Mais de mil vans deixaram de circular pela zona sul do Rio, diz sindicato
Ao menos mil vans deixaram de circular devido ao decreto da Prefeitura do Rio de Janeiro que proíbe o transporte alternativo na zona sul da cidade, segundo informou o presidente do Sindvans, Adilson Honório da Silva. Segundo ele, outros 30 carros que tinham permissão para trafegar entre a Gávea e a Rocinha também interromperam os serviços como forma de protesto.
Na última semana, o sindicato havia informado que cerca de 700 vans e kombis circulam nessa região com motoristas e cobradores. Segundo o presidente do sindicato, foi feita uma recontagem dos veículos, incluindo não apenas os veículos que atravessavam a zona sul, mas também aqueles cujas linhas começam ou terminam na região, como a Tijuca-Copacabana.
"O prefeito está louco. Nós tínhamos autorização para trabalhar, ele não pode fazer isso. As vans permitidas na zona sul não levam ninguém a lugar nenhum", afirmou. Na Rocinha passageiros reclamaram da falta do serviço. "Os ônibus passam e não param. Pego vans todos os dias. Vai fazer muita falta", disse a babá Rosemary Peçanha, 42, que ia da comunidade a Gávea, na zona sul. A estudante Jéssica de Almeida estava com medo de se atrasar para a aula. "Os ônibus estão todos cheios", reclamou.
Tanto na autoestrada Lagoa-Barra quanto na praia e no aterro do Flamengo, o trânsito ficou intenso, com diversos pontos de congestionamento, devido aos bloqueios montados pela prefeitura para fiscalizar a circulação.
Ministério Público
O Sindvans Rio pretende recorrer ao Ministério Público para reverter a medida da prefeitura. "Nós vamos procurar o MP. Cem mil pessoas vão ficar sem transporte, isso fere o interesse público", afirmou o diretor jurídico do sindicato, Guilherme Biserra. O Sindvans está convocando toda a categoria para se reunir na terça-feira (16), às 14h, em frente à Câmara de Vereadores, para protestar contra a decisão.
"Vamos ver se temos êxito em fazer o prefeito mudar de ideia. Ninguém falou com o sindicato. Foi uma média autoritária tomada por causa daquele incidente absurdo que não tem relação com o transporte alternativo, mas com a falta de segurança", disse, citando a turista americana estuprada após embarcar em uma van irregular em Copacabana.
250 vans
A fim de pressionar o prefeito a rever o decreto, o presidente do Sindtrans (Sindicato das Cooperativas de Transporte do Rio) prometeu colocar todos os carros que participaram da licitação para circular nas únicas linhas permitidas pela medida nas ruas na terça-feira, a partir das 5h.
Segundo o decreto, só estão permitidas as linhas Parque da Cidade-Fashion Mall e Parque da Cidade-Gávea. "A licitação fala em 33 veículos por turno nessas linhas, que não existiam até semana passada, mas o ordeiro também disse que todos que tivessem participado da licitação podiam trabalhar. Vamos colocar os 250 carros na rua e ver o que acontece", disse o presidente do sindicato, Hélio Ricardo de Souza.
Hélio criticou ainda a postura da prefeitura, que estaria tentando criminalizar os trabalhadores das vans. "A política desse governo é marginalizar o transporte alternativo. Não somos bandidos, somos trabalhadores", afirmou.
Ao lado de outros 300 motoristas e trabalhadores das vans ele caminhou da rocinha a sede da secretaria municipal de transporte para solicitar uma audiência com o secretário Carlos Osório e se disse confiante numa mudança da lei.
"o vereador Jeferson Moura (Psol) propôs um projeto para revogar o decreto que proíbe as vans. Vamos até a Câmara de Vereadores amanhã pressionar para que ele seja votado. Vamos ver ser os vereadores vão contra a população."
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