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"Do ponto de vista técnico, ação não pode ser criticada", diz coronel da PM sobre morte de publicitário em SP

Ford Fiesta do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, que teve o para-brisa marcado pelos disparos  - Robson Ventura/Folhapress
Ford Fiesta do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, que teve o para-brisa marcado pelos disparos Imagem: Robson Ventura/Folhapress

Guilherme Balza

Do UOL, em São Paulo

19/07/2012 18h42Atualizada em 19/07/2012 20h48

O comandante-geral interino da PM, coronel Hudson Camilli, evitou responsabilizar os policiais militares que atiraram e mataram o publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39, que teria supostamente fugido de uma abordagem na zona oeste de São Paulo, na noite desta quarta-feira (18).

Em entrevista coletiva nesta quinta (19), o comandante foi questionado diversas vezes sobre se teria havido erro na abordagem, mas limitou-se a dizer que as investigações sobre o caso é que apontarão ou não falhas dos policiais.

“Do ponto de vista técnico, a ação não pode ser criticada. Do ponto de vista legal, há reparos a se fazer”, disse o comandante, sem especificar quais serão os reparos.

Os policiais teriam feito os disparos depois de uma suposta tentativa de fuga do publicitário. Durante a perseguição, de acordo com o relato do comandante, o publicitário teria segurado um telefone celular --que os policiais teriam confundido com uma arma. Os PMs Luis Gustavo Teixeira Garcia, 28, Adriano Costa da Silva, 26, e Robson Tadeu do Nascimento Paulino,30, foram presos em flagrantes e estão detidos no presídio militar Romão Gomes, no Tremembé, zona norte da capital.

Em depoimento à Polícia Civil, os policiais disseram que perceberam um objeto preto nas mãos do publicitário e confundiram esse objeto com uma arma. Em seguida, os três dispararam várias vezes, de uma distância curta, contra o publicitário, que levou pelo menos dois tiros na cabeça.

“O gesto dele com o celular na mão os levou a reagir”, justificou o comandante interino. “Ele estava fugindo de uma abordagem. Desobedeceu a uma ordem legal."

A polícia não sabe qual motivo teria levado o publicitário a não parar no bloqueio. Segundo a polícia, havia cerca de 50 gramas de maconha dentro do carro.

O delegado seccional Dejair Rodrigues identificou erro na atuação dos policiais: “Houve uma falha dos policiais, e, em função desta falha, entendemos que eles deveriam ser presos. Infelizmente a vítima não parou diante de uma ordem dos policiais, mas infelizmente também essa vítima não reagiu contra eles."

Ricardo Aquino estava a caminho de casa, voltando da residência de um amigo, quando teria se recusado a parar em uma abordagem perto da praça da Paz, no Sumaré. Perseguido, bateu em outra viatura que tentou interceptá-lo e foi baleado na avenida das Corujas, perto da praça do Pôr-do-sol, no Alto de Pinheiros.

Depois de ser atingido, ele chegou a ser levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.

O comandante interrompeu a coletiva de imprensa em razão de uma reunião com o governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes.