Moradores do hemisfério Norte terão dez dias para ver passagem de cometa

De volta após cruzar o Sol, o cometa Tsuchinshan-ATLAS poderá ser visto da Terra em todo o hemisfério Norte, a partir da noite deste sábado (12) e durante "cerca de dez dias", continuando sua viagem, iniciada há milhões de anos.

O pequeno corpo de rocha e gelo foi detectado em janeiro de 2023 pelo Observatório da Montanha Púrpura da China (Tsuchinshan), de onde vem a primeira metade do seu nome. A segunda parte faz referência ao telescópio do programa sul-africano ATLAS, que permitiu a confirmação de sua existência.

Visível a olho nu no hemisfério Sul em setembro, o C/2023 A3, sua nomenclatura oficial, foi visto novamente na noite de sexta-feira (11) na América do Norte, relata Eric Lagadec, astrofísico do Observatório da Côte d'Azur (sul da França).

Entretanto, "não pudemos observá-lo quando estava entre a Terra e o Sol", quando ele correu o risco de desaparecer, afetado pela tempestade solar que atingiu a Terra na quinta-feira, provocando a aurora boreal.

"Quando os cometas se aproximam da nossa estrela, o gelo contido no seu núcleo sublima (passando do estado sólido para o gasoso) e liberando um longo rastro de poeira, refletindo a luz solar", explica o especialista.

Visível a partir deste sábado em todo o hemisfério Norte, Tsuchinshan-ATLAS ficará visível "um pouco mais alto" no céu todas as noites. Para observar o fenômeno é preciso olhar para o Ocidente "durante os próximos dez dias", estima Lagadec. Porém, "a cada dia ele vai diminuir um pouco de brilho", à medida que se afasta do Sol, alerta.

A menos que encontre obstáculos no seu percurso que modifiquem sua trajetória, Tsuchinshan-ATLAS segue uma órbita que não deverá aproximá-lo da Terra durante 80.000 anos, especifica o especialista em cometas.

(Com AFP)

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