Topo

Estado de SP consome 55% das novidades tecnológicas da área de segurança

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

15/05/2013 06h00

Alvo de uma onda de violência que se arrasta há pelo menos oito meses, o Estado de São Paulo respondeu sozinho por 55% dos mais de R$ 4 bilhões gastos no Brasil, no ano passado, com equipamentos de segurança privada.

Os números foram divulgados nessa terça-feira (14) na abertura da feira de segurança privada Exposec, a maior do setor, no país, e que acontece até esta quinta (16) no Centro de Convenções Imigrantes, zona sul da capital paulista. Ao todo, são 650 expositores e público estimado de 25 mil visitantes.

De acordo com o coordenador da feira, o empresário José Roberto Sevieri, os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo respondem por 25% do que é consumido, mas o foco do crescimento tem sido o Nordeste, com 10% da demanda. Na divisão de mercado, pouco mais de 90% dos clientes do setor são empresas e instituições; o restante são imóveis residenciais.

“Hoje, equipar uma residência de dois quartos, sala, cozinha e banheiro com sistema detector de alarme sai, em média, a R$ 800 a R$ 1.000", disse Sevieri. "O controle de acesso em um condomínio pode ficar de R$ 10 mil a R$ 12 mil. Mas o que os dois querem, casa e condomínio, é a sensação de segurança e o equipamento para provar que ela existe”.

Feira tem novidades em biometria e câmeras da Copa do Mundo

Entre os lançamentos da feira --que tem expositores de países como Japão, Dinamarca e representantes do Mercosul –estão sistemas de monitoramento em alta definição que serão usados pela primeira vez em jogos da Copa do Mundo, em 2014.

Soluções já usadas no Campeonato Paulista deste ano, por exemplo, mostraram ao visitante como é possível identificar no meio das torcidas, a partir de um programa que acessa o banco de dados da Polícia Militar, torcedores envolvidos em ações ilícitas –mesmo sistema usado para identificar motoristas embriagados parados em blitze da Lei Seca, que utiliza dados de uma base do Detran (Departamento de Trânsito).

A feira traz ainda equipamentos em que o controle de acesso a indústrias e residências é feito todo à base de biometria --seja pela leitura das digitais, por exemplo, ou facial, pela leitura da íris, tanto em interfones quanto em maçanetas.

Sistemas de câmeras que fazem rastreamento de áreas externas para captação móvel, em veículos, e equipamentos que permitem controlar a ronda de um local tempo real também estão entre os itens expostos.

Alarme para não trancar bebê no carro

De Porto Alegre, um grupo de desenvolvedores de software trouxe um sensor que, acoplado na cadeirinha do bebê, é acionado assim que o veículo em que ela estiver for desligado. Em pausas de cinco, dez e 15 minutos, ele faz disparar um alarme que imita o som de um choro, baixa os vidros e liga as setas do automóvel. O foco: pais e mães que eventualmente esqueçam os filhos dentro do veículo –situação que pode ser fatal.

Equipamentos a partir de R$ 80

Os valores para quem optar por equipamentos de segurança privada podem variar razoavelmente: da câmera de tecnologia japonesa a partir de R$ 80 que promete concorrer com as similares chinesas, por exemplo, à locação de uma torre com quatro câmeras de alta resolução cujo aluguel diário pode chegar a R$ 2.000 --ou R$ 250 mil a venda.

O interessado em um sistema de alarme que dispara uma fumaça de glicol no ambiente e inviabiliza ao invasor qualquer visibilidade no local em questão de 30 segundos sai por R$ 4.000 e rende de 50 a 100 aplicações; já o sistema de biometria facial em interfones pode custar a partir de R$ 700 até R$ 2.500.