Topo

Pichações em muros e postes alertam para a falta de segurança em bairro de Salvador

Pichações em muros e postes de Salvador alertam: "Cuidado, zona de assalto" - Gabriel Carvalho/UOL
Pichações em muros e postes de Salvador alertam: "Cuidado, zona de assalto" Imagem: Gabriel Carvalho/UOL

Gabriel Carvalho

Do UOL, em Salvador

03/04/2012 17h08

Algumas pichações em muros e postes têm chamado a atenção de quem passa pelas ruas transversais do bairro do Rio Vermelho, na orla de Salvador. No texto, cuja autoria não foi identificada pela polícia, há um alerta nada agradável, principalmente para quem caminha pelos locais nos horários de menor movimento: “Cuidado, zona de assalto”.

De acordo com o aposentado Gilberto Sena, 54 anos, a mensagem retrata a realidade da avenida Juracy Magalhães Jr. “É horrível passar por aqui e não ter nenhuma sensação de segurança”, conta o homem que já foi assaltado uma vez  à luz do dia. Há um mês, no mesmo local, um homem foi seguido bandidos após sair de uma agência bancária com R$ 15 mil e assassinado na frente da mãe.

A funcionária de uma loja, que também funciona na avenida Juracy Magalhães Jr, Sandra Lea Santos, 32, chama a atenção para os horários preferidos dos criminosos. “Eles atacam sempre nos períodos em que as ruas ficam mais desertas como o início da noite e a hora do almoço”, conta.

Sandra disse ainda que as modalidades de delitos são variadas. “Outro dia levaram o carro de uma cliente. Também roubaram o celular e a carteira de um rapaz”, completou.

Mal iluminadas e desertas, as ruas Maragojipe, Nelson Gallo e Frederico Edlwess também se transformam em pontos fixos de assaltantes e usuários de drogas no período da noite, segundo comerciantes e moradores. “Eu prefiro pegar dois ônibus para chegar em casa, só para evitar de passar por aqui à noite”, disse o funcionário de uma banca de revista , Charles Eduardo Silva, 30.

As pessoas ouvidas pela reportagem de UOL foram unânimes em dizer que o problema de assaltos se deve à falta de um efetivo policial na região. “Antigamente havia uma dupla de PMs circulando por aqui e também víamos viaturas fazendo ronda. Hoje isso é uma raridade”, afirmou o professor André Gally, 35, que já testemunhou um assalto a uma vizinha na rua Maragojipe.

A Polícia Militar, por meio de assessoria, rebateu as críticas quanto à falta de policiamento no local e informou que o bairro do Rio Vermelho registra um baixo índice de ocorrências. Ainda segundo a PM, “o local faz parte da AISP - Área Integrada de Segurança Pública que engloba as polícias Militar e Civil, com delegacia, Companhia Independente da PM, além de rondas itinerantes, que são efetuadas nos períodos da manhã, tarde e noite”.

Por fim, a assessoria informou também que a corporação redobrou a segurança na orla de Salvador desde o dia 2 de dezembro do ano passado, em decorrência da Operação Verão que ainda permanece em andamento.

No mês de março, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), foram registrados dois furtos de veículos, um roubo de carro e um homicídio. Entretanto, o site da SSP não informa o número de assaltos registrados no período.