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Donos de cães protestam no Rio contra pet shop acusado de maus tratos

A aposentada Eliane Talibã, 74, participou do protesto: “Graças a Deus que a minha amiga July não tomava banho naquele lugar" - Rodrigo Teixeira/UOL
A aposentada Eliane Talibã, 74, participou do protesto: “Graças a Deus que a minha amiga July não tomava banho naquele lugar" Imagem: Rodrigo Teixeira/UOL

Rodrigo Teixeira

Do UOL, no Rio

20/10/2012 14h58

Cerca de 50 pessoas protestaram, na manhã deste sábado (20), em frente ao pet shop “Quatro Patas”, no Engenho de Dentro, na zona norte do Rio de Janeiro, e em frente à casa da dona do estabelecimento. Três viaturas da Polícia Militar foram enviadas ao local para garantir a segurança dos pedestres e evitar uma possível depredação.

Um vídeo produzido por um ex-funcionário do pet shop e divulgado na quinta-feira pela TV Globo mostrou o filho da proprietária, Daniel Barroso, dando socos em quatro animais. Ele também batia nos cães com garrafas e amarrava o focinho dos animais durante o banho.

“Estamos realizando uma manifestação pacífica, nada de depredação nem violência. Lutar por quem não tem voz”, disse um dos organizadores da manifestação, Breno Leal, 19.

Os manifestantes levaram cartazes pedindo “justiça” e defendendo os direitos dos animais: “Cadeia para quem maltrata os animais”; “Justiça com animais”; “Crueldade nunca mais, cadeia para ele”; “Cadeia para Daniel já”; “Covardia não”.

Maltratar, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime ecológico, conforme artigo 32 da Lei 9.605, de 1998. Se condenado, o autor dos maus tratos pode pegar pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.

Pet shop está irregular

Nesta sexta-feira (19), uma equipe da Vigilância Sanitária da Prefeitura do Rio esteve no local para fazer uma vistoria, mas o estabelecimento estava fechado, o que impediu a verificação das condições de higiene do pet shop.

A Secretaria de Ordem Pública (Seop) informou ao UOL, por meio de nota, que o alvará do pet shop será cassado, e que o estabelecimento encontra-se irregular junto à Vigilância Sanitária.

“No entendimento da Seop, não é possível o funcionamento de uma atividade econômica na cidade do Rio de Janeiro que atue de forma criminosa. No entanto, as atividades do local já estão suspensas por conta de outras irregularidades --entre elas falta de laudo da vigilância Sanitária”.

Já foram feitos três registros de ocorrência contra o pet shop na polícia, informou o titular do 26º DP (Todos os Santos), delegado Carlos Augusto Neto Leba, por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio.

O caso foi encaminhado para a Delegacia Policial do Meio Ambiente (DPMA).

Ocorrência policial

Um desses registros foi feito pela professora Ana Paula Santos, 50, cuja cadela “Pink” aparece no vídeo sendo maltratada no vídeo. Ela disse que pagava R$ 20 por cada banho no local, e mais R$5 pelo transporte.

“Eu pretendo processar o Daniel. Já fui até depor na delegacia. Entrei em choque quando vi as cenas”, disse.

Já a aposentada Eliane Talibã, 74, participou do protesto com sua cadela “July” mesmo sem ter sido cliente do pet shop. “Graças a Deus que a minha amiga July não tomava banho naquele lugar.”

Uma vizinha do pet shop, Marlene Ramos, 43, dona da cadela Mel, se disse surpresa com as denúncias.  “Surpreendeu a todo mundo aqui, ainda bem que eu não levava a minha Mel lá.