Comissão do Congresso tenta mediar negociação entre policiais grevistas e governo baiano
O Congresso está tentando mediar a negociação entre policiais grevistas e o governo da Bahia. Uma paralisação deflagrada na última terça-feira (31) por parte de categoria levou as principais cidades do Estado a sofrer uma onda de assaltos e mortes. Nesta segunda-feira (6), forças federais estão cercando a Assembleia Legislativa, em Salvador, onde estão acampados os integrantes do movimento.
Em nota oficial, o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, afirma que entrou em contato com o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e com o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspra), Marcos Prisco, para propor a abertura de uma mesa de negociação coordenada por uma comissão parlamentar, envolvendo deputados e senadores.
Paulinho afirma que os dois lados concordaram com a abertura da negociação e a expectativa é que a primeira reunião aconteça amanhã.
Confusão na Assembleia
Marcos Prisco, que é líder do movimento grevista, afirmou no começo da tarde desta segunda-feira (6) que o clima dentro Assembleia Legislativa é “tranquilo”, mas que os manifestantes estão preocupados com as crianças e mulheres que estão lá dentro.
Segundo Prisco, cerca de 2.000 pessoas estão dentro do prédio do Legislativo baiano. O Exército, que cerca o prédio, não soube estimar o número de ocupantes, que estão lá desde a semana passada.
Mais cedo, soldados do Exército lançaram bombas de efeito moral e dispararam balas de borracha contra policias grevistas que estavam do lado de fora da Assembleia e que tentavam entrar no local. Segundo a Folha. com, há pelo menos dois manifestantes feridos, além de um cinegrafista de TV.
De acordo com Prisco, os grevistas não vão deixar a Assembleia até que sejam revogados os pedidos de prisão de 12 grevistas, além da concessão da anistia irrestrita para os grevistas e o pagamento de gratificações.
“Mais que isso agente não pode ceder, porque isso são direitos. Essa é a condição para sairmos daqui”, disse Prisco ao UOL por telefone.
São foragidos, diz presidente da Assembleia
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT), disse hoje que pediu ao Exército a desocupação do prédio-sede porque “o Poder Legislativo não pode servir de esconderijo para os foragidos da lei.” Segundo Nilo, há cerca de 200 a 250 policiais armados dentro do prédio.
“Durante sete dias conversamos com os grevistas para chegarmos a um denominador comum. Infelizmente não chegamos a um acordo, e eu preciso voltar à normalidade. Não tive outra alternativa a não ser procurar o general Gonçalves Dias [comandante da 6ª Região Militar]. E é público que existem 12 mandados de prisão em aberto, de pessoas que aderiram à greve, ou fizeram baderna, ou outro motivo, que não me cabe julgar. E eu não posso abrigar foragidos. Seria um ato de insubordinação”, afirmou o deputado, em entrevista à rádio Sociedade.
Onda de violência durante a greve
Mais quatro pessoas foram mortas nesta segunda-feira (6) na Bahia. Com isso, sobe para 93 o número de homicídios desde o início da greve da Polícia Militar, no dia 31.
O cálculo considera o primeiro dia cheio (1º) da paralisação --já que a decisão dos grevistas foi tomada, na véspera, no fim do dia --e números divulgados pela SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública da Bahia). Durante o final de semana, foram registrados 36 homicídios. A sexta-feira (3), contudo, foi o dia em que os homicídios deram um salto: 32 casos.*C
*Com colaboração de Heliana Frazão, em Salvador
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