Jornais franceses entram em clima de festa no dia da abertura dos Jogos Olímpicos

A imprensa francesa está em clima de festa nesta sexta-feira, 26 de julho de 2024, dia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. Nas capas dos principais jornais da França, está ela, a torre Eiffel, cartão postal da cidade e que será uma das protagonistas do grandioso evento desta noite.

"Que a festa comece!" é a manchete do jornal Le Figaro que mostra a "Dama de Ferro" em outro cenário, aos fundos da quadra de vôlei de praia. Afinal, além da cerimônia de abertura nesta noite, a torre Eiffel vai embelezar também os jogos desta modalidade. 

Para o diário, esse é o dia que o mundo estará em Paris. Mais de um bilhão de espectadores acompanharão a festa pela tv, mais de 300 mil pessoas assistirão presencialmente ao evento, para o qual virão cerca de cem chefes de Estado e de governo. "Que momento!" comemora Le Figaro em editorial, destacando que essa será uma cerimônia inédita na história dos Jogos, a primeira fora de um estádio.

O trabalho faraônico de Thomas Jolly

"Paris 2024 festeja os Jogos" é a manchete do jornal Libération, que traz uma entrevista com o diretor artístico das cerimônias olímpicas em Paris, Thomas Jolly. Foi ele quem concebeu a festa desta noite, um trabalho titânico que levou dois anos para ser pensado. 

Ao contrário do resto da França, Jolly diz ao Libé que não está ansioso, mas sim "impaciente" para ver a sua parada faraônica em ação. No total, a cerimônia de abertura terá a duração de 3 horas e 45 minutos e terá a participação de três mil artistas. O desfile dos barcos das delegações de cada país fará um trajeto de seis quilômetros no rio Sena, passando por dez pontes de Paris e culminando em um aguardado show com muitos artistas na Praça do Trocadéro. 

Libé destaca que o diretor artístico, de 42 anos, habitué do teatro público, é conhecido na França por suas peças monumentais, "que assume a necessidade de sair do convencional". Vencedor de um Molière - maior premiação do teatro francês - aos 33 anos, ficou conhecido do grande público com o espetáculo Starmania, em turnê mundial, e que já reuniu mais de um milhão de espectadores. 

Mas Jolly sonha sempre "maior, mais forte e mais alto" e viu sua vida se transformar há dois anos, quando aceitou a missão de dirigir a abertura de Paris 2024. Mas a realização de um sonho foi também a descoberta de uma série de restrições, técnicas, de orçamento e de segurança, além de muitas críticas. Ao ser questionado por Libération sobre o que mais faz falta em sua vida nesses anos de trabalho intenso, o diretor artístico tem a resposta na ponta da língua: "amigos". 

Quebra-cabeças para as forças de segurança

"Paris é uma festa", diz Les Echos em sua capa. Mas abrir o diário, a primeira matéria mostra o maior desafio da celebração: "uma segurança a 360 graus", diz. Há uma semana, a capital francesa vive sob o cerco de mais de 40 mil barreiras e uma mobilização inédita das forças de segurança. O perímetro de segurança interior e de luta contra o terrorismo foi acionado há cerca de dez dias.

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Na noite desta sexta-feira, 45 mil policiais, 10 mil militares e dois mil agentes de segurança patrulharão a cidade. Já o espaço aéreo será bloqueado em um raio de 150 quilômetros em torno de Paris entre 18h e meia-noite, pelo horário local. Les Echos destaca que as companhias aéreas tiveram que adiar cerca de 500 voos. Mas o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, garante: "não há nenhuma ameaça" sobre a segurança dos Jogos Olímpicos.

A volta de Céline Dion

"Os bastidores de uma volta milagrosa" é o título de uma matéria do jornal Le Parisien, estampada com uma foto de Céline Dion. Nem Lady Gaga, nem Aya Nakamura: o nome mais aguardado desta noite é o da cantora canadense. O diário foi quem confirmou ontem a participação da estrela na cerimônia de abertura e, diante das especulações de um possível playback, Le Parisien crava: "Céline Dion cantará nesta sexta". 

A cantora de 56 anos luta há anos contra a Síndrome da Pessoa Rígida, uma doença rara, que a levou a cancelar sua última turnê, em 2020. A matéria ressalta que essa será a primeira vez que Céline se apresentará em quatro anos. Por isso, a performance da cantora deverá ser curta, interpretando "L'Hymne à l'Amour", uma canção icônica de Edith Piaf. 

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