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Queda de quase 50% na mortalidade infantil do país é "surpreendente", diz IBGE

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

27/04/2012 15h32Atualizada em 27/04/2012 15h37

A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, destacou nesta sexta-feira (27) a queda de 47,5% no índice brasileiro de mortalidade infantil, dado registrado pelo Censo Demográfico 2010 em comparação com a mesma pesquisa realizada há dez anos em todo o território nacional. Esse e outros dados foram divulgados nesta sexta-feira (27). Segundo o levantamento, a taxa que em 2000 era de 29,7‰, isto é, 29,7 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos, caiu para 15,6‰ em 2010.

Segundo Bivar, os resultados são surpreendentes e comprovam o acelerado processo de desenvolvimento do país. A região na qual os pesquisadores constataram o maior grau percentual de redução da mortalidade infantil foi o Nordeste, que hoje registra 18,5‰, ou seja, 18,5 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidos vivos –em 2000, esse índice chegava a 44,7‰. A redução foi de 58,6% na década.

"Com certeza, o maior destaque do Censo 2010 diz respeito à redução dos números de mortalidade infantil. Esse resultado se deve a inúmeros fatores de transformação, a exemplo do sucesso de algumas políticas públicas, aumento do grau de escolaridade da população, uma consciência maior das mulheres em relação ao período da gestação, entre outros", afirmou Bivar em entrevista coletiva no Rio de Janeiro.

Apesar do declínio, o Brasil ainda precisa reduzir muito a taxa para se aproximar dos níveis de mortalidade infantil das regiões mais desenvolvidas do mundo, que fica em torno de 5 óbitos de crianças menores de 1 ano de idade para cada 1.000 nascidos vivos.

Mais destaques

A presidente do IBGE também destacou a expressiva queda da taxa de natalidade, e comemorou o fato de que os índices apresentados por alguns Estados brasileiros, tais como Rio de Janeiro e São Paulo, são similares ao padrão europeu.

O Censo mostrou que as mulheres brasileiras estão tendo menos filhos: a taxa de fecundidade total no país, que era de 2,38 filhos por mulher em 2000, chegou a 1,9 filho por mulher em 2010, apresentando uma queda de 20,1%.

"Com menos filhos para cuidar, as mulheres brasileiras têm mais tempo para melhorar a qualidade de vida, cuidar da saúde e pensar na carreira", avaliou.

No entanto, Bivar ressaltou que alguns índices não evoluíram como o esperado. De acordo com o levantamento, a taxa de analfabetismo entre adolescentes e adultos (a pesquisa considera pessoas com 15 anos ou mais) --que vem apresentando uma vertiginosa queda desde os anos 1940-- caiu apenas 4% na década.

Os pesquisadores tinham a expectativa de que a redução do número de analfabetos no país superasse a queda registrada no período entre os recenseamentos demográficos de 1991 e de 2000. Nesse período, o índice caiu de 20,1% para 13,6%.

Porém, o IBGE destacou o fato de que, pela primeira vez em sua história, o Brasil registrou uma taxa de analfabetismo menor do que 10% de sua população, que atualmente é de quase 191 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010.