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Clima dentro da Assembleia é tranquilo, mas temo por crianças, diz líder grevista na Bahia

Heliana Frazão

Do UOL, em Salvador

06/02/2012 13h20

O líder do movimento grevista da PM na Bahia, Marco Prisco, afirmou no começo da tarde desta segunda-feira (6) que o clima dentro Assembleia Legislativa do Estado, em Salvador, é “tranquilo”, mas que os manifestantes estão preocupados com as crianças e mulheres que estão lá dentro.

Segundo Prisco, cerca de 2.000 pessoas estão dentro do prédio do Legislativo baiano. O Exército, que cerca o prédio o local, não soube estimar o número de ocupantes, que estão lá desde a semana passada.

Mais cedo, soldados do exército lançaram bombas de efeito moral e dispararam balas de borracha contra policias grevistas que estavam do lado de fora da Assembleia e que tentavam entrar no local. Segundo a “Folha. com”, há pelo menos dois manifestantes feridos, além de um cinegrafista de uma TV.

De acordo com Prisco, os grevistas não vão deixar a Assembleia até que sejam revogadas as prisões de doze grevistas, além de pedir a anistia irrestrita para os grevistas e o pagamento de gratificações.

“Mais que isso agente não pode ceder, porque isso são direitos. Essa é a condição para sairmos daqui”, disse Prisco ao UOL por telefone.

São foragidos, diz presidente da Assembleia

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT), disse hoje que pediu ao Exército a desocupação do prédio-sede porque “o poder legislativo não pode servir de esconderijo para os foragidos da lei.” Segundo Nilo, há cerca de 200 a 250 policiais armados dentro do prédio.

“Durante sete dias conversamos com os grevistas para chegarmos a um denominador comum. Infelizmente não chegamos a um acordo, e eu preciso voltar à normalidade. Não tive outra alternativa a não ser procurar o general Gonçalves Dias [comandante da 6ª Região Militar]. E é público que existem 12 mandados de prisão em aberto, de pessoas que aderiram à greve, ou fizeram baderna, ou outro motivo, que não me cabe julgar. E eu não posso abrigar foragidos. Seria um ato de insubordinação”, afirmou o deputado, em entrevista à rádio Sociedade.

Mortes

Mais quatro pessoas foram mortas nesta segunda-feira (6) na Bahia. Com isso, sobe para 93 o número de homicídios desde o início da greve da Polícia Militar, no dia 31.

O cálculo considera o primeiro dia cheio (1º) da paralisação --já que a decisão dos grevistas foi tomada, na véspera, no fim do dia --e números divulgados pela SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública da Bahia). Durante o final de semana, foram registrados 36 homicídios. A sexta-feira (3), contudo, foi o dia em que os homicídios deram um salto: 32 casos.