Promotor pede suspensão do processo federal contra Donald Trump nos EUA

O procurador especial que está investigando o caso contra Donald Trump por tentativas ilegais de reverter os resultados das eleições de 2020, Jack Smith, recomendou, nesta segunda-feira (25), que a acusação fosse suspensa, alegando que ele era agora é o presidente eleito. Poucos minutos depois, Smith também pediu a suspensão dos processos federais por retenção de documentos confidenciais.

O procurador especial Jack Smith cumpre assim a política adotada há mais de 50 anos pelo Departamento de Justiça, que consiste em não processar um presidente em exercício.

Embora o caso de um candidato ser processado criminalmente, e depois eleito presidente, seja "sem precedentes", em deliberações com o gabinete do procurador especial, o departamento concluiu que esta política "se aplica a esta situação", explica Jack Smith no seu pedido encaminhado à juíza Tanya Chutkan.

Smith pediu à juíza que encerrasse o processo sem pré-julgar o curso dos acontecimentos, o que deixa aberta a possibilidade de que os mesmos possam ser relançados no final do mandato de Donald Trump.

Pouco depois do primeiro anúncio, a equipe de Donald Trump saudou a notícia como uma "grande vitória". "A decisão de hoje do Departamento de Justiça põe fim aos casos federais inconstitucionais movidos contra o presidente Trump e constitui uma grande vitória para o Estado de Direito", aplaudiu o seu diretor de comunicações, Steven Cheung, num comunicado de imprensa.

Jack Smith já havia enveredado por esse caminho ao obter da juíza o cancelamento de todos os prazos do calendário deste caso. Isto poucos dias depois da votação de 5 de novembro, que resultou na vitória do candidato presidencial republicano. Ele motivou o seu pedido pela necessidade de dar à acusação "tempo para analisar esta situação sem precedentes e determinar o curso de ação a seguir de acordo com a política do Departamento de Justiça".

(Com RFI e AFP)