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Com greve no metrô, prefeitura suspende rodízio em São Paulo

Foto de abril de 2012 mostra plataforma da estação Sé do Metrô de São Paulo, sentido zona leste, completamente lotada - Haroldo Júnior/ Futurapress/Agência Estado
Foto de abril de 2012 mostra plataforma da estação Sé do Metrô de São Paulo, sentido zona leste, completamente lotada Imagem: Haroldo Júnior/ Futurapress/Agência Estado

Do UOL, em São Paulo

22/05/2012 20h53

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) da Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio municipal de veículos nesta quarta-feira (23) por conta da greve dos metroviários e dos trabalhadores de duas linhas da CPTM (Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos), decidida em assembleias hoje (22). Com isso, os carros com placas finais 5 e 6 poderão circular no centro expandido da capital.

O órgão implantará um plano operacional com o objetivo de minimizar os impactos no trânsito. A operação irá focar os corredores que dão acesso às estações de metrô.

A SPTrans --estatal municipal responsável pelos ônibus municipais-- irá acionar o Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência). As linhas de ônibus que operam com destino às estações de metrô serão estendidas até a região central da capital.

Greves

Os trabalhadores do Metrô de São Paulo e das linhas 11-coral (Luz/Estudantes) e 12-safira (Brás/Calmon Viana) da CPTM decidiram em assembleias realizadas nesta terça-feira (22) entrar em greve a partir da 0h desta quarta-feira (23).

Segundo o sindicato dos metroviários de São Paulo, trabalhadores que entrariam no turno da noite nesta terça já estão em greve --para atender os usuários até a meia-noite, funcionários da tarde vão prolongar o expediente.

No caso do Metrô, não funcionarão as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás. A linha quatro-amarela, por pertencer a um consórcio, não deverá ser afetada pela paralisação.

A decisão foi tomada depois de uma audiência entre representantes do sindicato e da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), realizada à tarde, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), e que terminou sem acordo.

Os metroviários exigiam 5,13% de reposição salarial e 14,99% de ganho real e criticavam o fato de as contratações não terem sido suficientes para atender o número maior de passageiros transportados. Com a operação da linha 4-amarela, o movimento de passageiros aumentou para 4,4 milhões de pessoas por dia.

O estado de greve foi decretado pelos trabalhadores em assembleia realizada no último dia 16 –mesmo dia em que um acidente envolvendo dois trens na linha 3-vermelha deixou 49 pessoas feridas.

A categoria também exige equiparação salarial, jornada de 36 horas semanais e adicional de risco de vida de 30%.

O Metrô propôs reposição de 4,67% e 0,50% de aumento real a partir da data-base de 1º de maio, além de reajuste no vale-alimentação e no auxílio-creche também no índice de 4,67%. A companhia informou ainda que mantém a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para os metroviários.

Já os ferroviários querem aumento de 7,05%, além de tíquete refeição no valor de R$ 21,50. A proposta da CPTM é de reajuste de 6,17% e tíquete refeição de R$ 19,50.

As negociações da categoria com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos começaram em março e as tratativas passaram a ser intermediadas pela Justiça trabalhista em maio, sem previsão de data de realização.

O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo convocou uma assembleia para a tarde desta quarta-feira (23) para definir sua posição.

Outros Estados

Greves de ônibus, trens urbanos e metrô causam transtornos a cerca de 900 mil pessoas em capitais do nordeste. Em Maceió, João Pessoa e Natal, os trens fazem apenas 30% das viagens diárias. No Recife, o metrô opera há oito dias com 50% das viagens e em horários de pico – das 5h às 9h e das 16h às 20h.

Segundo a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), são 300 mil pessoas prejudicadas. A greve dos servidores completou oito dias nesta terça-feira (22).

Em São Luís, os rodoviários endureceram a paralisação nesta segunda-feira (21), e 100% dos ônibus estão parados nas garagens. Segundo as empresas de ônibus, 600 mil usuários circulam pelos coletivos na capital e região metropolitana. A greve teve início na terça-feira da semana passada (15).

O metrô em Belo Horizonte também está paralisado desde o dia 14, afetando o cotidiano de aproximadamente 215 mil pessoas na capital mineira. Lá, os trens só funcionam nos horários de pico – das 5h20 às 8h30 e das 17h às 19h30.

O Rio Grande do Sul também sofreu nesta segunda-feira (21) com uma paralisação de 24 horas da Trensurb. O Sindicato dos trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviário e Conexas do Estado do Rio Grande do Sul reivindica reajuste de 21,51% nos salários.