37ª edição do Cinélatino, em Toulouse, abre com "Manas" e "A Queda do Céu"

O festival "Cinélatino - Encontros de Toulouse", no sudoeste da França, tem início nesta sexta-feira (21), com destaque a produções e cineastas do Brasil. Entre os filmes escolhidos para inaugurar essa edição do evento estão "A Queda do Céu", de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, e "Manas", de Marianna Brennand.  

Daniella Franco, enviada especial da RFI a Toulouse

Durante os próximos dez dias, Toulouse será a capital do cinema latino-americano na França. Neste ano, o Brasil conta com um peso-pesado entre seus representantes: Karim Aïnouz é o grande homenageado do evento do qual participa presencialmente. O cineasta cearense ganha uma retrospectiva de seu trabalho, com a exibição de todos os seus longas.

"Estamos extremamente honrados com a vinda de Karim Aïnouz. Acompanhamos sua produção há muito tempo já que o festival existe há quase quatro décadas. É um imenso prazer compartilhar os combates cinematográficos dele", avalia a presidente do Cinélatino, Marion Gautreau.

Filmes brasileiros em competição

No total, o Cinélatino conta nesse ano com 130 filmes na programação, e produções brasileiras disputando em várias categorias, como "A Melhor Mãe do Mundo", de Ana Muylaert, que concorre como longa-metragem de ficção.

Os curta-metragens "Bela LX-404", de Luiza Botelho, e "Nilo", de Isadora Carneiro, competem na categoria de curta-metragem de ficção e curta-metragem documentário, respectivamente. A animação "Absorta", de Luiza Pugliesi Villaça, será exibida na seção especial Descobertas.

Todos os filmes do Brasil que competem no Cinélatino neste ano foram dirigidos por mulheres: uma conquista comemorada por Marianna Brennand. "Acho que como mulheres, diretoras, escritoras, cineastas, atrizes, nós temos a oportunidade e esse poder nas nossas mãos de nos posicionar e contar as nossas histórias com os nossos olhares", diz a diretora de "Manas".

Olhares e vozes indígenas

A tradicional mostra "Focus" do festival tem como tema neste ano "Olhares e vozes indígenas", homenageando obras de representantes de povos originários da América Latina. Entre eles, estão produções brasileiras, como o longa "A Transformação de Canuto", de Ernesto de Carvalho e Ariel Kuaray Ortega, e os curtas "Karaiw a'e wà", de Zahy Tentehar, e "Pe Ataju Jumali", de Juma Pariri e Margarita Weweli-Lukana.

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"É a primeira vez que fazemos um programa unicamente com filmes realizados por pessoas que pertencem a comunidades autóctones. Então essa é a oportunidade para conversar diretamente com esses cineastas e refletir sobre a questão da representação e da autorepresentação, que é algo fundamental no cinema da América Latina", destaca Marion Gautreau.

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