Convenção Nacional do Partido Republicano inicia sob tensão após tentativa de assassinato de Trump

Na noite da próxima quinta-feira (18), Donald Trump deve ser anunciado oficialmente candidato à presidência pelo Partido Republicano durante a Convenção Nacional que tem início nesta segunda-feira (15) em Milwaukee, estado de Winsconsin. Contudo, os eventos programados para esta semana ganharam um tom diferente desde o atentado contra a vida do ex-presidente, ocorrido durante o final de semana. Se antes a expectativa era sobre a indicação de quem será o vice de Trump, agora a questão é saber se a convenção ocorrerá pacificamente.

Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York

Com um público esperado de 50 mil participantes distribuídos em quatro dias, o evento onde Donald Trump será nomeado oficialmente candidato ganhou um ar de tensão após os episódios do final de semana.

A segurança está sendo reforçada e os controles para ingressar ao local onde a convenção acontece são semelhantes aos de um aeroporto. Apesar disso, está previsto que protestos tomem as ruas de Milwaukee, o que poderia apresentar um maior risco de conflito entre grupos de linhas ideológicas diferentes, após a tentativa de assassinato de Trump.

Em entrevista à Fox News, o presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Whatley, confirmou no domingo (14) que forças de segurança de diferentes órgãos estarão trabalhando conjuntamente para garantir a segurança na convenção. "Estamos trabalhando com o Serviço Secreto e 40 agências de segurança diferentes", explicou.

O objetivo é trazer de volta a sensação de tranquilidade perdida, depois da morte de uma pessoa que estava no público do comício e foi atingida pelos disparos do último sábado (13) e outras duas que ficaram gravemente feridas.

A Convenção Republicana escolheu Milwaukee como sede, porque o estado de Wisconsin é considerado pêndulo - aqueles que não tem uma tendência clara entre Republicanos e Democratas - e onde as eleições são geralmente decididas. Trump venceu Wisconsin por uma margem apertada em 2016, e Biden levou a melhor em 2020.

Oradores

Além do próprio Trump, cuja presença agora é aguardada com uma expectativa ainda maior, já que poderia ser sua primeira aparição pública após o atentado, espera-se que Donald Trump Jr., Eric Trump, a vice-presidente do Comitê, Lara Trump e Kimberly Guilfoyle subam ao palco da Convenção.

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O foco deve ficar por conta dos nomes cotados para serem indicados como vice, como o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, o senador pela Flórida, Marco Rubio e o também senador por Ohio, J.D. Vance.

Outros nomes conhecidos do Partido Republicanos como o governador da Flórida, Ron DeSantis, Vivek Ramaswamy e Perry Johnson, que também concorreram nas primárias do partido.

Na lista de palestrantes se encontram ainda a governadora de Dakota do Sul, Kristi Noem e o ex-apresentador da Fox News, Tucker Carlson.

Nomes cotados para serem indicados como vice

Espera-se que o anúncio do nome a acompanhar Donald Trump como vice seja anunciado durante o evento. Estes são alguns dos cotados para ocupar o cargo:

  • Senador J.D. Vance, de Ohio: o jovem senador Vance, 39, é visto como um rosto da próxima geração do movimento America First. Autor do livro "Hillbilly Elegy" (Era uma vez um sonho, na versão da obra para o português), Vance tem forte apoio de Donald Trump Jr. e chegou a viajar com o ex-presidente para arrecadar fundos na Califórnia e em Ohio nos últimos meses.

     

  • Senador Marco Rubio, da Flórida: hoje com 52 anos, Rubio é senador influente de um dos estados mais importantes do país, como é a Flórida. Rubio foi quem ajudou Trump a se preparar para o debate. Ele provavelmente atrairia republicanos mais moderados, que ainda são céticos em relação a Trump, bem como alguns eleitores minoritários.

     

  • Governador Doug Burgum, da Dakota do Norte: menos conhecido nacionalmente, Burgum tem 67 anos e uma trajetória semelhante à de Trump, passando do mundo dos negócios para a arena política. Ele é um empresário de tecnologia bem-sucedido, fundador da Great Plains Software, que foi vendida à Microsoft.

     

  • Senador Tim Scott, da Carolina do Sul: nas últimas semanas, o senador da Carolina do Sul, 58, tem procurado estreitar relações com os eleitores negros e com doadores de fundos parar a campanha. Um Comitê de Ação Política alinhado com Scott está gastando US$ 14,3 milhões para atingir os eleitores negros em estados decisivos.
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O senador tem feito campanha de maneira consistente para Trump desde que sua própria candidatura à presidência fracassou durante as primárias.

Melania Trump volta à cena

A ex-primeira-dama quase não compareceu a nenhum evento público de campanha com o marido, mas espera-se que ela apareça durante a esta convenção do Partido Republicano em Wisconsin.

Seu silêncio foi quebrado no domingo (14), quando ela expressou publicamente sua reação ao atentado à vida do marido. Em um comunicado, ela agradeceu aos agentes do Serviço Secreto por terem colocado a vida em risco para proteger Trump.

Ela não discursará em Wisconsin, como nas edições anteriores em que participou, deixando cada vez mais clara a sua falta de envolvimento na campanha do marido.

Lembrando que em 2016, Melania foi duramente criticada porque seu discurso parecia ter plagiado partes de um discurso anterior de Michelle Obama.

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