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Palco de tragédia por chuvas em 2008, 12 cidades em SC não têm plano de redução de riscos

Vista aérea do Morro do Baú, em Ilhota, na região do Vale do Itajaí, área de risco de onde algumas pessoas se recusavam a sair durante as chuvas de 2008 - Wilson Dias/ABr
Vista aérea do Morro do Baú, em Ilhota, na região do Vale do Itajaí, área de risco de onde algumas pessoas se recusavam a sair durante as chuvas de 2008 Imagem: Wilson Dias/ABr

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

13/11/2012 10h00

Das 14 cidades catarinenses que decretaram estado de calamidade pública em função das chuvas, em novembro de 2008, 12 ainda não têm plano municipal de gerenciamento de riscos --documento pelo qual são mapeados os riscos ambientais--, segundo levantamento inédito do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O dado faz parte da Pesquisa de Informações Básicas Municipais, a Munic 2011, divulgada nesta terça-feira (13). Apenas as cidades de Blumenau e Itajaí, esta última atingida em mais de 80% de seu território, avançaram no sentido de identificar e estudar os pontos críticos a fim de desenvolver políticas de prevenção.

Já Benedito Novo, Brusque, Camboriú, Gaspar, Ilhota, Itapoá, Luiz Alves, Nova Trento, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó continuavam, em 2011, sem a aprovação de um plano de gerenciamento.

Em âmbito nacional, segundo o IBGE, apenas 6,2% dos municípios brasileiros (344 cidades) já aprovaram esse tipo de projeto. Enquanto isso, 564 municípios (10%) declararam estar em processo de mapeamento.

Independentemente do planejamento municipal baseado em um plano específico, o IBGE registrou o número de cidades cujas prefeituras afirmaram realizar ações de gerenciamento de riscos: 1.812 (35%).

  • Entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, a maioria possui planos de gerenciamento de riscos

Das ações realizadas pelos governos municipais até 2011, isto é, ações isoladas que prescindiam da elaboração de um plano municipal, as mais executadas eram as de drenagem urbana (1.135) e redes e galerias de águas pluviais (1.090).

A tragédia

As chuvas torrenciais que castigaram o Estado de Santa Catarina, em novembro de 2008, provocaram estragos em especial nas cidades do Vale do Itajaí, cujos moradores sofrem anualmente com enchentes e deslizamento em razão das características topográficas da região.

De acordo com a Defesa Civil Estadual, pelo menos 135 pessoas morreram. Duas permanecem desaparecidos. Além dos 14 municípios que decretaram estado de calamidade pública, 63 cidades declararam situação de emergência.

Com 47 mortes, Ilhota foi a cidade que registrou o maior número de óbitos em razão da tragédia. Blumenau, por sua vez, teve 14 vítimas fatais. Nas contas do governo estadual, mais de 50 mil pessoas ficaram desalojados e cerca de 27,5 mil, desabrigadas.

Santa Catarina, que já havia sofrido com chuvas nas últimas décadas --principalmente nos anos de 1974, 1983 e 1995--, voltou a ser palco de uma tragédia provocada por dilúvios em 2011.