"Maníaco do volante" é condenado por mais um crime em Minas Gerais; pena é de 36 anos
O pintor Marcos Antunes Trigueiro, que ficou conhecido como “maníaco do volante”, foi condenado nesta terça-feira (11) a 36 anos e nove meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, estupro e furto, em regime fechado, pela morte de Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, 35, ocorrida em 2009. A pena se soma aos 62 anos que Trigueiro recebeu, em 2010, da condenação pelos assassinatos de outras duas mulheres na região metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, esse foi o terceiro julgamento, e a nova condenação foi dada por um juiz da cidade de Nova Lima (26 km de Belo Horizonte) após audiência realizada na cidade mineira. Trigueiro é acusado de uma série de estupros e mortes de mulheres na capital mineira e em cidades da região metropolitana.
Os crimes atribuídos a Trigueiro pela Polícia Civil mineira mostraram o mesmo modo de ação, as vítimas eram estupradas antes de serem mortas e tinham os pertences roubados. Ainda segundo a investigação, o acusado tinha predileção por mulheres desacompanhadas na direção de seus carros.
O advogado Rodrigo Bizzotto Randazzo afirmou que vai recorrer da sentença dada ao cliente. “Foi uma condenação exacerbada, totalmente fora do padrão. O juiz quis mostrar rigor para a sociedade, mas vamos recorrer, e acho que essa pena cai para uns 20 e poucos anos”, disse o defensor, que atribuiu ao cliente uma "psicopatia" que teria de ter sido considerada pela Justiça. "Em regra, a pessoa com psicopatia tinha que ser considerada doente e inimputável”, disse Randazzo.
Crimes
Em junho de 2010, Trigueiro foi condenado a 34 anos e quatro meses de prisão pelo estupro e morte da empresária Ana Carolina Menezes de Assunção, 27, em abril de 2009. Ele cumpre a sentença por homicídio qualificado, estupro, furto e por expor a vida de uma criança a perigo iminente na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte).
O julgamento havia sido realizado no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. O júri popular estava formado por quatro mulheres e três homens.
De acordo com o TJ-MG, no dia 16 de abril, a vítima foi abordada por Trigueiro quando estava em seu carro, acompanhada pelo filho de um ano e meio, no bairro Industrial, em Contagem.
Ele teria simulado um assalto, entrado no veículo e mandado a empresária conduzir o carro para outro local, onde ela teria sido abusada e morta. O bebê foi deixado no local. Durante o julgamento, Trigueiro assumiu que assassinou Ana Carolina no bairro Alto dos Pinheiros, na região noroeste da capital mineira.
Ele disse ainda que matou a empr esária depois que ela começou a agredi-lo durante a relação sexual e afirmou que não tinha visto a criança quando entrou no carro. Apesar disso, disse que à época que Ana Carolina concordou em ter relações sexuais com ele, negando, assim, ter cometido estupro.
Cinto de segurança para estrangular
Em setembro de 2010, o homem foi condenado a mais 28 anos de prisão pela morte da comerciante Maria Helena Aguilar, ocorrida em setembro de 2009. Nesse caso, a polícia a Justiça o condenou a 18 anos pelo homicídio, a mais oito anos pelo estupro e outros dois anos por furto praticado contra a vítima.
Segundo a denúncia, em setembro de 2009, Trigueiro simulou assalto contra Maria Helena, 48 anos, quando ela estava em seu veículo no bairro Industrial, divisa de Belo Horizonte com Contagem. Ele a obrigou a dirigir até o bairro Califórnia, região noroeste da capital.
Após manter relações sexuais com ela, usou o cinto de segurança do carro para estrangular e matar a vítima. Em seguida, ele tomou a direção e deixou o carro com o corpo da comerciante em uma estrada secundária da BR-040, sentido Rio de Janeiro, conforme as investigações da polícia.
Inimputável
Trigueiro também é acusado de violentar e matar pelo menos outras duas mulheres. Ele será julgado por estes crimes separadamente. O advogado de Trigueiro afirmou que recorreu das duas sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Ele quer que o cliente seja declarado inimputável.
“Estamos pleiteando a anulação das duas condenações", disse o advogado, evocando a suposta psicopatia do cliente.
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