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Três salas de escola estadual desabam na Grande Florianópolis; ninguém ficou ferido

Parte de escola desaba em Palhoça (SC) - Renan Antunes de Oliveira/UOL
Parte de escola desaba em Palhoça (SC) Imagem: Renan Antunes de Oliveira/UOL

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Palhoça (SC)

12/11/2012 16h12

A Defesa Civil interditou por tempo indeterminado a Escola Básica Estadual Vicente Silveira, de Palhoça (Grande Florianópolis), depois que três salas de um pavilhão desabaram na noite deste domingo (11). Hoje, às 7h, quando estudantes, pais e professores começaram a chegar para as aulas, foram informados da interdição.

Nenhum aluno foi ameaçado, porque as salas que desabaram já estavam interditadas desde maio, à espera de recursos da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) do Governo de Santa Catarina para reformas.

A escola funcionava precariamente desde a primeira interdição. A solução então encontrada foi dividir os 180 alunos das três salas em três turnos, espremendo as demais turmas.

Uma ia das 8h às 11h (cortando uma hora do normal), outra das 11h às 14h, e a terceirah das 14h às 17h. A criação da turma intermediária das 11h fez com que todos os alunos tenham menos aulas e que os professores trabalhem mais.
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O diretor Manoel Marino Martins disse que oficiou ao governo em fevereiro sobre as más condições da escola: "Recebi ordens de iniciar o ano com a parte da escola que estava boa, enquanto seria feita licitação para a reforma".

A professora Luciana Prim estava chorosa no pátio da escola. Ela lecionava numa quarta sala do pavilhão, adjacente àquelas que desabaram: "A gente vem trabalhar sem nenhuma condição, imaginem o perigo que passei", dizia, enquanto era acalmada pelos colegas.

Maria Goreti Lopes, mãe de duas meninas alunas da escola, anunciou sua intenção de tirar as filhas do estabelecimento: "O problema é que ainda não sei onde conseguir uma vaga".

No início da tarde, um grupo de professoras e o diretor estavam no refeitório esperando a chegada de diretores da Secretaria de Educação do Estado (SEE), que deverão inspecionar a unidade.

Segundo a assessoria da SEE "as providências para a obra estavam sendo tomadas, não há que se falar em ameaça à saúde das crianças e professores porque a ala (que caiu) estava interditada".

As salas que desabaram estão no fundo do quintal da escola, fazendo divisa com o cemitério municipal. Na frente, em paralelo ao desabamento, está a quadra de esportes. A área estava isolada apenas por fitas amarelas de plástico.

No pátio frontal, um grupo de alunos da oitava série aproveitava para fazer bagunça. Alguns faziam piadas sobre o desabamento. Pedro, de 12, queria que a escola ficasse "interditada até dezembro", para entrar em férias. A turma toda gostou da idéia.