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Em entrevista a jornal, Joaquim Barbosa diz que "Peluso manipulou resultados" no STF

O ministro do STF, Joaquim Barbosa - Folha Imagem
O ministro do STF, Joaquim Barbosa Imagem: Folha Imagem

Do UOL, em São Paulo

20/04/2012 09h35

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa fez críticas à gestão do ministro Cezar Peluso na presidência do tribunal e disse que Peluso inúmeras vezes manipulou ou tentou manipular resultados de julgamentos. Barbosa acaba de assumir a vice-presidência do tribunal nesta quinta-feira, ao lado de Carlos Ayres Brito, novo presidente do STF.

As declarações do ministro foram feitas em entrevista ao jornal "O Globo", dois dias depois de Peluso ter dito que Barbosa era inseguro e dono de "temperamento difícil". 

Na entrevista, Barbosa ainda afirma que Peluso dificultou seu processo de recuperação. O ministro enfrentou problemas de saúde que, segundo o próprio, não foram respeitados pelo então presidente do tribunal.

"Foi ele quem, em 2010, quando me afastei por dois meses para tratamento intensivo em São Paulo, questionou a minha licença médica e, veja que ridículo, aventou a possibilidade de eu ser aposentado compulsoriamente. Foi ele quem, no segundo semestre do ano passado, após eu me submeter a uma cirurgia dificílima (de quadril), que me deixou vários meses sem poder andar, ignorava o fato e insistia em colocar processos meus na pauta de julgamento para forçar a minha ida ao plenário, pouco importando se a minha condição o permitia ou não".

Para Barbosa, Peluso não deixa legado positivo após sua passagem como presidente do STF. "As pessoas guardarão a imagem de um presidente conservador e tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade", declarou o ministro.

Sobre as declarações de Peluso a seu respeito, Barbosa qualificou os comentários de "brega, caipira". "Isto lá é postura de um presidente do Supremo Tribunal Federal?".

O ministro Carlos Ayres Brito assumiu a presidência do STF nesta quinta-feira (19), cargo que exercerá nos próximos sete meses. Em novembro, quando completará 70 anos, o ministro vai se aposentar compulsoriamente.