Dia Mundial Sem Carro

AcompanheComo é circular por SP, RJ e DF sem carro? Veja os relatos

Na Semana da Mobilidade, quando várias cidades do mundo realizam atividades em torno do Dia Mundial Sem Carro, em 22 de setembro, o UOL reuniu dezenas de pessoas para testar modais e contar sobre a experiência; acompanhe

Do UOL

Deixar o carro totalmente em casa talvez não seja para todos nem para todas as situações. Sabemos dos problemas e das dificuldades de quem depende do transporte público --ou de quem não pode depender só dele. Mas a ideia nesta semana foi mostrar que muitas vezes existem alternativas, que não custa nada a gente experimentar. Esperamos que você tenha aproveitado algumas das nossas dicas e experiências! Até a próxima!

Do UOL - Flávio Florido/UOL

Karina Yamamoto

Cidade dos carros. Para mim, esta é a definição de São Paulo. Parece que foi toda desenhada para ter avenidas e viadutos. Eu, que nasci e cresci numa cidade de 100 mil habitantes, que aprendi a dirigir aos 18 só porque todo mundo sabia, tive dificuldades em me adaptar. Em São Paulo, aprendi a andar de ônibus, metrô e trem. Também aprendi a perguntar mais de uma vez para verificar se estava no rumo certo. Logo que cheguei para estudar jornalismo na ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP (Universidade de São Paulo), o refresco do meu dia era passar em frente ao mercado de flores da avenida Dr. Arnaldo, em frente à Faculdade de Saúde Pública, também da USP (isso, que eu fotografei de dentro do ônibus em movimento no final de semana e coloquei no pé deste post). Aquele colorido fazia --e ainda faz-- meu dia mais positivo, animado, esperançoso. O tempo passou e eu, que dependia integramente do transporte público e das caronas, comecei a dirigir na cidade. Nunca gostei muito de estar ao volante, confesso. Era mais por necessidade que por gosto --quem tem criança pequena ou pouco tempo e muitos afazeres-- vai entender. Nessa Semana da Mobilidade, eu me lembrei muito do tempo em que eu não tinha carro para voltar da USP, em que eu passava frio esperando o ônibus no ponto. E agradeci que me locomover andando, com bicicleta ou de ônibus fosse uma opção. E fiquei desejando que esse fosse um direito de  todos os seres dessa cidade desproporcional, maluca e apaixonante.

Karina Yamamoto - Karina Yamamoto/UOL

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Patrícia Junqueira

A semana da mobilidade não mudou muito a minha rotina. Eu já tinha optado por priorizar o transporte público para ir ao trabalho. Mas eu estava priorizando daquele jeito, né? Em muitas segundas, quando eu queria dormir mais e esticar o fim de semana, acabava pegando o carro. E quando o tempo estava feio... E quando eu tinha outros compromissos fora do trabalho... Enfim, vivia cedendo à comodidade de ter o carro na garagem. Então, com a proposta de ficar sem usar o carro a semana toda, fiz duas descobertas maravilhosas: o ônibus que me leva numa boa --e em tempo ótimo-- de casa até a Cidade Universitária e a possibilidade de caminhar até o trabalho. A caminhada se mostrou necessária por questões de saúde: estou completamente fora de forma e qualquer ladeirinha me deixa sem fôlego. A semana da mobilidade acabou, mas eu não vou ceder à tentação das quatros rodas particulares. Está decidido: de agora em diante, o carro fica em casa quando eu precisar ir para a USP e vou adotar a caminhada uma vez por semana para ir até o trabalho (e quando eu estiver em forma, quero aumentar para três dias). E quem sabe no ano que vem eu não terei adotado a bicicleta como meio de transporte?

Wellington Ramalhoso

Ciclista fantasiada de Mulher Maravilha participa de bicicletada na avenida Paulista, em São Paulo. O evento reuniu dezenas de ciclistas vestidos de super heróis:

Wellington Ramalhoso - Wellington Ramalhoso/UOL

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Guilherme Balza

Nos últimos dias, usei vários meios de transporte entre minha casa e o trabalho. Moro em Mirandópolis, na Saúde, zona sul de São Paulo, e trabalho no UOL, que fica em Pinheiros, zona oeste, a cerca de 8 km de distância. Como moro e trabalho dentro do centro expandido e meu expediente é fora do horário de pico (14h às 22h), minha condição é privilegiada: tenho à disposição várias possibilidades de transporte e não preciso enfrentar o pico do trânsito ou a lotação do metrô e dos ônibus. Infelizmente esta não é a realidade da maioria da população das grandes cidades brasileiras.De carro, de carona com minha mulher, o tempo de casa ao trabalho foi de 25 minutos, o mesmo que gastei usando a bicicleta. De metrô (linhas 1, 2 e 4), o tempo foi de 45 minutos, exatamente igual ao de ônibus (linha 857-A Santa Cruz-Campo Limpo). Na comparação entre todas as modalidades, a bicicleta leva ampla vantagem. É o meio mais rápido, mais barato, mais saudável e mais prazeroso. Na comparação ônibus x metrô, os coletivos são mais vantajosos fora do horário de pico. Isso porque a linha que pego para exatamente em frente ao trabalho. No metrô, tenho que fazer duas baldeações e caminhar mais (1,5 km, contra 1 km no ônibus). A vantagem do metrô é a previsibilidade. O tempo gasto é praticamente o mesmo, seja qual for o horário. Já o ônibus está mais sujeito a variações. Depende do trânsito e do tempo que passa no ponto.Apesar de rápido (fora do horário de pico!), o carro é disparado o mais caro. Só o que pagaria de estacionamento por mês --sem contar despesas com manutenção, impostos e o próprio custo do carro-- equivale a tudo que gastaria com condução no mês. Além disso, o carro é o meio menos saudável e mais danoso do ponto de vista urbano. Ou seja, no meu caso, não há dúvida: o carro é a pior opção.

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Fabiana Uchinaka

Foram muitas as vantagens de trocar o carro pela bicicleta nesta semana, mas não posso deixar de comentar uma que, pelo menos para mim, é evidente: meu corpitcho mudou muito e pra melhor! Não achei que pedalar por uma hora durante cinco dias fosse capaz de fazer isto. Ao todo foram 50 km percorridos de bike, pernas tonificadas e abdômen mais sequinho. Não passsarei perto de uma academia tão cedo, salve salve amém! Desde que o meu filho nasceu, há um ano, eu não fazia qualquer exercício que não fosse levantamento de peso (hoje já são quase dez quilos de dobrinhas em forma de bebê) e rally de carrinho por calçadas esburacadas. Então, poder manter a forma sem prejudicar meu tempo livre é o máximo e, certamente, é algo que eu continuarei a fazer. Mas, mais do que isso, uma coisa que me tocou muito foi perceber que eu tirei meu filho da cadeirinha do carro, onde ele ODEIA ficar, e coloquei-o na cadeirinha da bici, onde ele vai apontando passarinhos e árvores, distribuindo sorrisos e tchauzinhos. Isto sim não tem preço. Durante toda a Semana da Mobilidade, uma frase martelou na minha cabeça: seja a mudança que quer ver no mundo. Não tenho vocação para Gandhi, mas senti que me abrir para uma pequena mudança desencadeou uma vontade doida de mudar muitas outras coisas ao meu redor e no meu dia-a-dia. Foi um efeito cascata: quero mais e mais qualidade de vida, viver de acordo com o que acredito, ser mais coerente; quero ocupar praças, lutar por melhores caminhos e colocar meu filho na rua. Quero mudar minha relação com o público e mudar meu olhar sobre a cidade. Eu quero e eu posso! Afinal, já aconteceu... Enfim, a experiência foi muito, muito bacana! Valeu!

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Manoela Pereira

A Semana da Mobilidade foi uma experiência transformadora. E meu primeiro desafio foi justamente transformar a minha boa vontade em obstinação, de modo que eu só pensasse em uma ÚNICA causa, pelo menos uma vez na vida (sou dessas que nunca cumpriu uma dieta, por exemplo). Me obriguei a virar fanática por mobilidade e nas formas alternativas de deslocamento. Virei uma pessoa monotemática e repetitiva, daquelas que "pregam" os benefícios da vida sem carro em mesa de bar. A ironia aqui é que uma das tarefas muito presentes no meu dia a dia é discutir o planejamento da cobertura jornalística do canal de... carros. E entre uma discussão sobre a potência da nova geração de motores 1.0  e o desempenho do novo Jaguar, eu só pensava mesmo no tema do próximo post e numa abordagem "esperta" que pudesse trazer algum tipo de informação relevante para quem estivesse acompanhando o blog. Mas teve um tema que eu não consegui abordar (por pura falta de tempo) e que não saiu da minha cabeça desde a semana passada: o uso do transporte público por deficientes físicos. Durante as minhas jornadas pela cidade, não encontrei nenhum deficiente físico usando ônibus ou metrô, e duvido que não exista a necessidade de deslocamento. Sei que a prefeitura de São Paulo oferece há muito tempo o Atende, que é um serviço diário e gratuito de vans para quem comprovar deficiência física com alto grau de severidade e dependência. Uma matéria publicada em fevereiro desde ano dizia que o serviço estava saturado, com 100 mil viagens por mês. Vi também que taxis adaptados para receber cadeiras de rodas já circulam pela cidade (os chamados taxis acessíveis), mas não tive tempo de embarcar em um deles para entender o volume de chamados, o perfil dos usuários e até o perfil do motorista. A Semana da Mobilidade acaba aqui, mas fico com a missão de desvendar os limites do nosso transporte público, que está longe de ser perfeito, mas deu passos importantíssimos nos últimos anos. 

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Marina Motomura

Meu último post nesta cobertura especial do UOL na semana da mobilidade é um mea culpa: apesar de não ter tido grandes problemas nos últimos dias, não, ainda não vou deixar meu carro na garagem. Explico aqui o porquê. Brasília é uma cidade de grandes distâncias e foi planejada visando ao reinado do automóvel. Têm sido feitas tentativas de melhorar o transporte público, como as faixas exclusivas para ônibus em algumas avenidas e algumas linhas de BRT. Mas ainda é pouco, muito pouco. Não há integração entre as poucas linhas de metrô e os ônibus, não há metrô na Asa Norte e em boa parte das cidades-satélites, não há bilhete único. Assim, usar o transporte público torna-se caro e lento. A situação se agrava com a setorização da cidade: para ir ao trabalho, vou ao setor de rádio e TV; para ir ao médico, ao setor hospitalar, e assim por diante. Ou seja, não dá para resolver tudo pertinho de casa a pé.  Somando-se ao fato de não existir um equivalente de "zona azul" (pode-se parar em qualquer lugar na rua sem pagar absolutamente nada), à quase inexistência de congestionamentos, aos descontos no IPVA para quem pede CPF na nota, ao IPI reduzido do governo e ao preço baixo do seguro, e, vòilá, tem-se o predomínio do carro sobre o transporte público. Confesso que não me orgulho da minha opção e estou pensando em comprar uma bicicleta. Mas, por enquanto, transporte público fica como segunda opção mesmo. 

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Do UOL

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, disse nesta segunda-feira (22), em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte, que o governo federal lançará uma linha de financiamento para bicicletas. A informação foi divulgada no Dia Mundial sem Carro, lembrado por ela. "As bicicletas hoje são feitas na Zona Franca de Manaus, e aí estamos pensando nessa linha de financiamento para, principalmente, regiões que tenham estrutura para usá-las." Dilma reiterou os feitos da administração federal para mobilidade urbana, com R$ 143 bilhões em obras construídas e em vias de serem terminadas em 2015 e 2016. Leia Mais

Rodrigo Bertolotto

Quer se sentir um "Easy Rider" pelas ruas de São Paulo? Hoje em dia, usar uma scooter elétrica é proibido. Ou seja, o usuário é um malfeitor, um marginal, quase um selvagem da motocicleta. As bicicletas, os skates e as lambretas elétricas chegaram ao mercado brasileiro, mas as autoridades ainda não sabem se tratam como brinquedo ou meio de transporte, e não sabem se exigem carteira de habilitação e placa... Confira no vídeo!

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Fernando Cymbaluk

Memórias de travessias de um rio - Atravessar a ponte sobre o rio Pinheiros de ônibus é chacoalhar e sacolejar. É sentir o fedor rápido, de raspão. É ver arranha-céus crescerem repentinamente na subida da ponte e se perderem na curva do rio, no horizonte. É ver a luz do sol ou de prédios refletidas numa água negra espelhada. É ouvir som de motor. É querer mais velocidade. Olhando pela janela, contra o parapeito, é um clipe, é imagem estroboscópica - rio! muro! rio! muro! rio! muro! grade! grade! grade! - freneticamente. Não é Recife, mas é profusão de pontes e overdrives, impressionantes esculturas de lama. É sentir vertigem. É descobrir que São Paulo é moderna demais. É uma experiência futurista. Atravessar a ponte sobre o rio Pinheiros de bicicleta é sentir as lajotas do piso tremendo debaixo dos pés. É encarar o fedor frente-a-frente. É observar do que é formada a ilha marrom no meio do rio - pneus, tênis, cocô. É ver o córrego espumando. É tomar uma baforada de fumaça. É sentir o ar quente. É ver gente apoiada no parapeito, apontando para uma moita, lá embaixo, onde se esconde uma capivara. Não é Paris, não é Londres, não tem romantismo, nem turista, nem cadeado do amor. Também não tem barquinho. Tem gente. Que desce apressada pela escada para a estação de trem. É saber que em São Paulo, mesmo não sendo Recife, a lama come mocambo e no mocambo tem molambo, que caiu lá no calçamento bem no sol do meio-dia, o carro passou por cima e o molambo ficou lá. Molambo eu e tu. É uma experiência surrealista. 

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Noelle Marques

Durante a Semana Mundial da Mobilidade, eu não mudei muito a minha rotina, pois eu já utilizo o transporte público normalmente. Uma das poucas alterações que eu fiz no meu dia a dia foi me manter acordada durante os trajetos. Como eu pego ônibus no ponto final, na maioria das vezes consigo um lugarzinho para sentar e, consequentemente, apagar. Sim, eu me entrego aos sonhos durante minhas viagens e, até agora, nunca tive nenhum contratempo. Mas, para esta semana especial, decidi me manter acordada e observar melhor o que acontecia a minha volta. E foi uma grata surpresa: pude ver gentilezas, como por exemplo, pessoas que se oferecem para segurar bolsas e mochilas de quem está de pé (também ofereci!), mas também pude ver grosserias, como pessoas que não cedem os lugares (mesmos os preferenciais) a quem tem mais necessidade, e situações peculiares, como motoristas errando o caminho e passageiros ajudando a voltar para rota. Essa semana serviu para reforçar ainda mais a minha teoria de que muitos problemas dos transportes públicos podem ser resolvidos ou amenizados pelos próprios usuários.

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Fernando Cymbaluk

No Brasil, mais de 13 milhões de pessoas possuem algum tipo de dificuldade motora, segundo dados do Censo de 2010. O número representa cerca de 6% da população do país. Pessoas em tal situação encontram, em maior ou menor grau, dificuldades de locomoção. Mas não só elas. Uma pessoa com mobilidade reduzida pode ser um idoso (pessoas com mais de 60 anos são 13% da população, segundo o IBGE), um portador de deficiência visual, uma mulher grávida, alguém com um pé machucado. Durante a semana dedicada a refletir sobre formas de transporte, vivenciei a experiência de ter minhas condições de mobilidade reduzidas devido a uma entorse de tornozelo, que contei em post anterior. O maior impacto, senti no fato de ter de ficar em casa. Não pude ir a uma peça de teatro encenada dentro de um trem, que queria relatar aqui no blog. Sai duas vezes de táxi para procurar atendimento médico. Em cada viagem de ida e volta, gastei cerca de R$ 70,00. Na situação em que estava, seria impossível ou, no mínimo, muito prejudicial, tentar usar qualquer outra forma de transporte. Hoje, ao vir para o trabalho, usando uma bota que imobiliza meu pé, contei com a atenção de uma mulher que prontamente me cedeu uma cadeira no ônibus lotado. Tive dificuldades para passar pelo corredor cheio de gente ao chegar ao meu destino. Certa vez, imaginei que carros poderiam ser um meio de transporte adaptado e destinado preferencialmente a quem não pode andar ou sofre para usar outras formas de transporte. Hoje, existem rampas em entradas da maioria dos prédios públicos, pisos táteis para deficientes visuais nas calçadas, acessibilidade para cadeirantes em ônibus. Alcançamos melhorias. Mas a cidade ainda não é para quem tem dificuldades para se locomover. Mesmo sendo essa uma situação que todos vivenciaremos em algum momento da vida, seja na velhice ou por outros motivos. Ontem, dia 21, foi o Dia Nacional de Luta dos Portadores de Deficiências. Pensar em uma cidade acessível passa por garantir mobilidade para quem possui limitações. Quem dera um dia o ônibus, o trem, a bicicleta, as calçadas, fossem plenamente utilizados por quem goza de boa saúde. E os carros, adaptados, automatizados, com toda a modernidade existente - e a preço também acessível - fossem destinados preferencialmente aos que possuem mobilidade reduzida. Seria ilógico pensar o transporte na cidade assim?  

Do UOL

Há espaço para todos? Em São Paulo, pedestres, carros e bicicletas se encontram em diversos pontos da cidade. Olhando de cima, nas principais ciclovias da cidade, isso não parece ser tão problemático... Confira no vídeo!

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Karina Yamamoto

Hoje, bem no Dia sem Carro, eu tinha aula na Cidade Universitária da USP (Universidade de São Paulo) entre 10h e 13h30 e, na sequência, às 14h, reunião semanal no trabalho. Sucumbi. Ou quase. Na ida, consegui carona com uma amiga, vizinha e estudante da USP. Mas na volta... Entre voltar de transporte público e almoçar, eu decidi por comer antes da reunião. Peguei um táxi e cheguei em 15 minutos.

Verônica Mambrini

A semana foi corrida: mal deu tempo para executar todos meus planos para contar aqui. Mas no fim, são coisas que eu já fiz e posso dividir como memórias. Um dia choveu e vim de táxi porque estava atrasada; voltei para casa andando, por cerca de 6,5 km, respirando o hálito de chuva que ainda respingava de leve das árvores. Cheguei em casa leve e bendizendo não estar presa no carro durante o engarrafamento monstro (claro que usar mochila em vez de bolsa torna possível essa escolha - que ombro aguentaria 6 km de bolsa de um lado só?). Sábado, passei no sacolão e essa mesma mochila, mais uma bolsa especial para bicicleta, me permitiram abastecer a geladeira para a quinzena. é incrível a quantidade de compras que uma bicicleta é capaz de carregar. Não consegui testar o skate elétrico que nos mandaram: pesado e grandalhão, não pode ser carregado no braço. Fiquei com medo de algo dar errado e me ver tendo que convencer algum taxista a levá-lo. No fim, a bicicleta foi a companheira fiel de sempre, poupando horas de estresse e deixando a rotina mais leve. Se de um lado nos poupa tempo, por outro a mobilidade por propulsão humana nos desacelera e nos devolve a vida na cidade. 

Verônica Mambrini - Verônica Mambrini

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Anna Fagundes

Caro motorista: pelo amor do que você considere sagrado, não pare seu carro na faixa de pedestres. E não fique buzinando para que os pedestres "andem logo" quando o cruzamento não tem farol. Especialmente se, entre os pedestres, estiverem crianças pequenas, que não tem ideia da sua pressa. Por incrível que pareça, a rua não é (só) sua! 

Marina Motomura

Neste Dia Mundial Sem Carro, a reportagem do UOL em Brasília foi conferir um protesto diferente: a ocupação de vagas de estacionamento com feira de trocas de livros e roupas, oficina de bikes e até show de rock. 

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Marina Motomura

No Dia Mundial Sem Carro, greve de transportes em Brasília. Rodoviários da Viação Pioneira e da Auto Viação Marechal estão de braços cruzados. Eles reinvidicam um adiantamento salarial de 40% dos funcionários que, segundo o sindicato da categoria, deveria ser depositado no sábado (20). Segundo o jornal "Correio Braziliense", com um total de 1.104 ônibus fora de circulação, a paralisação engloba duas das cinco bacias do transporte público do DF. As regiões afetadas são Itapoã, Paranoá, Jardim Botânico, Lago Sul, Candangolândia, Park Way, Santa Maria, São Sebastião, Gama, Guará, Águas Claras e parte de Taguatinga e Ceilândia.

Gabriela Fujita

Embora hoje seja o dia final da nossa Semana de Mobilidade, decidi que esta semana que se passou foi apenas a primeira de muitas adotando um novo jeito de me locomover em São Paulo. Ter o compromisso de relatar aqui nesse blog o meu dia a dia caminhando e pedalando acabou me incentivando a persistir, a lidar com a preguiça de acordar mais cedo, a planejar com mais cuidado meus horários, a aproveitar o desafio de transitar em São Paulo (porque isso é mesmo desafiador) para também me exercitar. Percebi que o sacrifício é pequeníssimo em comparação ao grande bem estar proporcionado pela experiência. E o que dizer do prazer do dever cumprido como cidadã, em prol do coletivo? Nesta segunda-feira (22), vim novamente pedalando para o trabalho e, ainda que fazendo o mesmo caminho pela terceira vez seguida nos últimos dias, descobri algo novo no trajeto de 30 minutos (20 de pedal + 10 caminhando): existe uma jaqueira bem pertinho do UOL, e ela está começando a dar frutos! Hummm! Adoro jaca! Quando elas estiverem maduras, se eu conseguir descolar uma dessas belezuras, a sobremesa vai estar garantida na redação! E na foto abaixo, meu capacete, fiel companheiro de pedalada e das futuras novas empreitadas.

Gabriela Fujita - Gabriela Fujita/UOL

Do UOL

Depois que o Datafolha apontou que a popularidade do prefeito subiu de 15% para 22% e que uma pesquisa revelou que 80% dos paulistanos aprovam as ciclovias na cidade, Fernando Haddad (PT) escolheu a bicicleta para ir nesta segunda-feira (22), Dia Mundial Sem Carro, de sua casa, na região do Paraíso, na zona sul, para a sede da administração municipal, no centro da capital paulista. Às 8h17, vestido de calça jeans, jaqueta esporte fino e tênis, ele começou o percurso. No trajeto, cometeu duas gafes ciclísticas: atravessou sobre a faixa de pedestres na rua Vergueiro, perto de sua casa, e fez a mesma manobra na rua Líbero Badaró, já ao lado da prefeitura. Pelo CTB (Código Brasileiro de Trânsito), Haddad deveria descer da bicicleta e se comportar como pedestre para atravessar na faixa. O prefeito também aproveitou para prometer ciclovias em todos os 96 distritos da capital.

Do UOL - Eduardo Knapp/Folhapress

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Priscila Tieppo

Adotei a caminhada como parte do meu caminho para o trabalho. De todos os itinerários que fiz nesses dias, este foi o mais vantajoso. Apesar de ter de sair de casa um pouco mais cedo, o benefício que vem em forma de disposição é recompensador. Meu ombro já me fez entender que para manter essa rotina vou precisar de uma mochila. Já prometi a mim mesma que compro em breve e, assim, vou evitar ter dores no ombro durante a caminhada. Filtro solar, garrafa de água e óculos escuros vão se tornar companheiros inseparáveis daqui pra frente. Saldo da semana da mobilidade: mais possibilidades de caminho e um bem-estar enorme!

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Camila Neumam

Tive muita dificuldade de aprender a dirigir. Diversas aulas de auto-escola não adiantavam, nem as que ofereciam sessões com psicólogos. Quem mudou essa história foi o senhor Paulo, 60, ex-caminhoneiro. Mesmo aposentado, ele costumava dar aulas de direção para pessoas habilitadas. Ele apareceu na minha vida quando eu tinha 25 anos e, em seis aulas, fui para a rua. A necessidade de dirigir 'bateu à porta' porque eu demorava duas horas para chegar ao trabalho de ônibus, e mais duas para retornar. Todos os dias eu dependia de uma carona até o ponto de ônibus mais próximo e depois tomava dois ônibus. Esse ‘pequeno milagre’ aconteceu porque o senhor Paulo era muito espirituoso. Fazia-me rir o tempo todo! Contava os minutos para ter aulas com aquele velhinho que falava muito sobre a vida dele. Qual é o jornalista que não gosta de boas histórias? Qual é o caminhoneiro que não tem várias para contar? Com os anos fui tendo mais segurança para dirigir. No começo era bom e bem confortável dentro do carro. O veículo era uma conquista, fruto do meu trabalho. Aí o tempo passou ainda mais e aquela sensação de prazer foi se transformando em irritação, estresse, perda de tempo. Eram duas horas por dia no trânsito, pelo menos. O senhor Paulo não havia me dito nada sobre isso. A diversão havia acabado. Claro que reconheço que, se não tivesse me mudado para um bairro próximo ao metrô, talvez ainda estivesse dentro do carro enlouquecendo mais a cada dia. Por isso preferi mudar e hoje quero continuar usando o transporte público o máximo possível.

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Fabiana Uchinaka

Vi os relatos da Karina Yamamoto e da Anna Fagundes sobre como fazer compras sem carro, lembrei da vez que a minha mãe alegou que não podia vender seu carro porque precisava dele "para poder fazer o supermercado do mês" (!!!) e decidi contar como eu resolvi isso na minha vida. Sempre fui adepta das compras via internet e costumo brincar que faço parte da comunidade imaginária "Se não vende pela internet, eu não compro (1 membro)". Acho uma diversão fazer supermercado (desde que não tenha que colocar e tirar tudo do carro), mas quando se tem um bebê o passeio pode, de repente, virar um show desastrado de malabarismo misturado com corrida maluca de aventura. Na Semana da Mobilidade, usei a bicicleta apenas para pequenas compras. O resto (produtos de limpeza, caixas de leite, abóbora japonesa, melão, pacote de cervejas e cia) veio do supermercado delivery... e da quitanda de orgânicos delivery... e também, mais nova descoberta, da zona cerealista delivery. Posso fazer as compras de noitão, até de madrugada se eu quiser, e não preciso fica pondo e tirando todos aqueles produtos do carrinho, depois da esteira do caixa, depois do carro e então do elevador... É tão mais simples. Não preciso pegar o carro para percorrer pequenas distâncias e não uso tantas sacolinhas. Pensando até em colar um adesivo atrás da minha bike: Eu <3 Delivery (quer comprar, pergunte-me como). Ou: mais entrega, menor motor! ;P

Do UOL

No Dia Mundial Sem Carro, o trânsito em São Paulo durante a manhã ficou dentro da média, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Às 10h, o volume de congestionamento na cidade foi de 76 quilômetros. A média para a segunda-feira nesta faixa de horário oscila entre 68 e 106 quilômetros. O trecho mais congestionado era a marginal Pinheiros, no sentido Castelo Branco, pela pista expressa entre as pontes João Dias e do Morumbi (4,2 km). O corredor Norte-Sul no sentido Santana, entre os viadutos Indianópolis e Tutoia, tinha 3,1 km de lentidão.

Do UOL - Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL

Para incentivar ainda mais o Dia Mundial Sem Carro, o UOL propôs um desafio ao piloto profissional da GP2 André Negrão: largar o carro em casa e circular pelas cinco regiões da cidade de São Paulo utilizando apenas o transporte público! Os pontos escolhidos foram: aeroporto de Congonhas, na zona sul, Parque da Juventude, na zona norte, Arena Corinthians, na zona leste, Mercado Municipal da Lapa, na zona oeste e a praça da Sé, no centro. Ele, que havia andado apenas uma vez de metrô, conta o que achou da experiência.

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Marina Motomura

Neste Dia Mundial Sem Carro, adotei novamente o micro-ônibus para fazer o percurso casa-trabalho. Saí de casa às 9h33 às 9h59 já estava no prédio do trabalho -- achei que ia me atrasar, mas cheguei em cima da hora. Isso só reforça o que sempre pensei do transporte público de Brasília: para ir do ponto A ao ponto B (se esses dois pontos forem dentro do Plano Piloto), não há grandes problemas. O problema é se você complexificar o trajeto: A - B - C, e depois de volta a A, por exemplo. Como não há integração nem bilhete único, o deslocamento se torna lento e caro. Para trajetos simples, geralmente o transporte público dá conta.

Do UOL

Você adotaria? Bicicletas, patinetes e até skates elétricos aparecem como meios alternativos de transporte. Empresários do segmento dizem que seu público-alvo são usuários de carro, que têm nos veículos elétricos uma opção para deslocamentos curtos sem trânsito e sem muito esforço físico. "Meu público não é composto por ciclistas, são pessoas que resolveram trocar o carro pela bicicleta elétrica. Em geral, são jovens antenados em tendências, profissionais liberais e, a maioria, mulheres", conta Bruno Affonso, 34, fundador da Lev, importadora de bicicletas elétricas. Confira bikes, patinetes e skates elétricos a partir de R$ 1.990.

Do UOL - Divulgação

Karina Yamamoto :/

Podem achar que estou meio repetitiva, mas esse lance de fazer compras sem carro... Deviam ser umas 11h deste domingo que ainda estava nublado e precisava comprar ingredientes para um macarrão para o almoço -- havia desistido de fazer as compras da semana de uma só vez e já planejava as compras parceladas durante a semana para ser viável trazer de ônibus. Mas... Já que eu não havia ido ao trabalho caminhando na quinta, optei por um supermercado que me faria caminhar por 40 minutos na ida e outros 40 na volta. Fui, comprei e voltei. Exausta e cheia de orgulho de mim mesma. Mas... (sim, outro mas) eu esqueci um dos quatro ingredientes que devia trazer. Comentei com a menina mais velha: vou "roubar", vou pegar o carro para buscar esse queijo aí... Ao que ela, uma adolescente esperta de 16 anos, respondeu, com outra pergunta: "Mas você não está [engajada] na semana da mobilidade? Se você conseguir dormir à noite..." Levantei e sai, a pé, para o mercado mais próximo. 40 minutos depois e com as panturrilhas reclamando, eu estava de volta em casa. PS: Para não dizer que não falei das flores: os ipês estão perdendo as flores e, ainda assim, a praça Amadeu Decome, na rua Cerro Corá quase esquina com Aurélia continua uma lindeza

Karina Yamamoto :/  - Karina Yamamoto/UOL

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Camila Neumam

Hoje sou entusiasta do metrô, dos ônibus e das caminhadas. Quando vivia na região do Butantã, em um bairro longe da estação de metrô de mesmo nome, deslocava-me basicamente de carro. Ao passar a viver no bairro do Paraíso, onde a estação fica a quatro quadras de casa, comecei a usar o metrô para ir ao trabalho algumas vezes, mas não raro pegava o carro achando que seria mais rápido assim. Descobri, no entanto, que no horário de pico, realmente vale a pena ir de metrô, mesmo passando por algum aperto e cruzando com pessoas pouco corteses. Com essa mudança, ganhei tempo, algo precioso na capital paulista. E digo tempo para fazer coisas que eu gosto, como ler, ir ao cinema, arrumar minhas tralhas em casa. Comecei até a cozinhar, porque não chego tão tarde. Ontem sai do UOL às 19h20 e fui ao cinema na rua Augusta, região central de São Paulo. Cheguei rapidamente e consegui pegar uma sessão às 19h50. Assisti ao filme “Magia ao luar”, do Woody Allen, que recomendo. Quando o filme acabou, por volta das 21h20, fui comer em um restaurante na mesma rua e depois resolvi ir para casa. Mesmo com a mochila nas costas, fui caminhando para tomar um ônibus mais a frente. Andei pela avenida Paulista, sentido Vila Mariana. Quando notei, faltava pouco para chegar a minha casa e continuei. Resultado: em 45 minutos devo ter andado por uns dois bairros. Há caminhos que podem ser feitos a pé, basta ter tempo e disposição. 

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Fabiana Uchinaka

Hoje tenho um casamento em Maresias, no litoral norte de S?ão Paulo, o que me deixou um pouco tensa: como faria para me manter dentro da proposta da Semana da Mobilidade? Poderia pegar um ônibus até o litoral ou poderia até descer de bicicleta pelas rotas cicloturísticas da Serra do Mar. Morro de vontade de fazer este passeio, mas, como tenho uma criança pequena envolvida na história, desta vez preferi optar pela carona. Resolvi testar o site Tripda.com.br, um serviço online de caronas entre cidades lançado recentemente. A ideia ali é que os motoristas dividam as vagas em seus carros para quem precisa. Segundo Eduardo Prota, responsável pelo projeto, "uma carona pode tirar até três carros da rua, além de reduzir custos com transporte, conectar pessoas e estimular a economia compartilhada”. Soava sustentável. Quando entrei, uma moça oferecia carona de Campinas, no interior, para São Paulo, capital, no domingo por R$ 20. Dá para saber, por exemplo, que ela tem um Citroën C4, com espaço para bagagens médias, aceita fazer pequenos desvios e já ofereceu carona 29 vezes. Há o depoimento de uma pessoa que viajou com ela e gostou. Também encontrei viagens em outros Estados, como RJ, DF, MG e TO, ou seja, parece bem diverso, embora incipiente. No dia que eu precisei, não tinha ninguém indo para o litoral... O jeito foi pegar carona com conhecidos mesmo.

Do UOL

Entrevistamos diversos ciclistas que usam a ciclovia da avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste de São Paulo, e eles apontaram os problemas da via

Rodrigo Bertolotto

A primeira reação seria reclamar que a carroça está atrapalhando o livre trânsito de pedestres na calçada do Largo de Pinheiros, em São Paulo. Mas o "mi-mi-mi" é desarmado pela frase pintada no veículo de tração humana. Os catadores, carroceiros, coletores ou como você quiser chamar são parte da nossa paisagem consumista de terceiro mundo. Eles fazem seu extrativismo urbano em um ritmo mais lento que os estressados do trânsito. Por isso, afunilam o caminho dos carros e estacionam em calçadas em sua missão de esconder os escombros do consumo. São pessoas que foram descartadas pela sociedade como os objetos que carregam. Sumiram da economia formal, mas não das ruas. Eles escancaram que o problema do trânsito é só parte do problema maior. Mas, ocupando seus espaços nas avenidas e calçadas, eles ganham visibilidade. Nada como atrapalhar o trânsito para chamar a atenção.

Rodrigo Bertolotto - Rodrigo Bertolotto/UOL

Do UOL

Viu essa? As empresas que criarem vestiário e bicicletários em São Paulo poderão ter desconto no IPTU, um dos principais impostos municipais.A medida faz parte de um pacote de incentivos da prefeitura para companhias sustentáveis, que deve ser lançado até o fim do ano, e reforça uma das bandeiras da gestão Fernando Haddad (PT): a implantação de ciclovias. Leia Mais

Karina Yamamoto =)

Nos períodos em que resolvi deixar o carro na garagem -- esta não é a primeira vez --, eu sei que não posso bobear com as compras para a casa. Nada de deixar para comprar muita coisa, fica ruim para trazer no ônibus. Ontem, eu tinha que pegar umas roupas para o mais novo, adquirir um chip pré-pago e não havia mais requeijão em casa. Fui ao shopping logo após minha jornada e, depois, parti de ônibus para casa.

Karina Yamamoto =) - Karina Yamamoto/UOL

Manoela Pereira

Achei graça no "post-paródia" que o Leandro Prazeres publicou por aqui às 11h31 sobre a falta de sinalização nos pontos de ônibus da cidade de São Paulo. Esse tema me fez lembrar a história de um amigo estrangeiro que, recém chegado à cidade, tinha de se virar de transporte público. E foi justamente pra mim que ele perguntou pela primeira vez como fazia para andar de ônibus pela capital. O ano era 2001 (13 anos atrás, portanto) e na época muitos pontos da cidade ainda eram sinalizados com um simples poste de madeira. Era o tempo dos pontos vermelhos (as cores mudavam de acordo com a gestão da prefeitura), sem placa, abrigo de chuva e banco de espera, como na foto abaixo. E o desafio era explicar para um cara que mal falava português que toda vez que ele visse um poste vermelho espetado na calçada era para esperar tranquilo por ali que uma hora um ônibus chegaria, como uma mágica. Mas qual ônibus? Pra onde eles vão? Em 2001 não existiam smartphones, mapas interativos e aplicativos de celular. Saber andar de ônibus por SP era praticamente uma virtude: "Esse aí é fera, pega ônibus bem, conhece todas as linhas da cidade". E era no boca a boca que você se virava, na base da indicação. E meu amigo gringo foi "criando calo", ficando bom no negócio do ônibus e de quebra aprendia a falar o português dos motoristas e dos cobradores, fazendo bate-volta no ponto final. Ontem tive de pegar um ônibus na Vila Madalena, na esquina da Harmonia com a Rodésia. O ponto continuava desse mesmo jeito: um poste de madeira enterrado na calçada. E olha que a Vila Madá ainda recebe muitos estrangeiro na área. Imagina na Copa.   

Manoela Pereira - Reprodução

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Gustavo Basso

Moro no centro de São Paulo há cerca de três anos, e desde então cerca de 90% dos meus deslocamentos é feito exclusivamente de bicicleta. Em três anos deu pra observar algumas coisas. Sobretudo circular em diferentes horários (inclusive poucos usuais, como de madrugada). Já tive a bicicleta furtada no viaduto do Chá, apesar de deixá-la com corrente e cadeado fortes. Uma solução para isto foi comprar não uma corrente, mas uma barra com cadeado, feita para bicicleta, mas que se parece àqueles bloqueadores de volante usados em carros (hoje já um pouco fora de moda). Já fui hostilizado por motoristas --noites de sexta e sábado são piores que manhãs no rush, neste sentido. Por circular sobretudo em vias sem separação para bicicletas --principalmente nas avenidas Paulista e Rebouças-- acabo disputando espaço com motociclistas, que tampouco são pacientes. Apesar disso, os casos são bem menos comuns que uma ação que considero um problema entre ciclistas. Muitos aproveitam que bicicleta não tem placa para passar no semáforo vermelho ou desrespeitar faixa de pedestres. Acredito que não se pode ter dois pesos e duas medidas. Para exigir respeito, é necessário também respeitar, e quando se está de bicicleta na rua, é necessário observar as regras de trânsito do mesmo modo que os veículos motorizados fazem. Penso que circular em um trecho na contramão para evitar uma subida íngreme ou uma volta grande e cansativa pode ser válido. Mas não foram poucos os casos em que observei outro ciclista cruzar com o sinal fechado em vias planas, em descida, subida. Ou seja, sem justificativa.

Gabriela Fujita

Hoje a paulistanada me surpreendeu! E o Bike Sampa quase me deixa na mão... Acordei tarde para ir ao trabalho andando (levo 1 hora), mas ainda em tempo de sair de bicicleta (gastando os mesmos 30 minutos que levaria de ônibus/metrô). Acontece que, ao chegar à estação do Bike Sampa mais perto da minha casa, cadê as bicicletas? Nenhumazinha, todas já tinham sido retiradas, e eram 6h40! Acionei o aplicativo no celular para localizar a estação mais próxima; me diz se ele funcionou? Tela travada... Comecei, então, a fazer o caminho a pé e, depois de 15 minutos, o serviço voltou a funcionar: consegui achar um novo ponto para retirar a bike, mas só havia uma disponível. Sério, comecei a correr da esquina onde eu estava para não perdê-la! Será que os paulistanos decidiram pedalar nesta sexta-feira chuvosa? Fiz o trajeto em uns 20 minutos até o UOL, e antes de a chuva chegar! Na foto, a bike que me acompanhou hoje, me esperando na estação perto da avenida Nove de Julho.

Gabriela Fujita - Gabriela Fujita/UOL

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Do UOL

Sabia? O número de paulistanos usando bicicletas como meio de transporte cresceu 50% em 2014, segundo a pesquisa Ibope divulgada ontem. Em um ano a capital ganhou 86,1 mil ciclistas frequentes --período que coincide, em parte, com a ampliação da malha cicloviária da cidade. Antes, eram 174,1 mil pessoas usavam bicicletas todos os dias, atualmente são 261 mil. Em 2013, havia apenas 63 km de canaletas exclusivas para bicicletas. Desde junho passado, quando a gestão Fernando Haddad (PT) passou a priorizá-las, foram inaugurados mais 70,6 km de ciclovias, totalizando 133,6 km. Por outro lado, apesar das políticas adotadas para ampliar o uso de ônibus e bicicletas, a migração para os carros continua forte. O número de paulistanos com carro em casa subiu dez pontos porcentuais desde o ano passado. Para o consultor em trânsito Alexandre zum Winkel, o brasileiro é culturalmente apegado ao automóvel. "Você pode construir a quantidade de metrô e corredor de ônibus que for, o número de carros não vai cair. É um problema cultural. Existem alguns produtos materiais, entre eles o carro, que são prova de que o brasileiro cresceu na vida. É uma forma de status." Leia Mais

Wellington Ramalhoso

O Paraíso pode ser, desculpe o trocadilho, infernal. Tentar embarcar no sentido Vila Madalena da linha 2-verde do metrô de SP na estação Paraíso pela manhã não é mole. A estação tem conexão com a linha 1-azul, e a plataforma está quase sempre cheia. A disputa por espaço já começa ali. Com o aperto, há usuários que avançam a faixa amarela, marca de segurança para evitar acidentes. O trem vem bem carregado. É comum ter de esperar um segundo ou terceiro trem para conseguir embarcar, o que aumenta consideravelmente o tempo usado no transporte. No trem, o aperto maior não dura tanto, felizmente. Muita gente desce na estação seguinte, a Brigadeiro, já sob a avenida Paulista. 

Wellington Ramalhoso - Wellington Ramalhoso/UOL

Fabiana Uchinaka

Eis o que o especialista em mobilidade urbana Mikael Colville-Andersen, responsável pelo Copenhagenize Design Co. e pelo Cycle Chic, me disse sobre o estilo na hora de pedalar: "Não existe isso de roupa para pedestre ou roupa para quem anda de ônibus, então ciclistas não precisam de roupas especiais. Os 'bike geeks' tentam dizer para você que use todas aquelas roupas de pateta. Isto não é vender ciclismo urbano, é prejudicar o desenvolvimento". O lema do blog é: "Vista-se para o seu destino, não para sua jornada". Confira algumas fotos dos ciclistas da Dinamarca publicadas por ele:  

Fabiana Uchinaka - Reprodução/Cycle Chic

Fabiana Uchinaka

Já vi gente dizendo que só pobre anda de bicicleta em SP. Já vi gente dizendo que ciclovia é só para os hipsters. Quer dizer... Obviamente, tem todo tipo de gente invadindo as vias com suas magrelas, bote o pé na rua e verás que coisa linda. Mas tenho visto mesmo cada vez mais pessoas estilosas andando de bicicleta. Eu defendo muito isso de manter seu estilo: é transporte, não é spinning! Já andei de bicicleta usando meia calça, vestidinho, bota de salto... Quanto mais eu pago de gatinha, mais satisfação eu sinto! :) Aprendi algumas coisas com a experiência, então aqui vão algumas dicas: se você adora uma saia ou um vestido, veja este vídeo; sapatilhas saem do pé e podem voar pelo meio do caminho (mesmo assim, não abro mão e já perdi a conta de quantas vezes precisei correr atrás das minhas no meio da rua, para alegria do meu marido); echarpes e lenços são ótimos para garantir um glamour e também ajudam a proteger do vento, mas cuidado que escorregam do pescoço e podem enganchar na bicicleta (eu passei a amarrar bem enquanto pedalo e depois eu solto); sapatos com sola de borracha seguram melhor no pedal; escolha bem os óculos escuros, porque alguns escorregam do nariz depois que você sua um pouco; cuidado com a barra da calça (dobre bem para não enganchar na corrente); não adianta investir em altos penteados que serão amassados pelo capacete --lá fora eles já acharam uma linda solução para isto (veja aqui). Morri de vontade de comprar um capacete invisível para pode andar de cabelos ao vento, mas custava uns R$ 900! Abaixo meu look de hoje mostra a calça já dobrada, a sapatilha de sola de borracha e o lenço ainda comprido.

Fabiana Uchinaka - Fabiana Uchinaka/UOL

Mirthyani Bezerra

Eu e a Fabiana Maranhão estamos no centro de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Caminhávamos há pouco pela avenida Thomaz Galhardo, e observamos que na via há uma extensa ciclofaixa, tão movimentada quanto o espaço destinado aos carros, ônibus e motocicletas. As pessoas parecem usar bastante a bicicleta para se locomover no centro da cidade. Há muitas lojas de magrelinhas à venda na avenida e bicicletários espalhados pela cidade. No caminho que trilhamos - algo como seis quadras -, não vimos carros estacionados no espaço destinado às bicicletas. 

Mirthyani Bezerra - Mirthyani Bezerra/UOL

Rodrigo Bertolotto

Mobilidade, flexibilidade e urbanidade. Fora todas as palavras da moda, uma bicicleta dobrável possibilita a você tirar uma chinfra na firma transformando as baias e os corredores em trilhas. O carpete vira uma ciclofaixa, e você pode estacionar seu meio de transporte do lado da sua “estação de trabalho”. O bicicletário ficou para trás, lá no subsolo, cheio daquelas magrelas comuns e fixas. Como ela tem dois pontos dobráveis, cabe no elevador, no porta-malas, no ônibus, no metrô  e qualquer canto. Por outro lado, no primeiro contato com o modelo que foi emprestado para UOL fazer teste, eu me senti como um macaquinho de circo tentando se equilibrar em um monociclo. As rodas menores aumentam a instabilidade da bicicleta, e você perde um pouco o controle nas partidas e nas curvas. Isso, porém, passa logo com a prática. Fui e voltei do trabalho para casa e não vi grandes diferenças com a bicicleta que eu tenho, afinal, não costumo correr. Aumentei o cuidado com buracos por conta da roda menor e da instabilidade. Mas gostei da postura em que você fica com o guidão mais alto que a mountain bike que tenho. Como você fica mais reto, parece que você está a pé, mas pedalando.  Apesar do preço salgado, recomendo para quem pensa o ciclismo como meio de transporte mais do que uma atividade física

Rodrigo Bertolotto - Denis Armelini/UOL

Gabriela Fujita

Não deu para postar ontem à noite, então conto agora como foi o retorno para casa depois de um dia começado pedalando. Acabei fazendo na volta o que já é minha rotina: metade do caminho de ônibus e a outra parte a pé. Aproveitei para registrar uma situação muito comum para todos os caminhantes: motorista que não dá a vez –de jeito nenhum—para quem precisa atravessar a rua. Encontrei a Maria Aparecida perto da região da avenida Paulista, por volta de umas 19h30, tentando e não conseguindo usar o seu direito de atravessar na faixa de pedestre. A educação de muitos donos de carros é ‘suína’, como diria o outro... Veja no vídeo o que ela me contou.

Paula Bianchi

Como precisava resolver algumas burocracias no centro antes do trabalho, fui de ônibus até a região. Na volta, decidi percorrer os cerca de 2 km que me separavam do UOL de bicicleta e, de quebra, testar as ciclovias e o sistema de compartilhamento de bikes do centrão. Costumo pedalar muito pela zona sul, mas aqui, como a área é confusa e com muitos ônibus, evito. À época da derrubada do viaduto da perimetral, em novembro do ano passado, a Prefeitura anunciou a construção de três ciclovias na região e sugeriu que os moradores passassem a usar o transporte público e a bicicleta para se descolar pelo centro e, assim, fugir do congestionamento. Achar uma bicicleta foi fácil, já o começo da ciclovia, nem tanto. Não há sinalização e os caminhos simplesmente começam e terminam sem explicação. Escolhi uma rua menor, paralela à avenida Rio Branco, e segui. Algumas quadras depois, encontrei a bendita ciclovia. Parei para fotografar e acompanhei o momento em que um ônibus invadiu a faixa vermelha reservada às bicicletas. Por todo o caminho as placas de contenção amarelas que separavam a ciclovia da rua estavam meio mexidas, possivelmente por conta dos carros e coletivos que volta e meio tiram lasquinhas da pista reservada aos ciclistas. Perto do UOL a ciclovia tomou outro rumo e fui, pela rua, até a estação mais próxima largar a bike. Cruzei com apenas com dois ciclistas do começo da ciclovia até o fim do meu percurso. Outros dois cruzaram comigo, pedalando pela rua, quando eu caminhava até a redação. Se a ideia é que as pessoas usem mais a bicicleta no centro, não faria mais sentido que houvesse sinalização de onde há ciclovias e que elas realmente levassem os ciclistas de um ponto a outro? As duas estações de bicicleta que usei estavam a quadras da ciclovia, e o caminho só me serviu por cerca de 700 metros e depois sumiu em uma calçada qualquer.

Paula Bianchi - Paula Bianchi/UOL

Guilherme Balza

Registrei, com uma câmera acoplada ao capacete, o percurso de bicicleta entre a minha casa, em Mirandópolis, região da Saúde, zona sul de São Paulo, e o prédio do UOL, em Pinheiros, na zona oeste. Ao longo do meu caminho, que é praticamente todo plano, não há ciclovias, exceto em um pequeno trecho da avenida Faria Lima. Entre as avenidas República do Líbano e Hélio Pellegrino, é preciso disputar espaço com os carros. Diferente do que muitos relatam, nunca tive problemas com motoristas. Uso a bicicleta com frequência para ir trabalhar há mais de um ano. Nesse período, ouvi uns dois resmungos de motoristas, somente. O risco sempre existe, mas o uso adequado dos equipamentos de segurança (capacete, sinalização) e a atenção constante do ciclista diminuem drasticamente o perigo. Confira no vídeo abaixo

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Anna Fagundes

E o que você faz quando precisa fazer uma série de coisas na rua - como devolver livro na biblioteca, ir aos Correios, levar filho na escola e por fim ir trabalhar - e está chovendo? Bem, se você não tem carro, você se arma de um guarda-chuva, uma mochila e muita paciência. Por sorte, a rota das obrigações matutinas era coberta por ônibus e metrô, então consegui fazer todas as tarefas a tempo, mesmo que em velocidade reduzida - se não é a do ônibus, é a minha desviando de poças, buracos ou chão escorregadio no caminho. Meu filho veio junto em todo o trajeto; com capa de chuva e galochas e sentado no colo no ônibus e no metrô (obrigada, pessoal que cedeu o assento), ele se divertiu mais do que eu. A minha preocupação é o fim da tarde: se continuar chovendo, haja mais paciência...!

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Karina Yamamoto

Não basta ser filho, tem que participar! Coloquei meus dois filhos adolescentes na empreitada da "Semana da Mobilidade" -- eles nem me xingaram. Em geral, eu levo os dois ao colégio -- que fica a 10 minutos de carro de casa. Usar o carro significa ganhar 10 minutos de manhã, o que para uma família de dominhocos é um tempo e tanto. Ainda não perguntei o que eles estão achando. E ainda estou pensando se vou perguntar. Opa, esqueci  de dizer: eles têm ido de ônibus e hoje, a mais velha arrumou uma carona em 15 minutos <3

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Priscila Tieppo

Comecei o dia pesquisando na internet possíveis itinerários para me levar ao trabalho. Não aparece, entre as opções mais rápidas, nenhum percurso sem incluir o metrô. E quando aparece, a sugestão é usar três ônibus pelo menos. O que facilita a chegada ao trabalho é ter a linha amarela interligada com a linha vermelha do metrô. Usando apenas ônibus devo demorar cerca de duas horas para chegar à avenida Brigadeiro Faria Lima, mas com o metrô o percurso fica entre 40 minutos e uma hora. Olhando o site da SPTrans, onde é possível simular itinerários, fiquei imaginando que seria muito útil mostrar os caminhos com ciclovias para quem quiser ir de bicicleta, nem que seja apenas parte do percurso. Depois que li os relatos dos colegas por aqui, fiquei com vontade de pedalar na cidade, mas vou ter que esperar as ciclofaixas aparecerem perto de casa. 

Leandro Prazeres

O que que eu quero na Semana da Mobilidade, Mário Alberto? Eu quero uma placa. Agora você repara que eu não falei cartaz, painel, um adesivinho mequetrefe, um “poxxxxxti”. Eu falei uma PLACA. PLA - pausa pedagógica - CA. Agora, eu não quero uma placa de metal bem resistente, com pintura antioxidante e antifurto com os itinerários dos ônibus só pra você. Eu quero uma placa que vá servir pro teu chefe, pro meu personal trainer, para o Malvino Salvador, para o George Clooney, para aquele rapaz que faz piadas na internet... pro time da Nigéria, pro Exército de Israel e até pro Zezinho, o porteiro do meu prédio. Quem sabe até pro meu irmão, que mora em Cuiabá e se perde quando vem pra cá. Mas eu não quero uma placa só no meu ponto. Eu quero uma placa em todos os pontos da cidade de São Paulo, com versão em braille, e todas ao mesmo tempo... Eu quero ver tanta placa, tanto mapa, que eu vou saber de cor que ônibus eu pego pra sair do Butantã pra chegar à Penha, ainda que eu não tenha nada pra fazer por lá, por enquanto. E eu queria também um placar que me dissesse a que horas o ônibus vai passar. Sabe, parada de ônibus inteligente. Coloca no Google que você vai saber o que é. Eu quero chegar na parada e, sem muita demora, saber a que horas vai passar o próximo ônibus e pra onde ele vai sem ter que perguntar pro picolezeiro, pipoqueiro, pra moça da floricultura, pro motorista ou pro cobrador. Eu quero que fique tão fácil ter essa informação que quando alguém me perguntar que ônibus vai para o Campo Limpo eu vou passar recibo, dar beijinho no ombro e falar: olha a placa. É isso o que eu quero, Mário Alberto. E você? 

Leandro Prazeres - Reprodução/Youtube/Porta dos Fundos

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Do UOL

Sabia? A oitava edição da Virada Esportiva, evento que promove a prática de esportes em diversas regiões da cidade, acontece neste final de semana. Em 2013, segundo balanço feito pela Prefeitura de São Paulo, os meios de transportes mais utilizados para chegar até as atividades da programação foram: o carro (36,8%), o ônibus (26,1%), a pé (18,6%), o metrô (7,9%), a bicicleta (5,5%) e o trem (5,1%). Já que o evento incentiva a atividade física, por que não aproveitamos esta edição para começar a nos exercitar desde a locomoção?

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Camila Neumam

Dormir ouvindo a chuva é uma delícia. Andar na rua debaixo de chuva, não. Eu havia programado caminhar do Paraíso até a avenida Paulista pela manhã, quando notei o céu ficando cada vez mais cinza, com nuvens carregadas. Tenho carro, e a tentação de descer até a garagem foi enorme, mas resisti! A alternativa foi trocar um casaco de algodão por um impermeável com capuz e sair. Não tenho guarda-chuva (ainda). Só senti os pingos de chuva quando estava pertinho do meu destino, uma academia na Paulista, por volta das 7h50. No caminho até passei por ambulantes que vendiam guarda-chuvas por R$ 20. Achei caro e não comprei. Ouvi de um deles: "Tem por dez, mão de vaca". Achei divertido!

Marcos de Souza

Ontem, saí da rotina e tive que levar o carro para uma oficina. São apenas 2 km de distância, mas perdi meia hora (!) de meu dia. Na oficina, curiosamente, o dono, seu Aurélio, veio conversar sobre a quantidade de empregos gerados pela indústria automobilística. Ele é um cara apaixonado por carros, estudou mecânica na Ferrari, na Itália, e vive disso. Eu lembrei que –de fato– o automóvel é uma ferramenta excelente para momentos de emergência, transportar cargas pesadas e viajar, mas não mais para andar na cidade. Expliquei também que na Alemanha, berço da Mercedez, da Audi e da BMW, as pessoas têm mais veículos per capita do que no Brasil. Mesmo assim, lá o uso do carro é bastante controlado  e raramente se vêem engarrafamentos comparáveis aos das cidades brasileiras. "É, na Itália e na Alemanha, as pessoas andam de metrô, de trem, de bonde e lá essas coisas funcionam muito bem", concordou Aurélio, enquanto me passava o gordo orçamento do conserto. Assutado com os números, deixei o carro e saí caminhando até a estação do metrô, para ir ao trabalho. Lá na Praça da Sé, cheguei  bem a tempo de ver o conflito entre um carro que invadiu a nova ciclovia e dois ciclistas que vinham em sentido contrário. Os dois rapazes, um deles entregador de alimentos, aguardaram pacientemente que o carro saísse da via. E seguiram pedalando, felizes da vida. Confesso que também fiquei contente. :)

Marcos de Souza - Marcos de Souza/UOL

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Noelle Marques

Moro em Guarulhos e tenho algumas alternativas para chegar ao trabalho, que fica no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Nesta sexta-feira (19), eu escolhi pegar um ônibus intermunicipal perto de casa e pegar o metrô. Toda vez que pego este ônibus, da linha 578- Vila Moreira/Metrô Armênia, chego atrasada e o encontro já no farol, bem depois do ponto. Entretanto, os motoristas, que já são meus conhecidos, são muito legais e me deixam embarcar mesmo assim. Então, vou aproveitar o espaço para agradecê-los pela ajuda e simpatia diária! Valeu, pessoal!

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Fabiana Uchinaka

Abri a janela e levei um susto: putzgrilaeagora, CHOVEU! Acho que quem mora em São Paulo nos últimos tempos esqueceu que este tipo de fenômeno raro pode acontecer. Eu esqueci. Olhei a rua toda molhada e fiquei pensando na minha bicicleta estacionada em local totalmente descoberto. Corri para me arrumar e sair um pouco mais cedo, achando que poderia ter algum tipo de transtorno no meio do caminho. Quando fui pegar a bike, vi que a cadeirinha do filhote estava toda molhada, mas o banco dava para secar rapidinho. Por sorte, bem ontem, resolvi não deixar os capacetes na cestinha. No fim deu tudo certo, o tempo estava firme, não peguei nenhum ponto alagado e só senti o pedal mais escorregadio... Espero que a parte almofadada da cadeirinha seque a tempo de buscar o Lucas no berçário. É muito errado, dadas as circunstâncias, torcer para não chover na hora de voltar para casa? :/

Bruna Monteiro de Barros

Passar a usar o transporte coletivo não foi só um meio de me locomover com mais tranquilidade. Foi também um reencontro com a humanidade. Voltei a me sentir um exemplar de homo sapiens. No trânsito, quando acontece uma gentileza ou uma grosseria, o ato parte de um objeto, e não de uma pessoa. O Corolla preto te deu uma fechada ou o Gol prata te deu passagem. Se você trocar olhar com outro motorista, é provável que vocês já estejam prestes a sair na mão. Agradecemos com uma piscada de farol ou com uma buzinada. E também reclamamos com as mesmas ferramentas, mudando o ritmo e a intensidade. Usar as mãos pode ser um problema, e uma confusão pode transformar um pedido de desculpas em uma mandada para "aquele lugar". Palavras raramente são ouvidas além dos vidros escurecidos. No ônibus ou no metrô, é olho no olho. Bípedes, dependemos todos das mesmas rodas ou dos mesmos trilhos. Alguns podem ser mais apressados e precisam costurar entre seus pares. Mas, uma vez dentro da composição, chegaremos todos juntos, não adianta chiar. No percurso eu vejo rostos. Adoro rostos: tranquilos, atentos, aflitos, suados, pensativos, sonolentos, cansados, animados, jovens ou velhos. Por mais que nos afundemos nos nossos celulares, livros ou pensamentos, é possível ouvir um agradecimento em voz baixa quando joelhos se afastam para dar passagem para a cadeira ao lado. E é fácil perceber uma mexidinha da cabeça agradecendo quando alguém tira a perna do corredor para você passar. E cada ser tem o poder de tirar dali aquilo que lhe é de direito. Ação e reação. Aprendi logo que a máxima "o povo é mal educado e mal humorado" era mais um reflexo do meu estado de espírito do que o contrário. Percebi que ser gentil, ser cordial e sorrir te cobre com uma capa protetora e a maioria à sua volta te trata bem. Uma piada num vagão lotado às seis da tarde é tiro-e-queda para uma viagem agradável. Agradecer ao cobrador por simplesmente estar ali ou cumprimentar o motorista do ônibus - não importa a pressa ou a lotação - são atos que eu levo no dia a dia para tornar minha viagem muito mais prazerosa. Apertada ou sentada, eu sigo meu destino, sempre em movimento, no meio dos meus pares, esses humanos que circulam. 

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Do UOL

Internautas mandam seus relatos: "No meu último emprego, eu ia de bicicleta. Era longe e eu andava em uma velocidade bem alta, ou seja, chegava pingando de suor, mas não tinha como tomar banho lá. Se não é possível tomar banho no trabalho a dica é tomar banho antes de sair, pois assim o suor não tem cheiro (já que a pele está limpa). E quando chegar no trabalho, só precisa se secar com uma toalhinha (e, se quiser garantir, lenços umedecidos ajudam) e trocar de roupa, coisas que se pode fazer tranquilamente no banheiro :)", dica da Tânia B. Nielsen

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Do UOL

Internautas mandam seus relatos: "Trabalho a 7 km de casa e, desde a implantação das faixas exclusivas de ônibus no corredor Norte-Sul, este trajeto passou de 15 minutos para 45 minutos de carro. Assim, comprei uma bike elétrica e agora faço o mesmo trajeto em 12 minutos. Às vezes dá preguiça, mas sempre compensa o tempo perdido no trânsito", disse wsaba

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Do UOL

Internautas mandam seus relatos: "Eu moro a 5 km do trabalho e vou de bike, subo duas ladeiras levando roupa e almoço. Não passo por nenhuma ciclofaixa ou ciclovia, não há chuveiro no trabalho e nada disso me faz trocar a gratuidade e liberdade da bike por transporte coletivo, muito menos carro", contou Silvia

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Do UOL

Internautas mandam seus relatos: "Moro em Santos, trabalho e estudo em São Paulo. Durante dois anos estacionei o carro ao lado da faculdade no período da manhã, pegava minha bicicleta que já dormia no estacionamento e pedalava cerca de 3 km até o trabalho. Ida e volta. No período de chuva usava a capa, mas não abandonava a bicicleta. O estresse do congestionamento vai embora quando se anda de bike. Emagreci 10 kg neste período e, como pegava descida para o trabalho, não chegava suada. Na faculdade, eu usava lenço umedecido e antitranspirante e lavava meus braços (partes que mais suam em mulheres). Mudei a faculdade para Santos, subo e desço de fretado e sinto falta da bicicleta", contou Tamires Alves

Fabiana Maranhão

Não ter ou usar carro não significa estar livre do trânsito. No metrô, o tráfego é tão intenso quanto nas ruas e avenidas. E tem regras. Quem quer sair do vagão tem prioridade em relação a quem pretende entrar. É o que dizem os avisos sonoros, mas a norma é desrespeitada com frequência. Nas escadas rolantes, o lado esquerdo é destinado aos passageiros apressadinhos, como nas vias da cidade. Se você não está com tanta pressa, mantenha-se à direita. Caso contrário, corre o risco de ouvir resmungos. Quando estou atrasada e me deparo com alguém parado no lado esquerdo, prefiro usar o simples e educado "licença, obrigada".

Fabiana Maranhão - Fabiana Maranhão/UOL

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Patrícia Junqueira

O Guilherme Balza já havia comentado por aqui sobre o site Olho Vivo da SPtrans. "Será que funciona mesmo?", pensava desconfiada. Pois bem, hoje ele me salvou! Tinha uma consulta no dentista, que fica pertinho da minha casa, às 14h. Pelos meus cálculos, eu deveria sair da USP, onde estava desde às 8h, no máximo às 13h30 para chegar com folga ao consultório. Mas sabe a lei de Murphy? Enquanto meu orientador fazia as considerações finais na reunião de hoje, eu estava de olho no aplicativo de celular para saber onde meu ônibus estava e vi que no exato momento em que ele disse "Então é isso, meus caros, até a próxima", meu ônibus passava pelo ponto da FFLCH. Nessas horas a gente pensa: "Ah, se eu estivesse de carro...". Saí da sala já pensando em chamar um táxi, pois o ônibus só circula a cada 25 minutos. Eram quase 13h40. Quando consegui chamar um táxi, o app me informou que o taxista levaria 15 minutos para chegar até mim. QUINZE! Uma eternidade praticamente. Consultei o Olho Vivo e vi que o próximo ônibus passaria em menos de 10 minutos. Cancelei o táxi, peguei o ônibus vazio e avisei ao dentista que atrasaria um pouquinho. Deu tudo certo!

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Marina Motomura

Na saída do trabalho, combinei de jantar com uns amigos na Asa Sul. Fui até o ponto de ônibus da avenida e em menos de 5 minutos passou um ônibus que me servia. Mais cinco minutos e eu desci no ponto próximo à casa de meu amigo. A única parte que me irritou foi ao atravessar a avenida --só havia faixa de pedestre até o canteiro central, depois não havia mais. Mas a velocidade do transporte compensou a irritação.

Manoela Pereira

São Paulo, 21h, estação Faria Lima (Linha-4 Amarela). Duas pessoas passam por mim carregando suas bikes, já que o metrô permite a circulação de bicicleta dentro do último vagão após às 20h30. Um deles parece usar a bicicleta para o lazer. O outro está carregado de tubos de projetos; parece ser estudante de arquitetura. Embora o aviso diga que não é permitido levar a bicicleta na escada rolante, os dois usam a escada para circular (acho justo, porque carregar a bicicleta no ombro, usando a escada normal, na raça, é de fato pesado e desanimador).     

Manoela Pereira - Manoela Pereira

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Marina Motomura

Busquei no site do Detran dados atualizados sobre a frota de veículos no Distrito Federal. Os dados mais recentes, de julho de 2014, informam que há 1.111.854de automóveis e 173.187 motocicletas. Segundo dados da Pnad divulgada hoje, o DF tinha 2.739.369 habitantes em 2013. O número de carros por habitante realmente chama a atenção.

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Do UOL

Pelo menos 71% dos paulistanos deixariam de usar o carro caso houvesse uma boa alternativa de transporte e 41% concordam com passe livre para todos os usuários do transporte público. Foi o que revelou a pesquisa Ibope, encomendada pela Rede Nossa São Paulo, e divulgada nesta quinta-feira (18). Segundo o levantamento, feito entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro, com 700 pessoas, o tempo médico gasto no trânsito pelo paulistano é de 2h46. A margem de erro é de quatro pontos porcentuais para mais ou para menos. Leia Mais

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Fabiana Maranhão

Um das ideias da Semana da Mobilidade é estimular a população a tentar, ao menos por sete dias, deixar o 'vício' do carro de lado. E quando a dependência é pelo metrô? Esta semana me dei conta que toda minha vida gira em torno do metrô. Moro junto de uma estação; trabalho perto de outra; faço especialização próximo a mais uma. Sortuda? Nada... é compulsão! Tanto que só vou a médico que tenha consultório perto do metrô. O resultado disso é que moro no centro da cidade e tenho de ir com frequência a um médico na zona leste da capital. "Não tem um mais perto?". Até tem, mas não com uma estação nas redondezas. O vício passou a me incomodar quando percebi que não sei fazer nenhum dos meus trajetos do cotidiano de outro jeito, como ônibus, por exemplo. E quando rolar uma greve do metrô? Não saio de casa? Toda dependência é nociva e quero mudar isso. Vou começar agora a pesquisar outras formas de me deslocar na cidade...

Do UOL

90% dos paulistanos querem ampliação de faixas de ônibus, e 43% querem rodízio de dois dias. Este é o resultado da pesquisa Ibope, encomendada pela Rede Nossa São Paulo, divulgada hoje. O dado aparece uma semana depois de a prefeitura da cidade divulgar um levantamento que indica um aumento de 68,7% na velocidade média dos ônibus nos 59,3 quilômetros de faixas exclusivas implantadas neste ano. 

Do UOL - Arte UOL

Do UOL

88% dos paulistanos querem mais ciclovias, mas aumenta número dos que têm carro, segundo a pesquisa Ibope, encomendada pela Rede Nossa São Paulo, e divulgada nesta quinta-feira (18). O levantamento, feito entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro, com 700 pessoas, mostra que 62% da população aderiu ao carro apesar da implantação de novas vias para ônibus e bicicletas, um aumento de dez pontos percentuais em relação a 2013. A margem de erro é de quatro pontos porcentuais para mais ou para menos. 

Do UOL - Arte UOL

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Paula Bianchi

Assim que consegui juntar minha primeira e magra poupança, há alguns anos, meu pai, caminhoneiro aposentado e morador da Serra Gaúcha, decretou: "Filha, hora de você comprar um carro." Moradora da zona sul do Rio de Janeiro, local privilegiado em relação ao resto da capital quanto ao transporte público --por aqui há metrô e linhas de ônibus para boa parte da cidade--, agradeci, mas disse que não achava necessário. Choque geracional à parte, ele deixou escapar um "jovens", comentou que em breve eu sentiria falta de sair por aí sob quatro rodas, e jogou nas mãos do tempo a minha mudança de ideia. Nessas manhãs pós coberturas mais puxadas --ontem aqui na sucursal passamos o dia em cima das tabelas da pesquisa da Pnad, divulgada nesta quinta pelo IBGE--, nada me parece melhor do que poder ir para o trabalho sentada e lendo, enquanto o motorista do ônibus se preocupa com o trânsito e os outros motoristas ao meu redor. À parte a ida para o UOL, que não costuma me tomar mais do que meia hora, me desloco pela cidade sem carro já há quatro anos, fazendo um mix a-pé-bicicleta-metrô-busão, que, acredito, contribui para a minha paz de espírito. Tarde da noite, resolvo a vida de táxi e assim vou me virando. Recém idoso, seu Paulo ligou há alguns meses para comentar, eufórico, sua nova descoberta: o ônibus. Com a carteirinha de gratuidade ele começou ir para o centro da minha cidade, Caxias do Sul, pela primeira vez na vida como passageiro, e ficou encantado. "Não preciso ficar rodando atrás de estacionamento, bater boca com flanelinha, pegar trânsito, nada!", contou, decidido a, de agora em diante, só ir até à região de transporte coletivo. De visita em casa, pedi o carro emprestado para encontrar alguns amigos, ele fez graça. "Posso te emprestar a minha carteirinha?"

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Guilherme Balza

Normalmente trabalho entre 14h e 22h, mas hoje, excepcionalmente, troquei de horário com uma colega, e entrei às 7h. Fiz o trajeto de casa ao trabalho de bicicleta. Foi a primeira vez que usei a bicicleta para ir ao trabalho tão cedo. Normalmente, saio de casa entre 13h e 13h30, horário em que o dia está quente, mesmo no inverno, e o trânsito, tranquilo. Achei que iria estranhar pedalar tão cedo, com o clima mais frio e o trânsito mais intenso. Como sou notívago, não me sinto muito disposto logo de manhã. A viagem (8 km), no entanto, foi bastante tranquila. O tráfego de carros não estava intenso. Também não senti muito frio, apesar de ter pedalado de blusa e calça. Ao longo do meu percurso (de Mirandópolis, na Saúde, zona sul, até Pinheiros, zona oeste), que é praticamente todo plano, não há ciclovias, exceto em um pequeno trecho da avenida Faria Lima. Na maior parte do caminho, entre as avenidas República do Líbano e Hélio Pellegrino, é preciso disputar espaço com os carros. Diferentemente do que muitos relatam, nunca tive problemas com motoristas. Uso a bicicleta com frequência para ir trabalhar há mais de um ano. Nesse período, ouvi uns dois resmungos de motoristas, somente. O risco sempre existe, mas o uso adequado dos equipamentos de segurança (capacete, sinalização) e a atenção constante do ciclista diminuem radicalmente o perigo. 

Marina Motomura

Do oitavo andar do prédio onde fica a redação do UOL em Brasília, ouço todos os dias buzinas vindas do bolsão de estacionamento, que fica logo abaixo. São motoristas que foram "presos" em suas vagas de estacionamento por outros motoristas. O estacionamento tem vagas regulares, demarcadas por faixas no chão. Mas é claro que há mais carros desejando parar do que vagas disponíveis. Neste caso, o que os motoristas que chegaram depois que o estacionamento lotou fazem? Eles param em frente aos carros já estacionados, bloqueando sua passagem. Simples assim. Alguns dos motoristas atrasados deixam o freio de mão solto, para que o condutor que ficou preso possa empurrar o carro que o bloqueia. Outros deixam a chave com os flanelinhas. Outros simplesmente deixam o carro lá parado. E quem ficou preso que buzine até que o folgado apareça para desbloquear a passagem. Sempre fico imaginando: essas pessoas folgadas não se colocam no lugar do próximo? E se você estiver atrasado para um compromisso e precisar tirar seu carro dali rapidamente? E se estiver passando mal e precisar ir ao hospital?

Marina Motomura - Marina Motomura/UOL

Fabiana Maranhão

O metrô da Linha 4-Amarela se tornou ponto turístico em São Paulo. Como o veículo é operado sem condutor, o primeiro e último vagões não têm cabines, como os tradicionais, proporcionando ao passageiro uma visão privilegiada dos trilhos. Os espaços perto das janelas são disputados e é preciso sorte para encontrá-los vazios. Gravei um vídeo do que é possível ver do primeiro vagão do metrô. Na próxima vez que usar a Linha Amarela, recomendo uma visitinha!  

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Anna Fagundes

Pessoa que não tem carro se adapta a qualquer coisa, até a coisas como ir ao supermercado. Como não há um porta-malas para carregar toda a mercadoria, o jeito é sair de casa com a mochila ou sacola reutilizável (recomendo as de lona, que aguentam mais peso) e só comprar o que você consegue carregar. Claro que isso exige planejamento e uma lista com o que é realmente necessário - se você decidir comprar coisas por impulso vai se arrepender amargamente na hora de carregar tudo para casa... Eu, pelo menos, só vejo vantagem: gasto menos, jogo menos comida fora (afinal, estou levando só o que consumo mesmo) e ajudo o comércio local - para mim, é mais fácil ir no açougue aqui ao lado do que pegar o ônibus até o hipermercado para comprar bifes, por exemplo... Fora não precisar brigar por vaga no estacionamento!

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Manoela Pereira

E quando a ciclovia termina no nada? A faixa dedicada às bicicletas que eu uso fica na Avenida Eliseu de Almeida, na zona oeste de São Paulo. O trecho, com cerca de 3 km de extensão, foi inaugurado em junho deste ano, depois de receber a devida sinalização da CET. Essa rota é frequentada por ciclistas há mais de 10 anos porque liga a região do município do Taboão da Serra (Grande SP) ao centro expandido da capital. Quem mora no Taboão da Serra e trabalha em Pinheiros usa a ciclovia. Quem aluga um quarto no Vila Sônia e estuda na USP, também. Para mim, a ciclovia da Eliseu (alguns preferem chamá-la de Ciclovia do Pirajussara, por causa do rio que passa por baixo dela) chega em boa hora, ligando minha casa à Linha 4-Amarela do metrô. Hoje cedo a avenida estava congestionada, como sempre. De carro eu teria ficado pelo menos 30 minutos nesse trecho; pedalando fiz em 10. Mas voltando ao assunto "ciclovia interrompida", de fato a obra da ciclovia da Eliseu está incompleta e ainda não liga o Taboão ao metrô Butantã. Quando chega no cruzamento com a Raposo Tavares, por exemplo, a faixa acaba e é preciso redobrar a atenção para seguir os 450 metros restantes até o metrô. Só 450 m!!  Ainda assim, um estudo recente indica que após a conclusão do processo de sinalização (pintura da faixa de vermelho, instalação de tartarugas no trecho que as bicicletas dividem a via com os carros, instalação de faróis e placas especificas para os ciclistas etc) o fluxo de ciclistas na região aumentou 53%.  

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Karina Yamamoto

Ontem eu tinha aula na USP (Universidade de São Paulo) à noite. Ir do UOL, que fica na avenida Faria Lima para a Cidade Universitária, também na zona oeste de São Paulo foi molezinha. Dei sorte de chegar no ponto e passar o ônibus -- sai do prédio do trabalho 17h25 e às 17h45 estava pedindo uma tapioca vegetariana lá na ECA (Escola de Comunições e Artes). Eu acreditei no transporte público. Porque eu não uso sempre -- qualquer pessoa me dirá. A votla foi mais triste -- demorei mais de uma hora e meia para chegar em casa e gastei R$ 9 (uma passagem de ônibus para sair da USP, uma passagem de metrô para vir até a Rebouças com Faria Lima e mais uma passagem de ônibus para chegar em casa). De carro, por volta das 21 h, eu levo 20 minutos. PS: O meu professor do mestrado dessa disciplina não entrou na greve que já dura mais de cem dias

Verônica Mambrini

Quando comecei a pedalar, o discurso de "compartilhe a via" movia rodas, pés e, com alguma boa vontade, a gente conseguia contaminar algum volante convicto. Há poucos anos, uma malha de ciclovias que servisse de fato para o transporte (e não necessariamente ao transporte para o parque mais próximo!) era inimaginável. Hoje tem ciclistas na equipe da Companhia de Engenharia de Tráfego, a malha só cresce, e a demanda reprimida de pessoas querendo viver mais a cidade está fluindo na rua. Na prática, isso quer dizer que algumas das novas ciclovias estão abarrotadas de pedestres. A ciclovia da Sumaré, que está no meu trajeto diário nos últimos anos, é um ótimo exemplo. Já fui "atropelada" por senhorinhas passeando com seus cachorros de raça, mães com carrinhos de bebê, corredores fazendo exercícios de arrasto, e até outros ciclistas de fone, desligados do mundo, se espreguiçando e quase me dando um tapão na cara. Eu podia ficar brava, mas acho ótimo que esse espaço esteja tão ocupado que é disputado. Um lugar que é de todos não é mais terra-de-ninguém. E é exatamente disso que estamos precisando.

Verônica Mambrini

Eu prometi a mim mesma tentar coisas diferentes na Semana de Mobilidade. A bicicleta já é meu principal meio de transporte há seis anos. Comecei a usar ocasionalmente e acabei vencida pela praticidade: hoje eu não penso muito como eu vou a algum lugar; eu pego a bike e vou. Moro numa região relativamente central e quase tudo que faço (passeios, amigos, trabalho, compromissos em geral) é num raio de cerca de 10 km, distância que cumpro em no máximo uma hora, mesmo indo com calma e respeitando as leis de trânsito. O resultado é que na pressa e na correria, não consegui mudar minha rotina. Hoje, para mim, é tão fácil resolver a vida de bicicleta que pegar ônibus ou vir a pé para o trabalho exigiriam algum planejamento (e uma pesquisinha básica, porque ando por fora das linhas de transporte público que me atendem). A parte boa disso é que mostra o quanto somos escravos do hábito, seja ele qual for. Possivelmente, quem não se vê deixando o carro em casa só não teve tempo ou disposição para testar essa nova rotina. Uma vez que a gente descobre as linhas de ônibus e os horários em que eles passam, é rápido e eficiente. Mas depende de uma primeira vez (e quem sabe a segunda ou terceira) para virar hábito. 

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Fernando Cymbaluk

Na Semana da Mobilidade, uma entorse de tornozelo me deixou em condições limitadas de locomoção. Minha ideia era continuar testando rotas e equipamentos destinados à bicicleta. Com a contusão, acabei tendo que recorrer ao auxílio do táxi. Como o que não tem remédio, remediado está, aproveito o ensejo para relatar uma situação limite para um ciclista machucado. Torci o pé durante atividade física que faço na USP. O problema é que estava com a bicicleta me esperando presa com cadeado em um estacionamento aberto, de livre trânsito. Voltei para casa sem a bike, mas precisava buscá-la, com o receio que a roubassem durante a madrugada. Sem conseguir uma carona, tentei achar um táxi que pudesse transportá-la. Liguei para seis cooperativas de taxistas. Em cinco delas me falaram que não havia carro na frota que pudesse transportar uma bicicleta. O modelo que costuma fazer esse tipo de transporte é o Fiat Doblo. Muitas cooperativas indicam em seus sites possuírem o modelo, mas afirmam o contrário ao telefone. Apenas uma afirmou ter o veículo, mas ressalvou que naquele horário (por volta das 20h de terça-feira) era difícil localizá-lo. Registraram meu chamado e ficaram de me ligar avisando quando o veículo estivesse a caminho. O táxi não chegou até agora. Pensei em recorrer ao aplicativo Uber, de caronas pagas – vai que dá certo... Mas meu tornozelo doía muito, e resolvi cuidar um pouco de mim. Um táxi me levou até o Hospital das Clínicas, de onde saí medicado, também de táxi. No dia seguinte, fui com um amigo buscar minha bicicleta. Ela estava lá, inteira, com o capacete preso na corrente, como costumo deixar. Difícil não refletir sobre a dificuldade de conseguir transporte emergencial para uma bike. Leitor, conte com os amigos que têm carro.

Fabiana Uchinaka

Uma coisa que me incomoda muito é ver que os paulistanos preferem se enjaular a ocupar os espaços públicos. Assim é com as vias e assim é com as áreas verdes e pequenos locais abertos para a população. São muitos espalhados por aí, mas, na maioria das vezes, eles são bem pouco convidativos. Passei por esta pracinha da foto abaixo, em frente ao Clube Pinheiros, quando vinha pedalando e fiquei pensando como seria legal ter um lugar gostoso para descansar ou ter um canto arborizado para almoçar, já que há tantos escritórios na região. Mas a praça não tem nem banco... até as plantas espantam: são "espinhentas". Por muitos anos, vi a enorme praça Cidade de Milão, ao lado do parque Ibirapuera, completamente cercada e --consequentemente-- abandonada. Ali fica a fonte Milão-São Paulo, um presente da cidade italiana. Fico pensando no que leva uma pessoa a gastar tanto arame para isolar uma praça de 20 mil m² e um monumento desses. Recentemente, tiraram as grades, o que foi um avanço, mas ela segue vazia e sendo usada apenas pelo pessoal que quer passear com o cachorro. Deveria ter bancos, brinquedos e aparelhos de ginástica. Por outro lado, pude acompanhar de perto a revitalização da praça Cel. Fernandes de Lima, em Moema. Nas primeira vezes que passei por lá, ela era equipada e cheia de árvores, mas ainda era triste e sem vida, porque estava sempre vazia. Pais do bairro começaram a ocupá-la e ela rapidamente virou ponto de encontro do buxixo materno. Quando estive lá, algumas semanas atrás, estava cheia de crianças --e foi lá que vi meu filho ganhar sua primeira bicicleta! Neste dia, conversei com uma amiga que frequenta o local e ela me contou que estavam se mobilizando para que houvesse uma separação entre os cães e as crianças. Foram até a Prefeitura e o pedido foi atendido. Na semana seguinte, já marcaram de ir medir a área. Decidi adotar a praça também. Ela agora é nossa, é assim que me refiro a ela: Nossa praça. E a lição ficou pra sempre: Ocupemos! Se queremos mudança, ocupemos a praça, as vias, os espaços. Só assim eles se tornam relevantes. 

Fabiana Uchinaka - Fabiana Uchinaka/UOL

Priscila Tieppo

Para chegar ao metrô Tatuapé, peguei um ônibus da linha 2765-10 (Metrô Tatuapé). A placa que indica as linhas que param ali está bem suja e desatualizada (foto). Algumas linhas saíram de circulação, como a 702P-10 (Terminal Penha-Pinheiros) que me levaria direto ao trabalho sem precisar fazer integração com o metrô. Pois bem, entrei no ônibus, que tinha um degrau bem alto, o que dificultava a subida de pessoas idosas que estavam à minha frente. O trajeto durou 12 minutos. Durante esse período, nenhum ponto com abrigo. Imagino que em dias de sol não deva ser nada agradável permanecer ali. O ônibus não era novo e o motorista freava bruscamente em alguns pontos. Sorte que não havia pessoas em pé. Na zona leste, segundo informa a SPTrans, ainda não há veículos com ar condicionado ou wi-fi circulando. Os vinte que circulam refrigerados (desses, quatro tem wi-fi) fazem itinerários apenas na zona sul. Não há previsão de expansão para a zona leste. 

Priscila Tieppo - Priscila Tieppo/UOL

Rodrigo Bertolotto

Slalom não é só uma prova do esqui na neve ou aquático: para percorrer as calçadas das ruas comerciais de Pinheiros é preciso ziguezaguear para desviar dos obstáculos. Nesse trecho da rua Teodoro Sampaio, o principal entrave são as barracas de camelô. Por lá, há uma sequência delas entre árvores, postes e cavaletes eleitorais. É impossível o pedestre descrever uma reta, mesmo com calçamento novo e plano. Isso em uma área com grande movimentação a pé. Ou seja, é certeza de vários encontrões e de pessoas tendo de descer para o asfalto para se movimentar.

Rodrigo Bertolotto - Rodrigo Bertolotto/UOL

Marina Motomura

Hoje meu dia começou com um cancelamento. Tinha marcado dentista para o começo da manhã, achando que eu entraria no trabalho no horário padrão das 10h. No entanto, precisei entrar mais tarde no trabalho, às 12h, e a perspectiva de pegar dois ônibus, para ir a voltar ao dentista, e depois mais outro para ir ao trabalho me desanimou bastante. Fiquei em casa lendo os jornais e às 11h17 saí rumo à entrequadra comercial, onde eu pegaria o micro-ônibus zebrinha. Detalhe: não há ponto de ônibus para quem está esperando. Você simplesmente fica no meio da quadra, faz sinal e o motorista para. Dei sorte: às 11h25 o zebrinha passou e às 11h47 eu cheguei ao trabalho. De carro, eu demoraria 10 minutos no percurso todo. Demorei meia hora, mas foi bem tranquilo e o zebrinha estava bem vazio na maioria do percurso (acredito que pelo horário)

Marina Motomura - Marina Motomura/UOL

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Hanrrikson de Andrade

Ontem (17), com a correria da Pnad 2013 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), cujo resultado você pode ver aqui, tive um dia extremamente cansativo e com picos de estresse. Cheguei na redação às 7h e só encerrei o expediente por volta de 22h. Dessa forma, pareceu-me bem convidativa a ideia de pegar um táxi no retorno para casa --principalmente porque, no dia seguinte, eu teria que estar novamente às 7h na redação. Não sei se é de conhecimento da nação: no Rio, os taxistas são personagens da cidade. Alguns são malandros e pouco educados, mas há também os que gostam de um bom papo e prezam pela honestidade. No caminho até a zona portuária, onde moro, um dos diálogos que tive com o condutor foi sobre as restrições de transporte público para determinados bairros. "Aqui só de carro, né, meu amigo?", questionou ele. Por exemplo, onde eu moro, após sair da estação de metrô, sou obrigado a caminhar cerca de quatro quilômetros até chegar em casa. A caminhada é saudável, admito, mas não muito agradável, pois passo em um áreas totalmente degradadas.

Camila Neumam

Para ir ao trabalho hoje, voltei a tomar um ônibus da linha Paraíso-Campo Belo até o UOL, por volta das 10h. O ônibus permaneceu bem vazio durante todo o trajeto, feito em 25 minutos. Já as avenidas pelas quais passei, Paulista e Rebouças, estavam abarrotadas de carros. Nada muito diferente do que venho vendo nos últimos dias. Hoje, no entanto, observei o quanto os cavaletes de candidatos às eleições enfeiam as calçadas da Paulista. Gosto muito da região e noto que houve um esforço para deixá-la mais acolhedora ao longo dos anos. Foram criados canteiros com flores, ciclofaixas e permitiram músicos de rua tocar ao ar livre. Por isso mesmo, acho que os cavaletes se tornam poluição visual. 

Camila Neumam - Camila Neumam

Gabriela Fujita

Minha vontade de vir ao trabalho de bicicleta sempre foi vencida pelo medo de pedalar pelas ruas de São Paulo. Como pedestre e usuária do transporte público, vejo diariamente as ‘barbeiragens’ dos motoristas isolados dentro de seus carros contra quem está a pé. Imagine, então, ficar lado a lado, na mesma faixa, de abusados que se acham donos do mundo (e de todas as vias públicas), já que trechos exclusivos para ciclistas ainda são bem poucos? Acho que é bastante arriscado tentar convencê-los na marra a dividir a rua, mas decidi fazer o teste hoje, cedinho, começando às 6h25. Usando uma bicicleta do Bike Sampa, cuja primeira hora de empréstimo é gratuita, fiz o percurso até o UOL com tranquilidade (as ruas ainda tinham bem poucos veículos), mais ou menos pelos mesmos lugares por onde costumo caminhar entre 6h e 7h. Não foi muito bom passar pela rua Augusta, pois o asfalto está bem ondulado e instável, além de a via ser rota de ônibus. Fora isso, correu tudo bem: fiz o trajeto em cerca de 30 minutos (mesmo tempo que eu levaria de ônibus ou metrô; metade do tempo de caminhada) e ainda tomei aquele ventinho gostoso na cara. O imprevisto aconteceu na hora de devolver a bicicleta: a estação planejada para a entrega, pertinho do UOL, estava lotada! Ou seja, ninguém naquela região, com trânsito geralmente carregado, estava interessado em pedalar logo cedo. E a poucos metros da ciclovia da avenida Faria Lima... Tive que buscar outra estação do serviço nas redondezas, que calhou de ser a do metrô Faria Lima, e tudo certo. Na foto, a estação onde eu planejei devolver a bike, na rua Sampaio Vidal (à esq.), e a estação no metrô, onde fiz a entrega. Para mais informações, acesse o site do Bike Sampa.

Gabriela Fujita - Gabriela Fujita/UOL

Fabiana Uchinaka

Você já ouviu falar em caminho do desejo? Não, não é a rua até aquela sorveteria gringa que acaba de chegar ao Brasil... rs. É o nome que se dá para as marcas de erosão que aparecem após o uso real de pedestres e bicicletas. Normalmente, demonstram o jeito mais fácil de percorrer uma distância e a quantidade de usuários que passam pelo local. Ou seja, é um caminho que os responsáveis pelo urbanismo de uma cidade deveriam sempre estudar e levar em conta. Hoje vindo para o trabalho percebi que passo por um! Logo depois que a ciclovia da avenida Faria Lima acaba, dá para ver claramente que muitas pessoas (pedestres e ciclistas) preferem seguir pelo canteiro do meio, protegidas, a atravessar a rua movimentada para chegar à calçada ou, no meu caso, às pistas que preciso dividir com motoristas pouco confiáveis. É um caminho óbvio, que a Prefeitura deve considerar na hora de criar calçadões ou ampliar as faixas vermelhas. É o caminho perfeito para chegar até o parque Ibirapuera (que sonho!). Confira na foto abaixo, um exemplo de caminho do desejo (e) e a flagra que eu fiz (d).

Fabiana Uchinaka - Reprodução e Fabiana Uchinaka/UOL

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Do UOL

Você mora muito longe do trabalho? Confira estas dicas do grupo Corrida Amiga: vá de transporte público até determinado local e corra a partir desse ponto até o trabalho ou estacione o carro em um local mais distante do trabalho e vá/volte correndo a partir desse ponto. A endorfina liberada na corrida ajuda na hora de encarar a correria do dia ou pode liberar o estresse no final do expediente.

Do UOL

Você viu? Especialista diz que é possível usar os rios de São Paulo para transportar pessoas e mercadorias e que os primeiros passos já estão sendo feitos. Confira no vídeo!

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Patrícia Junqueira

Desde que me mudei da região da avenida Paulista para a Lapa, tinha absorvido a ideia de que ir para a Cidade Universitária dali só era viável de carro. Foram poucas as vezes em que tive que ir de lá até a USP, então acabei me acomodando e usando apenas o carro. Mas hoje é dia do rodízio e esta é a Semana da Mobilidade! Confesso uma grande vergonha: só descobri na semana passada que há um ônibus que vai direto do Terminal Lapa até a USP. Testei esse ônibus na terça à tarde, para voltar da universidade. Foi ótimo: ônibus vazio e nenhum trânsito, afinal não era horário de pico. Hoje meu compromisso na USP é às 9h. Por precaução, e porque o Google Maps disse que eu levaria 1 hora e 15 minutos, saí de casa às 7h30. Dez minutos depois estava no ponto e logo depois o ônibus passou. Vim sentada e o único pedaço com trânsito intenso foi depois da praça Panamericana, para atravessar a ponte Cidade Universitária. Mesmo assim, às 8h10 já havíamos passado pelo portão 1. Um sucesso! Como cheguei bem antes do previsto, vou aproveitar para curtir o campus: verde, solzinho gostoso e passarinhos cantando"

Noelle Marques

Como peguei no batente super cedo (para andar de barco pelo rio Tietê) na quarta-feira (17), pude sair do trabalho por volta das 14h. Normalmente eu iria para academia, que fica na avenida Paulista e que uso para matar o tempo e fugir do caos das 18h no metrô. Mas não pude resistir a tentação de chegar cedo em casa para passear com a Tapioca, minha cadelinha, e também aproveitar a linha 3-vermelha vazia. A foto mostra o trem vazio saindo da estação República. Sim, isto é considerado vazio para a linha vermelha!

Noelle Marques - Noelle Marques/UOL

Guilherme Balza

Voltei do trabalho para casa (Pinheiros-Saúde) de ônibus, pela linha 857-A (Campo Limpo-Santa Cruz). Sai do UOL às 22h30 e cheguei em casa às 23h11. O ponto fica exatamente em frente ao UOL e costuma ficar lotado, mesmo tarde da noite. A maioria dos usuários embarca em linhas que ligam Pinheiros a bairros da periferia, e o mais concorrido é o Jardim Ângela. Quando ele desponta, é aquele corre-corre entre os usuários, ávidos por conseguir um assento ou um lugar mais confortável dentro do coletivo. Enquanto isso, os ônibus como os que eu pego, cujos destinos são áreas dentro do centro expandido, ficam bem mais vazios. Não é raro eu embarcar e não ter ninguém além de mim no coletivo. Na noite de ontem, o meu ônibus demorou relativamente pouco pra passar: 9 minutos. Enquanto esperava, ouvi um homem conversar com o vendedor ambulante ao lado do ponto. O assunto era a ação da Polícia Militar na desocupação de um prédio no centro, ocorrida na terça-feira: “Tem centenas de prédios vazios no centro e o governo não coloca ninguém lá”, disse, revoltado. Dentro do coletivo, foram 21 minutos. O trajeto é feito quase todo em faixas exclusivas, embora no horário elas não estivessem em funcionamento. Do ponto em que desci até minha casa foram mais 11 minutos de caminhada. Dica: há um site da Prefeitura de São Paulo, o olhovivo.sptrans.com.br (veja a imagem abaixo), que fornece várias informações, como a localização dos ônibus, o tempo que vai demorar até chegar determinado ponto, a velocidade média, entre outras coisas. Costumo usar bastante para não ficar muito tempo esperando o ônibus no ponto.

Guilherme Balza - Reprodução

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Do UOL

E para você? Como seria ou como é deixar o carro de lado? Como é a mobilidade na sua cidade? Você já tentou deixar o carro em casa? Mande seu relato aqui.

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Do UOL

Internautas mandam seus relatos: "Moro a 4,5 km do meu trabalho. De ônibus ou metrô o tempo médio é de 30 minutos, de carro varia de 30 a 50 minutos. Caminhando eu gasto entre 45 a 50 minutos. Já faz mais de dois anos que eu vou caminhando. É burrice ir de carro, além do stress que é para chegar lá, tem o de ficar procurando vaga, isso se deixar o carro na rua ou pagar estacionamento"

Do UOL

Olha só a Semana da Mobilidade inspirando a galera! O internauta Davi Rocha já mandou sua foto: "Praia de Iracema, em Fortaleza, ida de 8 km e volta pra casa de 8 km. Um total de 16 km percorridos". E você? Vai sem carro?

Do UOL - Davi Rocha/Vc Manda

Do UOL

Vc Manda: O internauta Roberto Serret Marin enviou foto dele saindo a cavalo de Feira de Santana (BA) em direção a Salvador. "Fiz 130 km em 5 horas, valeu a aventura. Óbvio, sem carro!", contou. Participe também!

Do UOL - Roberto Serret Marin/Vc Manda

Camila Neumam

Resolvi testar novamente o metrô para voltar a minha casa hoje. Por volta das 19h30 cheguei à estação Faria Lima, que estava razoavelmente cheia, mas não lotada. Pude carregar o crédito do bilhete único no guichê rapidamente e seguir viagem. No vagão sentido Paulista, não consegui ir sentada, mas, na baldeação para a linha verde, o caminho a pé foi mais tranquilo do que ontem, com bem menos gente no entorno. A surpresa veio no vagão da linha verde, sentido Vila Prudente. Estava bem cheio, a ponto de eu ter que intervir para uma mulher que carregava um bebê poder se sentar na cadeira reservada para pessoas na situação dela. Uma jovem sentada no assento preferencial, parecia não ver a mulher que estava a poucos centímetros dela. Não aguentei ver aquilo calada. Perguntei a mulher se ela queria se sentar na cadeira azul. Ela, gentilmente, disse que não precisava. Então eu perguntei a jovem se ela poderia ceder o seu lugar para a senhora e a criança. A jovem levantou, desconfiada, e permaneceu em pé e cabisbaixa. Não me acho no direito de dar sermão, mas acho que cumpri meu papel de cidadã. Desço no Paraíso, onde vejo um jovem tocando o piano disponível ao público da estação. Sua música era suave e atraiu curiosos. Achei uma encantadora maneira de terminar minha curta viagem. Todo o trajeto durou menos de meia hora. De carro, naquele horário, certamente chegaria ao mesmo destino no dobro do tempo. 

Camila Neumam - Camila Neumam/UOL

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