Após estupro de turista, Prefeitura do Rio reprime uso de película em vans
Uma operação da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro para coibir o uso de película escura nos vidros dos veículos de transporte alternativo apreendeu 31 vans nesta segunda-feira (8). Outros dois carros particulares que faziam transporte ilegal de passageiros e um ônibus pirata também foram apreendidos. Segundo a Coordenadoria Especial de Transporte Complementar, a ação teve início na zona portuária da cidade, às 7h, e seguiu para a zona sul.
A medida foi tomada seis dias depois que uma turista norte-americana de 21 anos foi estuprada dentro de uma van. O namorado dela, um francês de 23 anos, foi agredido, e o casal foi assaltado.
Eles seguiam de Copacabana, na zona sul, para a Lapa, no centro. Três acusados pelo crime estão presos, e um menor foi detido. Segundo a polícia, a quadrilha tem cinco integrantes. O quinto homem ainda não foi identificado.
A determinação que proíbe o uso de película escura consta de um decreto publicado no Diário Oficial do Município, na sexta-feira (5), pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Como identificar vans irregulares
Carros em condições precárias, como pneus carecas, peças remendadas, podem significar que esse veículo não foi vistoriado. Vans com portas abertas, excesso de passageiro, também significam irregularidades. É fundamental também que o usuário perceba ou exija que o motorista ou seu auxiliar apresente seu cartão de identificação.
Paes justificou a proibição da película escura no vidro das vans com o argumento de que ela compromete a segurança dos passageiros e dificulta a visibilidade sobre a ocupação dos veículos. Além da apreensão do veículo, os infratores estão sujeitos a multa de R$ 1.251,48.
Menor apreendido
O adolescente de 14 anos suspeito de ter participado do estupro foi apreendido na noite de sábado (7). Ele estava escondido dentro de um abrigo na região da Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro, e já foi encaminhado ao Cense-GCA (Centro de Socioeducação Prof. Gelso de Carvalho Amaral), na Ilha do Governador, na zona norte.
Segundo testemunhas, o suspeito, que seria o cobrador da van onde o crime ocorreu, agrediu o namorado da vítima, um turista francês, 22, e também estuprou a norte-americana.
Na quarta-feira (3), quatro proprietários de vans roubadas estiveram na Deat e reconheceram os três suspeitos presos como autores dos crimes. Três vítimas haviam inicialmente registrado o roubo na 4ª Delegacia de Polícia (Central) e uma na 5ª DP (Lapa).
Duas passageiras da van onde o casal de turistas seguia de Copacabana para a Lapa também estiveram na quarta-feira na Deat. Elas contaram que um dos bandidos as obrigou a desembarcar na subida do viaduto da Perimetral, para que apenas os estrangeiros permanecessem no veículo. A van seguiu para São Gonçalo, na Região Metropolitana, em vez de ir para a Lapa.
Veja o trajeto feito pela van no dia em que a turista foi estuprada
Até agora, três mulheres acusaram o bando de estupro: a turista norte-americana (no dia 30 de março), uma jovem de 18 anos (no Carnaval) e uma moradora de Saquarema, na Região dos Lagos do Estado (em 23 de março), que chegou a registrar o caso na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói.
A lentidão das investigações neste caso levou a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, a exonerar a delegada Marta Dominguez da Deam-Niterói e a perita criminal Martha Pereira da direção do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) de São Gonçalo.
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