Após fuga de 41 detentos, laudo aponta falhas em penitenciária do RN; governo culpa agentes

A fuga de 41 detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no município de Nísia Floresta (RN) em janeiro deste ano, somente foi possível por causa de falhas na estrutura da unidade prisional. Foi essa a conclusão do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), que emitiu o laudo de vistoria sobre o caso nesta terça-feira (14).

O parecer contraria a hipótese do governo do Estado, que insinuou que os detentos contaram com a facilitação de agentes penitenciários. O laudo, contudo, reforça a denúncia dos agentes: há graves falhas no presídio, onde faltam até mesmo cadeados.

Outro problema apontado pelo Itep foi o número insuficiente de agentes. O documento foi encomendado pelo Ministério Público Estadual (MPE), que instaurou procedimento investigatório criminal para apurar se houve negligência.

Dias após a fuga, o secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte, Fábio Luís Monte de Hollanda, chegou a dizer que o problema não tinha sido falta de pessoal ou de estrutura, mas, sim, negligência. Ele prometeu apurar o caso com rigor.

Com o intuito de derrubar as acusações, os agentes produziram um vídeo no qual é mostrado como supostamente os detentos conseguiram fugir. O secretário Fábio Hollanda não foi localizado para comentar o laudo do MP.

A fuga

Na noite de 19 de janeiro, 41 detentos conseguiram fugir da penitenciária de Alcaçuz (40 km de Natal). Um dia após a fuga, foram exonerados o diretor da unidade, Marcos Lisboa, e o coordenador do sistema prisional, José Olímpio Silva.

Até agora, 11 presos foram recapturados. Duas semanas após esse fato, a penitenciária registrou mais uma fuga. Dessa vez, seis apenados escaparam, de madrugada, através de um túnel no pavilhão 1. Por essa mesma escavação outros detentos já haviam conseguido fugir.