Galeria subterrânea do século 19 é descoberta durante obras viárias em Santos (SP)
Uma galeria subterrânea do século 19 foi descoberta por acaso durante obras em uma das principais avenidas de Santos (72 km de São Paulo), a Ana Costa, que liga os bairros Gonzaga (praia) e Vila Mathias (perto do centro). A prefeitura comunicará nesta terça-feira (9) o fato ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), para que o ponto seja considerado de interesse nacional.
A galeria foi localizada há duas semanas por operários que trabalhavam no subsolo perto do Shopping Parque Balneário, entre a praia e a praça Independência, o “coração” do Gonzaga. Calcula-se que tenha idade aproximada de 120 anos e servido para canalizar dois rios, oriundos dos morros e do porto de Santos. A época coincide com o início da expansão do transporte coletivo por bondes até a praia.
Por enquanto, sabe-se que a estrutura tem 18 metros de largura e é formada por arcos e pilares de tijolos parcialmente sustentados por vigas metálicas. Uma equipe formada por um historiador, um engenheiro e um arquiteto identificará o comprimento total da galeria e onde, exatamente, os rios desaguavam.
Nova versão da história
O resultado das prospecções poderá alterar uma versão da história de Santos: a de que os rios desembocariam em outro ponto, próximo ao Canal 3, e teriam sido retificados durante o maior projeto de saneamento básico até então feito em Santos –a abertura de canais para escoamento de água entre a praia e o porto, idealizada pelo engenheiro sanitarista Saturnino de Brito (1864-1929). O trabalho começou em 1905, mas há registros de que, dois anos antes, os rios já estavam aterrados.
Segundo o diretor do Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas, Manoel Gonzalez –arqueólogo chamado pela prefeitura para estudar as características e a utilidade da galeria–, “não houve registros da obra, entre 1890 e 1900, porque talvez fosse considerada uma canalização de rios corriqueira, para o crescimento da cidade”.
“Outros quatro rios, no centro, também foram canalizados. Eu tenho 1,84 metro de altura e posso andar naquelas galerias. A do Gonzaga está assoreada, e as prospecções arqueológicas devem durar até o fim do ano”, disse Gonzalez. Até agora, de acordo com o arqueólogo, escavações superficiais permitiram encontrar frascos de remédio, garrafas de vinho e dois tijolos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.