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Polícia vai colher depoimento de Nem sobre plano para matar juíza do caso Eliza; Macarrão nega envolvimento

Rayder Bragon

Do UOL Notícias, em Belo Horizonte

21/12/2011 17h02Atualizada em 21/12/2011 21h58

O delegado da Polícia Civil mineira Islande Batista afirmou que vai colher, por carta precatória, o depoimento do traficante Nem da Rocinha –preso em novembro no Rio de Janeiro–, sobre o suposto plano para matar a juíza e o delegado de Minas Gerais ligados ao caso Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Souza.

Segundo a polícia, um detento havia denunciado a suposta intenção do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e do goleiro em contratar Nem para matar a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que pronunciou a júri popular o jogador e mais sete pessoas pelo sumiço de Eliza Samudio, no ano passado. Além da magistrada, o delegado Edson Moreira, responsável pelo inquérito sobre o desaparecimento da mulher, seria uma das vítimas.

O contato com o traficante, no Rio de Janeiro, seria feito pela noiva do goleiro, a dentista carioca Ingrid de Oliveira, de acordo com a versão apresentada pelo detento, que dividiu cela com Bola –acusado de ser o executor de Eliza–, na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG).

A polícia ainda afirmou constar na lista fornecida pelo autor das denúncias os nomes do deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MG, dos advogados José Arteiro, que foi assistente de acusação, e Ércio Quaresma, ex-defensor do goleiro.

“Assim que ouvir todas as pessoas envolvidas aqui em Minas Gerais, vou enviar uma carta precatória para o juiz da comarca onde o Nem está preso, solicitando que ele seja ouvido”, disse Batista. O traficante está preso em uma penitenciária federal no Mato Grosso do Sul.

Macarrão nega envolvimento

Na tarde desta quarta-feira (21), o réu Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foi ouvido pelo delegado Islande Batista no Deoesp (Departamento Estadual de Operações Especiais) da Polícia Civil, em Belo Horizonte.

“Ele negou tudo e disse não ter conhecimento de nada [sobre os supostos planos de mortes]. [Disse que] não sabe de onde surgiu esse assunto. Afirmou também não conhecer o Nem”, afirmou o policial.

Nesta quinta-feira (22), será a vez de Bola depor ao delegado. Ontem, o goleiro Bruno foi ouvido no mesmo local e também negou ter participado do caso.