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PF busca suspeitos de integrarem quadrilha acusada de desviar R$ 7 milhões do SUS no Piauí

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

21/11/2012 12h00

A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação na manhã desta quarta-feira (21) para prender e apreender documentos referentes a um suposto desvio de recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) no Piauí. Segundo as investigações da operação Gangrena, empresas fornecedoras de medicamentos à Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) teriam fraudado licitação e desviado quase R$ 7 milhões do erário.

Foram expedidos pela Justiça Federal 30 mandados de busca e apreensão, 18 conduções coercitivas para interrogatório, 23 medidas cautelares diversas de prisão, além do afastamento da função pública e bloqueio de contas bancárias e arresto de bens. Técnicos da CGU (Controladoria-Geral da União) também participam da operação.

Segundo a PF, a investigação aponta para ação de uma “quadrilha” formada por empresas fornecedoras de medicamentos e agentes públicos. Eles teriam burlado licitação, “comprometendo a competitividade à medida que a compra de medicamentos se deu por menor preço por lote em vez de menor preço por item, excluindo assim os laboratórios fabricantes dos medicamentos.”

As investigações apontaram ainda que as empresas superestimaram as necessidades dos hospitais piauienses e não entregaram os medicamentos comprados. Para isso, as empresas teriam usado notas ficais frias. A PF ainda aponta para “falta de controles rígidos no almoxarifado central da Sesapi”.

Lavagem de dinheiro

Além de empresários, a quadrilha envolveria agentes públicos vinculados à Central de Controles de Licitações e à Sesapi. “Os membros da organização criminosa detêm grande poder de autonomia e representação dentro das específicas áreas de atuação”, diz a PF.

Os investigados, que não tiveram os nomes revelados, estão sendo acusados desde formação de quadrilha, peculato e corrupção ativa até corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O número de mandados cumpridos até o momento não foi revelado.

Em nota encaminhada ao UOL, a Sesapi informou que está dando o suporte necessário para que a PF realize a investigação, mas cita a operação “faz parte de um inquérito que a PF já vinha trabalhando e diz respeito a gestões do governo anterior, em 2009”.