Dia Mundial Sem Carro

AcompanheComo é circular por SP, RJ e DF sem carro? Veja os relatos

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Na Semana da Mobilidade, quando várias cidades do mundo realizam atividades em torno do Dia Mundial Sem Carro, em 22 de setembro, o UOL reuniu dezenas de pessoas para testar modais e contar sobre a experiência; acompanhe

Do UOL

Deixar o carro totalmente em casa talvez não seja para todos nem para todas as situações. Sabemos dos problemas e das dificuldades de quem depende do transporte público --ou de quem não pode depender só dele. Mas a ideia nesta semana foi mostrar que muitas vezes existem alternativas, que não custa nada a gente experimentar. Esperamos que você tenha aproveitado algumas das nossas dicas e experiências! Até a próxima!

Do UOL - Flávio Florido/UOL

Karina Yamamoto

Cidade dos carros. Para mim, esta é a definição de São Paulo. Parece que foi toda desenhada para ter avenidas e viadutos. Eu, que nasci e cresci numa cidade de 100 mil habitantes, que aprendi a dirigir aos 18 só porque todo mundo sabia, tive dificuldades em me adaptar. Em São Paulo, aprendi a andar de ônibus, metrô e trem. Também aprendi a perguntar mais de uma vez para verificar se estava no rumo certo. Logo que cheguei para estudar jornalismo na ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP (Universidade de São Paulo), o refresco do meu dia era passar em frente ao mercado de flores da avenida Dr. Arnaldo, em frente à Faculdade de Saúde Pública, também da USP (isso, que eu fotografei de dentro do ônibus em movimento no final de semana e coloquei no pé deste post). Aquele colorido fazia --e ainda faz-- meu dia mais positivo, animado, esperançoso. O tempo passou e eu, que dependia integramente do transporte público e das caronas, comecei a dirigir na cidade. Nunca gostei muito de estar ao volante, confesso. Era mais por necessidade que por gosto --quem tem criança pequena ou pouco tempo e muitos afazeres-- vai entender. Nessa Semana da Mobilidade, eu me lembrei muito do tempo em que eu não tinha carro para voltar da USP, em que eu passava frio esperando o ônibus no ponto. E agradeci que me locomover andando, com bicicleta ou de ônibus fosse uma opção. E fiquei desejando que esse fosse um direito de  todos os seres dessa cidade desproporcional, maluca e apaixonante.

Karina Yamamoto - Karina Yamamoto/UOL

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Patrícia Junqueira

A semana da mobilidade não mudou muito a minha rotina. Eu já tinha optado por priorizar o transporte público para ir ao trabalho. Mas eu estava priorizando daquele jeito, né? Em muitas segundas, quando eu queria dormir mais e esticar o fim de semana, acabava pegando o carro. E quando o tempo estava feio... E quando eu tinha outros compromissos fora do trabalho... Enfim, vivia cedendo à comodidade de ter o carro na garagem. Então, com a proposta de ficar sem usar o carro a semana toda, fiz duas descobertas maravilhosas: o ônibus que me leva numa boa --e em tempo ótimo-- de casa até a Cidade Universitária e a possibilidade de caminhar até o trabalho. A caminhada se mostrou necessária por questões de saúde: estou completamente fora de forma e qualquer ladeirinha me deixa sem fôlego. A semana da mobilidade acabou, mas eu não vou ceder à tentação das quatros rodas particulares. Está decidido: de agora em diante, o carro fica em casa quando eu precisar ir para a USP e vou adotar a caminhada uma vez por semana para ir até o trabalho (e quando eu estiver em forma, quero aumentar para três dias). E quem sabe no ano que vem eu não terei adotado a bicicleta como meio de transporte?

Wellington Ramalhoso

Ciclista fantasiada de Mulher Maravilha participa de bicicletada na avenida Paulista, em São Paulo. O evento reuniu dezenas de ciclistas vestidos de super heróis:

Wellington Ramalhoso - Wellington Ramalhoso/UOL

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Guilherme Balza

Nos últimos dias, usei vários meios de transporte entre minha casa e o trabalho. Moro em Mirandópolis, na Saúde, zona sul de São Paulo, e trabalho no UOL, que fica em Pinheiros, zona oeste, a cerca de 8 km de distância. Como moro e trabalho dentro do centro expandido e meu expediente é fora do horário de pico (14h às 22h), minha condição é privilegiada: tenho à disposição várias possibilidades de transporte e não preciso enfrentar o pico do trânsito ou a lotação do metrô e dos ônibus. Infelizmente esta não é a realidade da maioria da população das grandes cidades brasileiras.De carro, de carona com minha mulher, o tempo de casa ao trabalho foi de 25 minutos, o mesmo que gastei usando a bicicleta. De metrô (linhas 1, 2 e 4), o tempo foi de 45 minutos, exatamente igual ao de ônibus (linha 857-A Santa Cruz-Campo Limpo). Na comparação entre todas as modalidades, a bicicleta leva ampla vantagem. É o meio mais rápido, mais barato, mais saudável e mais prazeroso. Na comparação ônibus x metrô, os coletivos são mais vantajosos fora do horário de pico. Isso porque a linha que pego para exatamente em frente ao trabalho. No metrô, tenho que fazer duas baldeações e caminhar mais (1,5 km, contra 1 km no ônibus). A vantagem do metrô é a previsibilidade. O tempo gasto é praticamente o mesmo, seja qual for o horário. Já o ônibus está mais sujeito a variações. Depende do trânsito e do tempo que passa no ponto.Apesar de rápido (fora do horário de pico!), o carro é disparado o mais caro. Só o que pagaria de estacionamento por mês --sem contar despesas com manutenção, impostos e o próprio custo do carro-- equivale a tudo que gastaria com condução no mês. Além disso, o carro é o meio menos saudável e mais danoso do ponto de vista urbano. Ou seja, no meu caso, não há dúvida: o carro é a pior opção.

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Fabiana Uchinaka

Foram muitas as vantagens de trocar o carro pela bicicleta nesta semana, mas não posso deixar de comentar uma que, pelo menos para mim, é evidente: meu corpitcho mudou muito e pra melhor! Não achei que pedalar por uma hora durante cinco dias fosse capaz de fazer isto. Ao todo foram 50 km percorridos de bike, pernas tonificadas e abdômen mais sequinho. Não passsarei perto de uma academia tão cedo, salve salve amém! Desde que o meu filho nasceu, há um ano, eu não fazia qualquer exercício que não fosse levantamento de peso (hoje já são quase dez quilos de dobrinhas em forma de bebê) e rally de carrinho por calçadas esburacadas. Então, poder manter a forma sem prejudicar meu tempo livre é o máximo e, certamente, é algo que eu continuarei a fazer. Mas, mais do que isso, uma coisa que me tocou muito foi perceber que eu tirei meu filho da cadeirinha do carro, onde ele ODEIA ficar, e coloquei-o na cadeirinha da bici, onde ele vai apontando passarinhos e árvores, distribuindo sorrisos e tchauzinhos. Isto sim não tem preço. Durante toda a Semana da Mobilidade, uma frase martelou na minha cabeça: seja a mudança que quer ver no mundo. Não tenho vocação para Gandhi, mas senti que me abrir para uma pequena mudança desencadeou uma vontade doida de mudar muitas outras coisas ao meu redor e no meu dia-a-dia. Foi um efeito cascata: quero mais e mais qualidade de vida, viver de acordo com o que acredito, ser mais coerente; quero ocupar praças, lutar por melhores caminhos e colocar meu filho na rua. Quero mudar minha relação com o público e mudar meu olhar sobre a cidade. Eu quero e eu posso! Afinal, já aconteceu... Enfim, a experiência foi muito, muito bacana! Valeu!

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Manoela Pereira

A Semana da Mobilidade foi uma experiência transformadora. E meu primeiro desafio foi justamente transformar a minha boa vontade em obstinação, de modo que eu só pensasse em uma ÚNICA causa, pelo menos uma vez na vida (sou dessas que nunca cumpriu uma dieta, por exemplo). Me obriguei a virar fanática por mobilidade e nas formas alternativas de deslocamento. Virei uma pessoa monotemática e repetitiva, daquelas que "pregam" os benefícios da vida sem carro em mesa de bar. A ironia aqui é que uma das tarefas muito presentes no meu dia a dia é discutir o planejamento da cobertura jornalística do canal de... carros. E entre uma discussão sobre a potência da nova geração de motores 1.0  e o desempenho do novo Jaguar, eu só pensava mesmo no tema do próximo post e numa abordagem "esperta" que pudesse trazer algum tipo de informação relevante para quem estivesse acompanhando o blog. Mas teve um tema que eu não consegui abordar (por pura falta de tempo) e que não saiu da minha cabeça desde a semana passada: o uso do transporte público por deficientes físicos. Durante as minhas jornadas pela cidade, não encontrei nenhum deficiente físico usando ônibus ou metrô, e duvido que não exista a necessidade de deslocamento. Sei que a prefeitura de São Paulo oferece há muito tempo o Atende, que é um serviço diário e gratuito de vans para quem comprovar deficiência física com alto grau de severidade e dependência. Uma matéria publicada em fevereiro desde ano dizia que o serviço estava saturado, com 100 mil viagens por mês. Vi também que taxis adaptados para receber cadeiras de rodas já circulam pela cidade (os chamados taxis acessíveis), mas não tive tempo de embarcar em um deles para entender o volume de chamados, o perfil dos usuários e até o perfil do motorista. A Semana da Mobilidade acaba aqui, mas fico com a missão de desvendar os limites do nosso transporte público, que está longe de ser perfeito, mas deu passos importantíssimos nos últimos anos. 

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Marina Motomura

Meu último post nesta cobertura especial do UOL na semana da mobilidade é um mea culpa: apesar de não ter tido grandes problemas nos últimos dias, não, ainda não vou deixar meu carro na garagem. Explico aqui o porquê. Brasília é uma cidade de grandes distâncias e foi planejada visando ao reinado do automóvel. Têm sido feitas tentativas de melhorar o transporte público, como as faixas exclusivas para ônibus em algumas avenidas e algumas linhas de BRT. Mas ainda é pouco, muito pouco. Não há integração entre as poucas linhas de metrô e os ônibus, não há metrô na Asa Norte e em boa parte das cidades-satélites, não há bilhete único. Assim, usar o transporte público torna-se caro e lento. A situação se agrava com a setorização da cidade: para ir ao trabalho, vou ao setor de rádio e TV; para ir ao médico, ao setor hospitalar, e assim por diante. Ou seja, não dá para resolver tudo pertinho de casa a pé.  Somando-se ao fato de não existir um equivalente de "zona azul" (pode-se parar em qualquer lugar na rua sem pagar absolutamente nada), à quase inexistência de congestionamentos, aos descontos no IPVA para quem pede CPF na nota, ao IPI reduzido do governo e ao preço baixo do seguro, e, vòilá, tem-se o predomínio do carro sobre o transporte público. Confesso que não me orgulho da minha opção e estou pensando em comprar uma bicicleta. Mas, por enquanto, transporte público fica como segunda opção mesmo. 

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Do UOL

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, disse nesta segunda-feira (22), em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte, que o governo federal lançará uma linha de financiamento para bicicletas. A informação foi divulgada no Dia Mundial sem Carro, lembrado por ela. "As bicicletas hoje são feitas na Zona Franca de Manaus, e aí estamos pensando nessa linha de financiamento para, principalmente, regiões que tenham estrutura para usá-las." Dilma reiterou os feitos da administração federal para mobilidade urbana, com R$ 143 bilhões em obras construídas e em vias de serem terminadas em 2015 e 2016. Leia Mais

Rodrigo Bertolotto

Quer se sentir um "Easy Rider" pelas ruas de São Paulo? Hoje em dia, usar uma scooter elétrica é proibido. Ou seja, o usuário é um malfeitor, um marginal, quase um selvagem da motocicleta. As bicicletas, os skates e as lambretas elétricas chegaram ao mercado brasileiro, mas as autoridades ainda não sabem se tratam como brinquedo ou meio de transporte, e não sabem se exigem carteira de habilitação e placa... Confira no vídeo!

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Fernando Cymbaluk

Memórias de travessias de um rio - Atravessar a ponte sobre o rio Pinheiros de ônibus é chacoalhar e sacolejar. É sentir o fedor rápido, de raspão. É ver arranha-céus crescerem repentinamente na subida da ponte e se perderem na curva do rio, no horizonte. É ver a luz do sol ou de prédios refletidas numa água negra espelhada. É ouvir som de motor. É querer mais velocidade. Olhando pela janela, contra o parapeito, é um clipe, é imagem estroboscópica - rio! muro! rio! muro! rio! muro! grade! grade! grade! - freneticamente. Não é Recife, mas é profusão de pontes e overdrives, impressionantes esculturas de lama. É sentir vertigem. É descobrir que São Paulo é moderna demais. É uma experiência futurista. Atravessar a ponte sobre o rio Pinheiros de bicicleta é sentir as lajotas do piso tremendo debaixo dos pés. É encarar o fedor frente-a-frente. É observar do que é formada a ilha marrom no meio do rio - pneus, tênis, cocô. É ver o córrego espumando. É tomar uma baforada de fumaça. É sentir o ar quente. É ver gente apoiada no parapeito, apontando para uma moita, lá embaixo, onde se esconde uma capivara. Não é Paris, não é Londres, não tem romantismo, nem turista, nem cadeado do amor. Também não tem barquinho. Tem gente. Que desce apressada pela escada para a estação de trem. É saber que em São Paulo, mesmo não sendo Recife, a lama come mocambo e no mocambo tem molambo, que caiu lá no calçamento bem no sol do meio-dia, o carro passou por cima e o molambo ficou lá. Molambo eu e tu. É uma experiência surrealista. 

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Noelle Marques

Durante a Semana Mundial da Mobilidade, eu não mudei muito a minha rotina, pois eu já utilizo o transporte público normalmente. Uma das poucas alterações que eu fiz no meu dia a dia foi me manter acordada durante os trajetos. Como eu pego ônibus no ponto final, na maioria das vezes consigo um lugarzinho para sentar e, consequentemente, apagar. Sim, eu me entrego aos sonhos durante minhas viagens e, até agora, nunca tive nenhum contratempo. Mas, para esta semana especial, decidi me manter acordada e observar melhor o que acontecia a minha volta. E foi uma grata surpresa: pude ver gentilezas, como por exemplo, pessoas que se oferecem para segurar bolsas e mochilas de quem está de pé (também ofereci!), mas também pude ver grosserias, como pessoas que não cedem os lugares (mesmos os preferenciais) a quem tem mais necessidade, e situações peculiares, como motoristas errando o caminho e passageiros ajudando a voltar para rota. Essa semana serviu para reforçar ainda mais a minha teoria de que muitos problemas dos transportes públicos podem ser resolvidos ou amenizados pelos próprios usuários.

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Fernando Cymbaluk

No Brasil, mais de 13 milhões de pessoas possuem algum tipo de dificuldade motora, segundo dados do Censo de 2010. O número representa cerca de 6% da população do país. Pessoas em tal situação encontram, em maior ou menor grau, dificuldades de locomoção. Mas não só elas. Uma pessoa com mobilidade reduzida pode ser um idoso (pessoas com mais de 60 anos são 13% da população, segundo o IBGE), um portador de deficiência visual, uma mulher grávida, alguém com um pé machucado. Durante a semana dedicada a refletir sobre formas de transporte, vivenciei a experiência de ter minhas condições de mobilidade reduzidas devido a uma entorse de tornozelo, que contei em post anterior. O maior impacto, senti no fato de ter de ficar em casa. Não pude ir a uma peça de teatro encenada dentro de um trem, que queria relatar aqui no blog. Sai duas vezes de táxi para procurar atendimento médico. Em cada viagem de ida e volta, gastei cerca de R$ 70,00. Na situação em que estava, seria impossível ou, no mínimo, muito prejudicial, tentar usar qualquer outra forma de transporte. Hoje, ao vir para o trabalho, usando uma bota que imobiliza meu pé, contei com a atenção de uma mulher que prontamente me cedeu uma cadeira no ônibus lotado. Tive dificuldades para passar pelo corredor cheio de gente ao chegar ao meu destino. Certa vez, imaginei que carros poderiam ser um meio de transporte adaptado e destinado preferencialmente a quem não pode andar ou sofre para usar outras formas de transporte. Hoje, existem rampas em entradas da maioria dos prédios públicos, pisos táteis para deficientes visuais nas calçadas, acessibilidade para cadeirantes em ônibus. Alcançamos melhorias. Mas a cidade ainda não é para quem tem dificuldades para se locomover. Mesmo sendo essa uma situação que todos vivenciaremos em algum momento da vida, seja na velhice ou por outros motivos. Ontem, dia 21, foi o Dia Nacional de Luta dos Portadores de Deficiências. Pensar em uma cidade acessível passa por garantir mobilidade para quem possui limitações. Quem dera um dia o ônibus, o trem, a bicicleta, as calçadas, fossem plenamente utilizados por quem goza de boa saúde. E os carros, adaptados, automatizados, com toda a modernidade existente - e a preço também acessível - fossem destinados preferencialmente aos que possuem mobilidade reduzida. Seria ilógico pensar o transporte na cidade assim?  

Do UOL

Há espaço para todos? Em São Paulo, pedestres, carros e bicicletas se encontram em diversos pontos da cidade. Olhando de cima, nas principais ciclovias da cidade, isso não parece ser tão problemático... Confira no vídeo!

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Karina Yamamoto

Hoje, bem no Dia sem Carro, eu tinha aula na Cidade Universitária da USP (Universidade de São Paulo) entre 10h e 13h30 e, na sequência, às 14h, reunião semanal no trabalho. Sucumbi. Ou quase. Na ida, consegui carona com uma amiga, vizinha e estudante da USP. Mas na volta... Entre voltar de transporte público e almoçar, eu decidi por comer antes da reunião. Peguei um táxi e cheguei em 15 minutos.

Verônica Mambrini

A semana foi corrida: mal deu tempo para executar todos meus planos para contar aqui. Mas no fim, são coisas que eu já fiz e posso dividir como memórias. Um dia choveu e vim de táxi porque estava atrasada; voltei para casa andando, por cerca de 6,5 km, respirando o hálito de chuva que ainda respingava de leve das árvores. Cheguei em casa leve e bendizendo não estar presa no carro durante o engarrafamento monstro (claro que usar mochila em vez de bolsa torna possível essa escolha - que ombro aguentaria 6 km de bolsa de um lado só?). Sábado, passei no sacolão e essa mesma mochila, mais uma bolsa especial para bicicleta, me permitiram abastecer a geladeira para a quinzena. é incrível a quantidade de compras que uma bicicleta é capaz de carregar. Não consegui testar o skate elétrico que nos mandaram: pesado e grandalhão, não pode ser carregado no braço. Fiquei com medo de algo dar errado e me ver tendo que convencer algum taxista a levá-lo. No fim, a bicicleta foi a companheira fiel de sempre, poupando horas de estresse e deixando a rotina mais leve. Se de um lado nos poupa tempo, por outro a mobilidade por propulsão humana nos desacelera e nos devolve a vida na cidade. 

Verônica Mambrini - Verônica Mambrini

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Anna Fagundes

Caro motorista: pelo amor do que você considere sagrado, não pare seu carro na faixa de pedestres. E não fique buzinando para que os pedestres "andem logo" quando o cruzamento não tem farol. Especialmente se, entre os pedestres, estiverem crianças pequenas, que não tem ideia da sua pressa. Por incrível que pareça, a rua não é (só) sua! 

Marina Motomura

Neste Dia Mundial Sem Carro, a reportagem do UOL em Brasília foi conferir um protesto diferente: a ocupação de vagas de estacionamento com feira de trocas de livros e roupas, oficina de bikes e até show de rock. 

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Marina Motomura

No Dia Mundial Sem Carro, greve de transportes em Brasília. Rodoviários da Viação Pioneira e da Auto Viação Marechal estão de braços cruzados. Eles reinvidicam um adiantamento salarial de 40% dos funcionários que, segundo o sindicato da categoria, deveria ser depositado no sábado (20). Segundo o jornal "Correio Braziliense", com um total de 1.104 ônibus fora de circulação, a paralisação engloba duas das cinco bacias do transporte público do DF. As regiões afetadas são Itapoã, Paranoá, Jardim Botânico, Lago Sul, Candangolândia, Park Way, Santa Maria, São Sebastião, Gama, Guará, Águas Claras e parte de Taguatinga e Ceilândia.

Gabriela Fujita

Embora hoje seja o dia final da nossa Semana de Mobilidade, decidi que esta semana que se passou foi apenas a primeira de muitas adotando um novo jeito de me locomover em São Paulo. Ter o compromisso de relatar aqui nesse blog o meu dia a dia caminhando e pedalando acabou me incentivando a persistir, a lidar com a preguiça de acordar mais cedo, a planejar com mais cuidado meus horários, a aproveitar o desafio de transitar em São Paulo (porque isso é mesmo desafiador) para também me exercitar. Percebi que o sacrifício é pequeníssimo em comparação ao grande bem estar proporcionado pela experiência. E o que dizer do prazer do dever cumprido como cidadã, em prol do coletivo? Nesta segunda-feira (22), vim novamente pedalando para o trabalho e, ainda que fazendo o mesmo caminho pela terceira vez seguida nos últimos dias, descobri algo novo no trajeto de 30 minutos (20 de pedal + 10 caminhando): existe uma jaqueira bem pertinho do UOL, e ela está começando a dar frutos! Hummm! Adoro jaca! Quando elas estiverem maduras, se eu conseguir descolar uma dessas belezuras, a sobremesa vai estar garantida na redação! E na foto abaixo, meu capacete, fiel companheiro de pedalada e das futuras novas empreitadas.

Gabriela Fujita - Gabriela Fujita/UOL

Do UOL

Depois que o Datafolha apontou que a popularidade do prefeito subiu de 15% para 22% e que uma pesquisa revelou que 80% dos paulistanos aprovam as ciclovias na cidade, Fernando Haddad (PT) escolheu a bicicleta para ir nesta segunda-feira (22), Dia Mundial Sem Carro, de sua casa, na região do Paraíso, na zona sul, para a sede da administração municipal, no centro da capital paulista. Às 8h17, vestido de calça jeans, jaqueta esporte fino e tênis, ele começou o percurso. No trajeto, cometeu duas gafes ciclísticas: atravessou sobre a faixa de pedestres na rua Vergueiro, perto de sua casa, e fez a mesma manobra na rua Líbero Badaró, já ao lado da prefeitura. Pelo CTB (Código Brasileiro de Trânsito), Haddad deveria descer da bicicleta e se comportar como pedestre para atravessar na faixa. O prefeito também aproveitou para prometer ciclovias em todos os 96 distritos da capital.

Do UOL - Eduardo Knapp/Folhapress

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Priscila Tieppo

Adotei a caminhada como parte do meu caminho para o trabalho. De todos os itinerários que fiz nesses dias, este foi o mais vantajoso. Apesar de ter de sair de casa um pouco mais cedo, o benefício que vem em forma de disposição é recompensador. Meu ombro já me fez entender que para manter essa rotina vou precisar de uma mochila. Já prometi a mim mesma que compro em breve e, assim, vou evitar ter dores no ombro durante a caminhada. Filtro solar, garrafa de água e óculos escuros vão se tornar companheiros inseparáveis daqui pra frente. Saldo da semana da mobilidade: mais possibilidades de caminho e um bem-estar enorme!

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Camila Neumam

Tive muita dificuldade de aprender a dirigir. Diversas aulas de auto-escola não adiantavam, nem as que ofereciam sessões com psicólogos. Quem mudou essa história foi o senhor Paulo, 60, ex-caminhoneiro. Mesmo aposentado, ele costumava dar aulas de direção para pessoas habilitadas. Ele apareceu na minha vida quando eu tinha 25 anos e, em seis aulas, fui para a rua. A necessidade de dirigir 'bateu à porta' porque eu demorava duas horas para chegar ao trabalho de ônibus, e mais duas para retornar. Todos os dias eu dependia de uma carona até o ponto de ônibus mais próximo e depois tomava dois ônibus. Esse ‘pequeno milagre’ aconteceu porque o senhor Paulo era muito espirituoso. Fazia-me rir o tempo todo! Contava os minutos para ter aulas com aquele velhinho que falava muito sobre a vida dele. Qual é o jornalista que não gosta de boas histórias? Qual é o caminhoneiro que não tem várias para contar? Com os anos fui tendo mais segurança para dirigir. No começo era bom e bem confortável dentro do carro. O veículo era uma conquista, fruto do meu trabalho. Aí o tempo passou ainda mais e aquela sensação de prazer foi se transformando em irritação, estresse, perda de tempo. Eram duas horas por dia no trânsito, pelo menos. O senhor Paulo não havia me dito nada sobre isso. A diversão havia acabado. Claro que reconheço que, se não tivesse me mudado para um bairro próximo ao metrô, talvez ainda estivesse dentro do carro enlouquecendo mais a cada dia. Por isso preferi mudar e hoje quero continuar usando o transporte público o máximo possível.

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Fabiana Uchinaka

Vi os relatos da Karina Yamamoto e da Anna Fagundes sobre como fazer compras sem carro, lembrei da vez que a minha mãe alegou que não podia vender seu carro porque precisava dele "para poder fazer o supermercado do mês" (!!!) e decidi contar como eu resolvi isso na minha vida. Sempre fui adepta das compras via internet e costumo brincar que faço parte da comunidade imaginária "Se não vende pela internet, eu não compro (1 membro)". Acho uma diversão fazer supermercado (desde que não tenha que colocar e tirar tudo do carro), mas quando se tem um bebê o passeio pode, de repente, virar um show desastrado de malabarismo misturado com corrida maluca de aventura. Na Semana da Mobilidade, usei a bicicleta apenas para pequenas compras. O resto (produtos de limpeza, caixas de leite, abóbora japonesa, melão, pacote de cervejas e cia) veio do supermercado delivery... e da quitanda de orgânicos delivery... e também, mais nova descoberta, da zona cerealista delivery. Posso fazer as compras de noitão, até de madrugada se eu quiser, e não preciso fica pondo e tirando todos aqueles produtos do carrinho, depois da esteira do caixa, depois do carro e então do elevador... É tão mais simples. Não preciso pegar o carro para percorrer pequenas distâncias e não uso tantas sacolinhas. Pensando até em colar um adesivo atrás da minha bike: Eu <3 Delivery (quer comprar, pergunte-me como). Ou: mais entrega, menor motor! ;P

Do UOL

No Dia Mundial Sem Carro, o trânsito em São Paulo durante a manhã ficou dentro da média, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Às 10h, o volume de congestionamento na cidade foi de 76 quilômetros. A média para a segunda-feira nesta faixa de horário oscila entre 68 e 106 quilômetros. O trecho mais congestionado era a marginal Pinheiros, no sentido Castelo Branco, pela pista expressa entre as pontes João Dias e do Morumbi (4,2 km). O corredor Norte-Sul no sentido Santana, entre os viadutos Indianópolis e Tutoia, tinha 3,1 km de lentidão.

Do UOL - Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL

Para incentivar ainda mais o Dia Mundial Sem Carro, o UOL propôs um desafio ao piloto profissional da GP2 André Negrão: largar o carro em casa e circular pelas cinco regiões da cidade de São Paulo utilizando apenas o transporte público! Os pontos escolhidos foram: aeroporto de Congonhas, na zona sul, Parque da Juventude, na zona norte, Arena Corinthians, na zona leste, Mercado Municipal da Lapa, na zona oeste e a praça da Sé, no centro. Ele, que havia andado apenas uma vez de metrô, conta o que achou da experiência.

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Marina Motomura

Neste Dia Mundial Sem Carro, adotei novamente o micro-ônibus para fazer o percurso casa-trabalho. Saí de casa às 9h33 às 9h59 já estava no prédio do trabalho -- achei que ia me atrasar, mas cheguei em cima da hora. Isso só reforça o que sempre pensei do transporte público de Brasília: para ir do ponto A ao ponto B (se esses dois pontos forem dentro do Plano Piloto), não há grandes problemas. O problema é se você complexificar o trajeto: A - B - C, e depois de volta a A, por exemplo. Como não há integração nem bilhete único, o deslocamento se torna lento e caro. Para trajetos simples, geralmente o transporte público dá conta.

Do UOL

Você adotaria? Bicicletas, patinetes e até skates elétricos aparecem como meios alternativos de transporte. Empresários do segmento dizem que seu público-alvo são usuários de carro, que têm nos veículos elétricos uma opção para deslocamentos curtos sem trânsito e sem muito esforço físico. "Meu público não é composto por ciclistas, são pessoas que resolveram trocar o carro pela bicicleta elétrica. Em geral, são jovens antenados em tendências, profissionais liberais e, a maioria, mulheres", conta Bruno Affonso, 34, fundador da Lev, importadora de bicicletas elétricas. Confira bikes, patinetes e skates elétricos a partir de R$ 1.990.

Do UOL - Divulgação

Karina Yamamoto :/

Podem achar que estou meio repetitiva, mas esse lance de fazer compras sem carro... Deviam ser umas 11h deste domingo que ainda estava nublado e precisava comprar ingredientes para um macarrão para o almoço -- havia desistido de fazer as compras da semana de uma só vez e já planejava as compras parceladas durante a semana para ser viável trazer de ônibus. Mas... Já que eu não havia ido ao trabalho caminhando na quinta, optei por um supermercado que me faria caminhar por 40 minutos na ida e outros 40 na volta. Fui, comprei e voltei. Exausta e cheia de orgulho de mim mesma. Mas... (sim, outro mas) eu esqueci um dos quatro ingredientes que devia trazer. Comentei com a menina mais velha: vou "roubar", vou pegar o carro para buscar esse queijo aí... Ao que ela, uma adolescente esperta de 16 anos, respondeu, com outra pergunta: "Mas você não está [engajada] na semana da mobilidade? Se você conseguir dormir à noite..." Levantei e sai, a pé, para o mercado mais próximo. 40 minutos depois e com as panturrilhas reclamando, eu estava de volta em casa. PS: Para não dizer que não falei das flores: os ipês estão perdendo as flores e, ainda assim, a praça Amadeu Decome, na rua Cerro Corá quase esquina com Aurélia continua uma lindeza

Karina Yamamoto :/  - Karina Yamamoto/UOL

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