentícios e foi apreendida nos portos de Hamburgo (24,5 toneladas), de Roterdã, na Holanda (8 toneladas) e de Guayaquil, no Equador (3 toneladas). De acordo com as autoridades, o volume de cocaína representa mais da metade do total apreendida durante todo o ano de 2023 na Alemanha, 43 toneladas. 

A Alemanha "enfrenta uma nova fase no tráfico de cocaína", disse o chefe do gabinete de investigação aduaneira de Stuttgart, Ronald Lenz, em uma coletiva de imprensa. "Todos os criminosos precisam saber que defenderemos a segurança de nossos cidadãos e nossos negócios", reforçou o ministro alemão das Finanças, Christian Lindner.

Rede internacional de traficantes 

A investigação identificou oito suspeitos, com idades entre 30 e 54 anos, originários da Alemanha, Azerbaijão, Bulgária, Marrocos e Turquia. Sete foram presos. Eles são acusados de ter operado por meio de empresas de fachada para transportar clandestinamente a droga por vias marítimas em direção da Europa. 

A polícia também apreendeu vários telefones celulares, laptops e barras de ouro. Além disso, foi interceptada a soma de € 23,3 mil (mais de R$ 135 mil) e um Porche no valor de € 250 mil (R$ 1.450 milhão).

As investigações ajudarão a compreender o funcionamento de redes estruturadas, em um momento em que os portos alemães enfrentam "um afluxo de cocaína que já dura anos", afirmou o diretor das aduanas alemãs, Tino Ingelmann.

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Apesar da apreensão recorde na Alemanha, Holanda, Bélgica e Espanha são os três países europeus que mais importam cocaína. A maior parte da droga é originária no Panamá, Colômbia e Equador.

No porto de Antuérpia, na Bélgica, um dos principais pontos de entrada de narcóticos da Europa, as apreensões batem recorde a cada ano. No ano passado, 116 toneladas foram interceptadas no local.

Para lutar contra o tráfico de drogas e melhorar a cooperação entre os países, a Comissão Europeia e a Bélgica lançaram em janeiro deste ano uma "Aliança Europeia de Portos".

(Com informações da AFP) 

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