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Preso, CEO do Telegram fala pela 1ª vez e se diz punido por 'crimes de terceiros'

Pavel Durov criticou a Justiça francesa, que o prendeu pela publicação de conteúdo extremista no Telegram Imagem: Albert Gea/Reuters

06/09/2024 11h15Atualizada em 06/09/2024 11h49

O fundador e diretor-executivo (CEO) do Telegram, Pavel Durov, se pronunciou pela primeira vez sobre as acusações feitas pela França, onde foi detido no final de agosto. O empresário criticou a Justiça francesa, que o prendeu pela publicação de conteúdo extremista e ilegal em seu aplicativo de mensagens instantâneas.

O fundador e diretor-executivo (CEO) do Telegram, Pavel Durov, se pronunciou pela primeira vez sobre as acusações feitas pela França, onde foi preso no final de agosto. O empresário criticou a Justiça francesa, que o culpa pela publicação de conteúdo extremista e ilegal em seu aplicativo de mensagens instantâneas.

Em uma longa postagem no Telegram, a primeira desde que foi detido, Durov afirma que é "surpreendente" que o responsabilizem pelo conteúdo publicado por outras pessoas.

"Utilizar leis de uma época anterior aos smartphone para punir executivos pelos crimes cometidos por terceiros na plataforma que administram é uma abordagem equivocada", escreveu.

Durov, que raramente aparece ou fala em público, também rebateu as acusações de que o "Telegram é uma espécie de paraíso da anarquia", as qualificando de "totalmente falsas". Segundo ele, a plataforma exclui "milhões de publicações e canais nocivos diariamente".

O empresário negou as acusações da França de que sua empresa não respondia às solicitações de suas autoridades e garantiu tê-las ajudado pessoalmente a "estabelecer uma linha de contato com o Telegram para lidar com a ameaça de terrorismo" no país.

Em tom mais conciliador, Durov também admitiu que o número crescente de usuários do Telegram (que ele contabiliza em 950 milhões no mundo) causou problemas "que tornam mais fácil para os criminosos abusarem da plataforma".

Ele disse que a questão é uma de suas prioridades, que está sendo trabalhada "internamente" e que pretende revelar mais detalhes em breve. "Espero que os acontecimentos de agosto acabem tornando o Telegram [e a indústria das redes sociais] mais seguro e forte", escreveu.

Mas Durov também advertiu que se o Telegram não estiver de acordo "no equilíbrio adequado entre privacidade e segurança" com os reguladores locais, então "estão dispostos a deixar o país".

Musk defendeu Durov

Depois de quatro dias de prisão na França, Durov, de 39 anos, foi alvo de várias acusações de que sua empresa não combateria o conteúdo extremista e ilegal publicado em seu aplicativo. Sua detenção despertou a solidariedade de outro empresário da tecnologia, o dono da rede X, Elon Musk, que publicou comentários com a hashtag #FreePavel (Libertem Pavel).

Durov foi detido no aeroporto de Le Bourget, nos arredores de Paris, aonde chegou em seu avião particular, e foi interrogado nos dias seguintes pelos investigadores. Ele teve direito à liberdade condicional após pagar uma fiança de 5 milhões de euros (cerca de R$ 30 milhões), com a condição de não deixar a França e se apresentar a uma delegacia duas vezes por semana.

(Com agências)

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