Nível do Guaíba desce 20 cm, mas segue 2 metros acima da cota de inundação
O nível do Guaíba caiu para 5,08 metros de altura às 10h15 de hoje. Há nova previsão de chuva forte no Rio Grande do Sul a partir da sexta-feira (10).
O que aconteceu
Nível baixou pelo menos 20 centímetros nas últimas 24 horas. Na manhã de ontem, por volta de 11h, a altura da água era de 5,28 metros, segundo o Ceic (Centro Integrado de Coordenação de Serviços) de Porto Alegre.
Guaíba segue mais de 2 metros acima do limite de inundação, que é de 3 metros. A referência é usada para indicar possíveis danos aos municípios.
Temporais já deixaram pelo menos 100 mortos e 128 desaparecidos. As autoridades ainda investigam se quatro óbitos têm relação com a chuva no estado. Mais de 1,4 milhão de pessoas foram afetadas, mais 163 mil estão desalojadas e 66.761 em abrigos.
Cheia que inunda Porto Alegre ainda levará dias para retornar a patamares seguros. O sistema de proteção contra enchentes, que circunda a cidade, foi projetado para suportar até 6 metros de altura.
Defesa Civil pede que moradores resgatados ainda não voltem para suas casas inundadas. O alerta vale principalmente para quem mora na região metropolitana de Porto Alegre. Segundo o órgão, esses locais atingidos ainda seguem sob alto risco e estão sujeitos a movimentos de massa e transmissão de doenças.
Nível do Guaíba
-- Ceic Porto Alegre (@CEIC_POA) May 8, 2024
Cais Mauá
Cota atual: 5,08m
Cota de Alerta: 2,5m
Cota de Inundação: 3m
Informação obtida às 10h15min por meio da régua da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA) e Agência Nacional de Águas (ANA).
Ao todo, 417 dos 497 municípios gaúchos — ou seja, 83,9% deles — foram afetados pelas fortes chuvas. Veja fotos de antes e depois.
Cerca de 100 mil casas foram destruídas ou danificadas e o prejuízo é de R$ 4,6 bilhões, calcula a Confederação Nacional de Municípios. Dados são parciais, já que ainda há cidades submersas pela água em que os danos não foram medidos. O setor da agricultura foi área privada com maior valor de prejuízo, calculado em R$ 435 milhões pela CNM. O órgão calcula R$ 37,5 milhões de prejuízo para comércios locais.
Voos comerciais pousarão na Base Aérea de Canoas. O município deve suprir a demanda gerada pelo fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A previsão é de que o aeroporto da capital fique fechado até 30 de maio. A princípio, Canoas receberá voos comerciais com ajuda humanitária. Depois, as aeronaves comerciais serão usadas para fazer a distribuição de mantimentos. Após as duas operações, um voo com cidadãos gaúchos que estavam fora do estado deve pousar na região.
Governador diz que Pix para doações será gerido por entidade privada. ''O dinheiro não é para o governo'', afirmou Eduardo Leite (PSDB) à CBN. Segundo ele, nenhuma das ações governamentais anunciadas consumirão o dinheiro recebido. A conta divulgada pelo governo acumula cerca de R$ 70 milhões. Veja como ajudar vítimas dos temporais no Rio Grande do Sul.
Ainda falta energia elétrica e água
408.050 clientes da CEEE Equatorial e da RGE Sul ainda estão sem luz. 543.776 clientes da Corsan também seguem sem abastecimento de água. As operadoras Tim, Vivo e Claro informaram estar sem serviços de telefone e internet em, respectivamente, 16, 31 e 6 municípios.
A Marinha envia hoje o maior navio de guerra da América Latina, capaz de produzir 300 mil litros de água potável por dia. A embarcação também conta com centro de saúde, UTI, sala de trauma, centro cirúrgico e farmácia.
941 escolas foram afetadas em todo o estado, impactando mais de 300 mil alunos. As aulas da rede em Porto Alegre, São Leopoldo, Estrela, Guaíba, Cachoeira do Sul, Canoas e Gravataí não têm previsão de retomada.
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Quero receberMais chuva e frente fria na região
Frente fria associada a ciclone extratropical na costa da Argentina causará chuva forte no estado. A frente fria vai atingir o estado a partir de hoje, segundo o Climatempo. A previsão é de que a instabilidade no tempo fique ainda mais forte na sexta-feira (10), segundo a agência meteorológica MetSul. A previsão da chegada do frio preocupa moradores afetados, porque faltam agasalhos e outros recursos para que os desabrigados possam encarar a queda da temperatura.
Há risco de novos deslizamentos de terra e quedas de barreiras em rodovias. Novos alagamentos devem ser registrados, o que pode piorar a situação das cidades que ainda contabilizam danos para as enchentes.
A chuva deve se concentrar em pontos do norte e nordeste do estado, sobretudo na região da Serra. Para os próximos dias, estão previstos de 100 mm a 200 mm de chuva.
Apesar do volume de chuva não ser considerado extremo, ele atingirá as cabeceiras de vários rios, que deságuam no Guaíba. A MetSul ressalta que o ciclone que atinge a Argentina não vai se aproximar do Rio Grande do Sul.
Tempo deve voltar a melhorar entre a terça (14) e a quarta-feira (15).
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