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Assembleia da Bahia tem vidros quebrados e portas arrombadas

Janaina Garcia

Do UOL, em Salvador

09/02/2012 15h36

A Assembleia Legislativa da Bahia retomou os trabalhos nesta quinta-feira (9) de forma precária. Durante visita dos jornalistas ao interior do prédio, que estava ocupado desde o último dia 31 por policiais militares grevistas, foram constatados vidros quebrados, portas arrombadas e desordem no interior da Casa.

Segundo a Presidência da Assembleia, os estragos foram deixados pela Polícia Federal após vistoria realizada depois da desocupação dos PMs, no final da madrugada de hoje.


Instantes depois de os 245 policiais que estavam amotinados se renderem –dois deles que tinha mandado de prisão foram detidos ao deixar o prédio–, a PF entrou no prédio para uma varredura em busca de explosivos, armas e eventuais grevistas que tivessem se escondido. O resultado foram portas trincadas, fechaduras arrombadas, partes de teto e equipamentos de iluminação destruídos.

Antes de permitir o acesso da imprensa, o presidente do Poder Legislativo estadual, deputado Marcelo Nilo (PDT), havia afirmado em entrevista coletiva que o prédio não havia sido danificado pelos grevistas. O próprio chefe de Comunicação do Exército, tenente-coronel Marcio Cunha, havia reforçado a afirmação –segundo ele, o local estava “apenas muito sujo”.

Durante a visita dos repórteres e cinegrafistas, com o prédio ainda sem luz, Nilo disse que havia sido informado pela PF da necessidade dos estragos. “Foi uma ação tática da PF em defesa do patrimônio público. Afinal, podia ter grevista aqui, e todas as portas estavam trancadas”, disse. A PF, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou ao UOL que fez um levantamento com os policiais que estiverem no local e todos negaram a suposta ação relatada pelo parlamentar.

Indagado sobre quem arcaria com o prejuízo, Nilo resumiu: “Vou pensar nisso depois. Mas creio que a própria Assembleia é quem vai arcar com esses custos”. O presidente reforçou que a ação não foi exagerada. “Aqui, no caso da PF, foi ação tática, não vandalismo.”

Entre as marcas deixadas pelos grevistas acampados, havia lixo, peças de roupa sujas, garrafas de água e velas ainda acesas –já que iluminação e água estava cortados. Alguns locais como a presidência e o plenário não foram invadidos. De dois banheiros do piso mais usado pelos PMs, um estava interditado; o outro tinha um aviso para que “apenas mulheres” o usassem –homens deveriam buscar um banheiro no segundo piso.

A reportagem viu pelo menos quatro funcionários de setores distintos da Casa desorientados sobre como retomar os trabalhos com portas arrombadas e vidros quebrados. Paralelamente, a guarda patrimonial fazia, de manhã, um levantamento dos estragos.