Hugo Motta, favorito à Câmara, é fruto de união entre dinastias na Paraíba | Podcast UOL Prime #40
Natália Portinari
Do UOL, em Brasília
17/10/2024 05h30
Nome mais forte cotado à presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) é herdeiro de duas importantes dinastias do interior da Paraíba: os Wanderley e os Motta.
Essa aliança foi consolidada nos anos 1980, com o casamento entre a filha de Edivaldo Motta e o filho de Nabor Wanderley.
A união das duas famílias de latifundiários, tradicionalmente adversárias, permitiu que a força política dos Motta se ampliasse.
O podcast UOL Prime, apresentado por José Roberto de Toledo, traz nesta quinta-feira (17) uma entrevista com a colunista Natália Portinari sobre a reportagem "Hugo Motta: De onde vem o poder do provável sucessor de Lira".
Portinari viajou para Patos, cidade de 100 mil habitantes que é considerada a porta de entrada do sertão paraibano, para contar essa história.
"Os Wanderley estão no Brasil desde a invasão holandesa. O primeiro Wanderley que chegou foi Gaspar Wanderley, um alemão que veio junto com os holandeses. Isso era comum, porque nesse fluxo migratório vieram muitos alemães que eram contratados pela Companhia Holandesa", diz Natália.
Os Motta, por outro lado, ganham força por intermédio de dois deputados estaduais fortes na região: Edivaldo Motta, o avô de Hugo, e Francisca Motta, sua avó. Quando Edivaldo morreu, nos anos 1990, Francisca assumiu como sua sucessora política.
Foi com a avó Francisca que o deputado aprendeu a negociar com cautela e a conquistar aliados, fechando acordos sem fazer inimigos.
"Ele [Hugo] se aproximou sucessivamente dos presidentes da Câmara desde que assumiu o cargo: foi próximo de Eduardo Cunha, depois de Rodrigo Maia e, agora, de Arthur Lira."
Na entrevista, Natália Portinari fala sobre como se construíram as alianças em torno do nome de Motta e que tipo de presidente ele poderia ser.
Segundo a jornalista, "a habilidade de Hugo de negociar sem que nenhuma das partes se sinta traída é uma qualidade muito apreciada no centrão. Ele tem mantido essa reputação ao longo dos anos".
Ela conta que sua capacidade de construir alianças e seu perfil discreto, evitando embates diretos, foram essenciais para sua ascensão ao longo dos governos, independentemente do partido no poder.
"Ele tem uma reputação de ser uma pessoa tranquila, que não compra briga, o que facilita o diálogo com diferentes governos", afirma Portinari.
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