PF prevê operações-padrão em portos e aeroportos do país
Agentes da Polícia Federal (PF) prometem fazer nesta quinta-feira (16) uma nova operação-padrão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, a partir das 16h30, o que deve atrasar procedimentos de rotina, como verificação de passaportes. O ato faz parte da operação Blackout, que deve promover operações-padrão em portos, aeroportos e fronteiras em todos os Estados.
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A decisão foi tomada ontem em reunião do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal de São Paulo (Sindpolf-SP) com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).
O ministro do Trabalho, Brizola Neto, disse hoje que a partir da próxima semana deverá haver maior entendimento entre o governo e os servidores públicos em greve há dois meses. "O governo está atento e é fundamental entender que começou a formular propostas concretas, como foi feito com o setor da educação. A tendência natural agora é os movimentos irem perdendo força à medida que forem produzidos acordos", explicou.
Também na quarta, representantes da federação não entraram em acordo com o Ministério do Planejamento, durante rodada de negociação. Porém, representantes do Ministério sinalizaram que o governo estuda um índice de reajuste para todas as categorias do serviço público dentro de limites orçamentários.
A assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento informou que a reunião não teve propostas concretas pois “os grevistas só negociariam com apresentação de um plano de carreiras”. Segundo o órgão, isso está sendo analisado internamente para terça, quando deve acontecer reunião no órgão, às 20h, para que o governo apresente uma proposta nova e definitiva para os servidores da PF.
Greve
Os grevistas pleiteiam reestruturação de carreira e de salários de papiloscopistas, agentes e escrivães. Eles reclamam de portaria do Ministério do Planejamento, de 1989, que atribui nível médio às funções.
“A adesão à greve continua nos mesmos índices do início [30% operativo, apenas], e a tendência é que voltemos a aumentar nossas ações até que o governo apresente algo concreto. E hoje não veio nada de concreto”, disse o vice-presidente da Fenapef, Paulo Ottoni.
De acordo com o dirigente, as ações dos grevistas foram reduzidas, nos últimos dias, como forma de convencer o governo a negociar. “Mas a tendência é que as operações-padrão, a suspensão da emissão de passaportes via mutirões e as barreiras em estradas sejam intensificadas se não negociarem. Vamos radicalizar”, completou.
Em São Paulo, o efeito da greve na emissão de passaportes foi mínimo, porque postos espalhados pela cidade são operados por funcionários terceirizados, e não por agentes de carreira. “Mas em Estados como Minas e Espírito Santo, por exemplo, são quadros nossos operando e só casos de urgência estão sendo liberados”, declarou o vice-presidente da Fenapef.
A greve dos agentes da PF completará duas semanas no dia 21 de agosto.
Hoje, um salário-base de agente da PF é de R$ 7.514. O de delegados varia de R$ 13.368 a R$ 19.700, valor que, segundo a categoria, está defasado por perdas salariais não respostas há pelo menos três anos. Os delegados chegaram a paralisar os trabalhos, semana passada, mas apenas por um dia.
* Com informações de Janaina Garcia, em São Paulo
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