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Irmão do pastor Marcos Pereira é chamado a depor por publicações em rede social

O pastor Marcos Pereira, 56, presidente da igreja Adud (Assembleia de Deus dos Últimos Dias), foi preso sob a suspeita de estupros, homicídio, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro - Divulgação/Seap
O pastor Marcos Pereira, 56, presidente da igreja Adud (Assembleia de Deus dos Últimos Dias), foi preso sob a suspeita de estupros, homicídio, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro Imagem: Divulgação/Seap

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

20/05/2013 20h20

O irmão do pastor Marcos Pereira, Allan Pereira, foi intimado a depor nesta terça-feira (21) para que explique as imagens de vítimas e testemunhas que acusam o religioso de cometer crime que ele postou em redes sociais.

Segundo a Polícia Civil, também foi instaurado um inquérito contra Allan pelo crime de injúria devido as ofensas que o irmão do pastor escreveu contra o delegado Márcio Mendonça, titular da Delegacia de Combate às Drogas, na rede social.

O pastor Marcos Pereira foi preso no começo do mês, suspeito de abusar sexualmente de seis fiéis da igreja que comanda, a Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Uma das vítimas já foi casada com o pastor e teria sido abusada enquanto ainda era mulher do suspeito.

Em depoimento à polícia, uma das mulheres contou que foi estuprada por Marcos Pereira dos 14 aos 22 anos.

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Segundo Mendonça, as investigações começaram há pouco mais de um ano, a partir de acusações que o coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior, fez sobre o suposto envolvimento de Marcos Pereira com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado algumas fiéis, entre elas três menores de idade.

Ele é investigado ainda pela suposta participação em quatro homicídios, esquemas de lavagem de dinheiro e organização de orgias com menores de idade em um apartamento em Copacabana avaliado em R$ 8 milhões e registrado em nome da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. As pessoas eram chamadas para cultos, mas Pereira as forçava a participar da orgia para "serem purificadas", segundo o delegado. O policial disse ainda que o pastor costumava agir com violência, e que obrigava mulheres a fazer sexo com mulheres e homens a transar com homens.

Um dos assassinatos no qual Marcos Pereira estaria envolvido seria o de uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo. Um sobrinho de Marcos Pereira também estaria envolvido nesta morte. O pastor não possui formação em Teologia, por isso, será encaminhado nesta quarta-feira (22) a uma prisão comum no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste.

Marcos Pereira ganhou notoriedade por ajudar na reabilitação de dependentes químicos e resgatar criminosos ameaçados de morte por traficantes. Em 2004, ele negociou com detentos o fim de uma rebelião em um presídio no Rio de Janeiro.

Ele chegou a trabalhar junto com a ONG AfroReggae, que se dedica a recuperar moradores de favelas que tiveram envolvimento com o tráfico de drogas. A parceria terminou em fevereiro de 2012, quando José Júnior, em entrevista ao jornal "Extra", acusou o pastor de ter ordenado os ataques realizados por traficantes contra policiais do Rio, em 2006 e 2010. Pereira negou as acusações e processou Júnior por calúnia e difamação, mas o processo foi extinto pela Justiça.