Marcha atlética nas ruas de Paris foi chance de assistir gratuitamente ao Brasil; confira as próximas

Ganhar a segunda prata dos Jogos de Paris foi bom - e poder assistir à prova de marcha atlética gratuitamente, ainda melhor. Em meio a competições cujos ingressos podem custar até € 980, a marcha atlética foi uma oportunidade em conta para os torcedores brasileiros vibrarem com a conquista de uma medalha pelo Brasil na capital francesa.

Depois da disputa do triatlo na quarta-feira (31), no centro da cidade, nesta quinta (1º) os torcedores puderem acompanhar pelas ruas a marcha atlética desfilar em torno do Trocadéro e a torre Eiffel sem gastar um tostão. Mas, desta vez, teve até Brasil no pódio: Caio Bonfim terminou em segundo lugar, atrás do equatoriano Daniel Pintado.

"Ver a chegada embaixo da torre Eiffel, não tem preço. De graça, então, nem se fala!", comemora Andrea, brasileira que mora em Antuérpia, na Bélgica, e partiu de madrugada rumo à França para poder aproveitar o clima das Olimpíadas. "A gente veio para trazer medalha para o Brasil", brincou.

"Foi uma oportunidade incrível, realmente. Estávamos tentando ver o vôlei de praia e está tudo lotado, já não tem mais ingressos ou então estão supercaros", complementa Laura. "Ver aqui, na rua e em Paris, está sendo muito legal."

O grupo conseguiu um bom lugar nas margens do rio Sena e desde às 8h (3h em Brasília) já estava a postos à espera da largada, ao lado de dezenas de milhares de torcedores do mundo inteiro. "Eu achei que ele fosse ganhar o ouro, mas também gostei muito que o Equador conseguiu, já que o Equador quase nunca consegue alguma coisa. Achei muito importante também", diz outra brasileira, Helena.

Nas competições dentro dos estádios ou arenas, o valor mínimo das entradas foi de € 24 nos Jogos de Paris, mas o preço mais comum na plataforma oficial de venda  era de, no mínimo, € 50, podendo subir facilmente para as centenas de euros. É o caso dos esportes mais concorridos como natação, atletismo e basquete.

"É bom que a marcha atlética seja assim, no meio do público, e assim pode dar mais visibilidade para um esporte que não é tão conhecido", disse a ex-atleta Mayara Silva, que conhece Caio Bonfim e chegou a treinar com a mãe dele, a ex-marchadora atlética Gianetti Sena Bonfim, que hoje treina a equipe brasileira. "E mesmo que tivesse que pagar, a gente estaria aqui pagando para assistir o Caio", festeja Mayara.

"No início, ele saiu na frente e a gente já ficou com o coração na mão. Mas no final, a gente correu para ver no telão e quando ele cruzou a linha da chegada, foi incrível. É uma sensação sem explicação, é realmente incrível", salienta Aline Sausen. "A gente vibrou do início ao fim, quase tendo um ataque cardíaco a cada volta. Foi fenomenal poder acompanhar esse momento", celebrou Marilu Zanghelini.

Próximas competições gratuitas em Paris 2024

Outras oportunidades de assistir a competições gratuitamente ainda virão pela frente, talvez até com medalha verde-amarela, no caso do revezamento misto de maratona da marcha atlética, de 42 quilômetros, no dia 7 de agosto. A modalidade é inédita nos Jogos Olímpicos.

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Antes disso, no dia 5 de agosto, os triatletas voltam a competir na prova de revezamento misto, às margens do Sena, no próprio rio e em um percurso até a avenida Champs Elysées.

Nos dias 8 e 9 de agosto, são as competições de maratona aquática que acontecem no rio que corta Paris. Se as condições sanitárias do Sena estiverem satisfatórias, os torcedores poderão acompanhar os 10 quilômetros da prova espalhados pelas margens do rio, sem precisar de ingressos.

Para finalizar, a maratona feminina e masculina fecharão a Olimpíada, no dias 10 e 11 de agosto, com um trajeto que passará por pontos icônicos da capital francesa como a Ópera Garnier e o Hôtel de Ville.

Paris bate recorde de venda de ingressos

Na medida que os dias passam, está mais difícil encontrar bilhetes de última hora: na plataforma oficial, as opções agora são raras, em comparação com os primeiros dias.

Paris já bateu o recorde de bilhetes vendidos para uma Olimpíada. Antes da abertura em 26 de julho, o presidente do Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos de Paris anunciou que 8,7 milhões dos 10 milhões de tíquetes tinham sido comprados, acima de Atlanta (1996), com 8,3 milhões no total, segundo dados do Comitê Olímpico Internacional (COI).

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A edição que mais esteve próxima de vender todos os ingressos disponíveis foi Londres, em 2012, quando 97% dos bilhetes tiveram um comprador. O pior desempenho dos Jogos recentes foi em Atenas, em 2004, com apenas 71% de sucesso de vendas.

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