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Defesa Civil interdita área de desabamento em SP porque ainda há risco de colapso

Camila Neuman

Do UOL, em São Paulo

28/02/2013 21h24Atualizada em 28/02/2013 22h16

O coordenador de Defesa Civil do Estado de São Paulo, Jair Paca de Lima, afirmou que ainda há risco de deslizamentos no local onde ocorreu o desabamento da marquise de um sobrado na tarde desta quinta-feira (28), no centro da capital paulista. A área total tem 7.000 metros quadrados.

Local de desabamento

  • Arte UOL

"Ainda há risco de colapso, porque a estrutura desta obra ficou como uma casca de ovo e parte dela ainda está se soltando na lateral", disse Lima.

De acordo com os bombeiros, há um viga que dificulta os trabalhos de resgate e a profundidade da cratera que se formou deve ser de cerca de 12 metros.

Toda a região onde aconteceu o acidente está interditada, assim como uma faixa da rua Condessa de São Joaquim e duas faixas da avenida Liberdade nas proximidades do ocorrido, ambas ficarão sem trânsito por tempo indeterminado. Os motoristas poderão trafegar por uma faixa da importante via do centro da cidade.

Ao lado do local que desabou, há um restaurante japonês e um estacionamento que também já estão interditados.

O coordenador disse que a Defesa Civil está apurando se a obra estava em situação regular e que um grupo de engenheiros vai analisar o local.

O desabamento matou uma pessoa e, segundo o Corpo de Bombeiros, há suspeita de que outras pessoas possam estar soterradas sob os escombros. No entanto, até às 21h30, não havia confirmação de novas vítimas. O acidente ocorreu por volta das 18h30.

Segundo o tenente-coronel Marcelo Pignatari, a vítima é um homem, de aproximadamente 50 anos, que estava passando pelo local quando a marquise desabou.

No local do acidente havia um estacionamento desativado --onde antigamente funcionava um bar, conforme pode se ver pelo Google Street View-- que estava fechado para reformas. Ao lado, há um restaurante japonês, que foi lacrado pela Defesa Civil por tempo indeterminado. Os funcionários deste estabelecimento, que não quiseram se identificar, ouviram o estrondo, se assustaram e saíram.

Bar, atualmente fechado, que funcionava no local do desabamento

  • Reprodução/Google Street View

Alexandre Hage, 24, que estuda direito no campus Liberdade da FMU, localizada do outro lado da avenida em frente ao sobrado que desabou, presenciou o acidente. O estudante disse que antes da estrutura cair foi possível ouvir dois estalos e observar a queda de alguns tijolos. Segundo ele, a polícia e o Corpo de Bombeiros demoraram cerca de dez minutos para chegar ao local.

Leonardo Gomes, estudante de comunicação, contou que estava na esquina do acidente, escutou um barulho, viu uma poeira e achou que tivesse sido um acidente com caminhão. Ele chegou a ver a vítima, começou a retirar escombros de cima dela, junto com outras pessoas, até que um policial pediu que parassem. "Não sei se é coisa da minha cabeça, mas acho que vi uma mulher [nos escombros]", disse.

A corporação diz que algumas pessoas foram atingidas por pedaços de material projetados no momento da queda e ficaram feridas levemente. Os escombros do desabamento se espalharam pela calçada e pela pista da avenida Liberdade. (Com reportagem de Gabriela Fujita e Gustavo Basso)

Testemunha relata gritos após desabamento