Policiais envolvidos em morte de adolescente são presos no RJ
Quatro policiais militares foram presos ontem por envolvimento no assassinato do adolescente Thiago Flausino, no Rio de Janeiro.
O que aconteceu
Os policiais foram presos acusados por homicídio. O Ministério Público do Rio fez a denúncia do caso no dia 9 de abril e o Tribunal de Justiça expediu os mandados de prisão.
Os agentes teriam alterado a cena do crime. Segundo a investigação, eles colocaram uma pistola Glock e munição ao lado do menino de 13 anos após matá-lo, com o intuito de simular um confronto armado.
Os militares teriam usado carro particular, com insulfilm, para uma operação policial ilegal. De acordo com o Ministério, no dia do assassinato, os PMs "efetuaram, conjuntamente, diversos disparos de arma de fogo contra Thiago e um homem que o acompanhava''.
Crime foi por motivo torpe. A denúncia diz que a conduta dos policiais também dificultou a defesa das vítimas, que estavam em uma moto e foram surpreendidas com os disparos. Os agentes teriam usado fuzis, armas de alta energia e de uso restrito.
Relembre o caso
O episódio ocorreu no dia 5 de agosto do ano passado. Thiago foi atingido na Estrada Miguel Salazar Mendes de Moraes, esquina com a Rua Jeremias, na entrada da comunidade Cidade de Deus, em Jacarepaguá.
A família diz em execução. Segundo o tio de Thiago, Hamilton, o sobrinho estava andando de moto com outro adolescente quando, em uma esquina da Cidade de Deus, foram surpreendidos com tiros da polícia. Thiago teria caído no chão com um tiro na perna e, depois, teria sido executado, alegou o tio em entrevista a veículos de imprensa. A família se baseia em um vídeo da câmera de segurança do estabelecido que fica em frente ao ocorrido.
PM afirmou que policiais foram atacados. Os autores dos disparos são do Batalhão da Polícia de Choque e "realizavam policiamento". "Após confronto, um adolescente foi encontrado atingido e não resistiu aos ferimentos. Uma pistola calibre 9mm foi apreendida no local", diz a nota da PMERJ.
Uma tia do adolescente negou que ele estivesse armado. "Ele não estava armado, não era traficante. Nossos familiares estão muito abalados com o fato de estarem acusando uma criança de 13 anos de ser envolvido com o tráfico. A gente infelizmente entra para estatística", declarou em outra entrevista a TVs que acompanham o caso.
Agentes foram presos no dia 6 de setembro de 2023 e liberados pelo Ministério Público. Os quatro haviam sido indiciados no processo e apresentaram-se para o cumprimento de mandado de prisão. Um mês depois, a Justiça pediu que eles fossem soltos.
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