Polícia prende acusados de gravarem suástica com caco de vidro em morador de rua em São Paulo
A Justiça de Presidente Venceslau (611 km de São Paulo) decretou nessa quarta-feira (28) a prisão temporária de um homem e a apreensão de dois adolescentes sob acusação de tentativa de homicídio contra um morador de rua na madrugada do último dia 19, véspera do feriado da Consciência Negra.
Segundo a polícia, o trio agrediu, queimou e gravou, com caco de vidro, uma suástica, símbolo nazista, nas costas da vítima, que dormia no coreto de uma praça. O morador de rua Sebastião Costa, 42, está internado no Hospital Regional de Presidente Prudente (558 km de São Paulo) desde então, com 20% do corpo queimado. Ele permanece inconsciente e em estado grave.
De acordo com o delegado Emerson Abade, 41, os suspeitos, no dia do crime, se embriagavam e promoviam arruaças na praça. O barulho teria incomodado o morador de rua, que dormia. Ao reclamar, a vítima passou ser agredida.
“Para não serem vistos, eles levaram o mendigo, amparado, do coreto até o banheiro da praça. Lá o agrediram com socos e pontapés. O adulto saltou várias vezes com os dois pés sobre a cabeça dele”, fala o delegado.
A sessão de espancamento, segundo o delegado, durou pelo menos uma hora. Depois os suspeitos colocaram fogo no rapaz. “Com viram que ele não tinha morrido, os três levantaram um tampo de concreto a um metro de altura da cabeça dele e soltaram.”
Choro
O delegado afirmou que nem Tiago Ferreira Lopes, 25, o suspeito maior de idade, nem os adolescentes têm envolvimento com organizações que pregam a intolerância. “A família dos adolescentes ficou chocada. Eles choraram o tempo todo quando foram interrogados e admitiram o crime.”
Já o adulto, segundo o delegado, tem passagem pela polícia por furto e nega o crime. “Ele é mudo, mas, por sinais, negou o envolvimento. Mas temos provas contundentes contra os três.”
O delegado afirmou que Lopes, que ainda não tem advogado, está preso na cadeia de Presidente Venceslau. Ele foi indiciado por corrupção de menores, fornecimento de bebida a menores e por tentativa de homicídio triplamente qualificada.
Já os menores foram transferidos para Adamantina (578 km de São Paulo). Os jovens, de 13 e 16 anos, não têm antecedentes criminais.
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