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Em visita abreviada a favela no Rio, Biden visita UPP e tira foto com crianças

Joe Biden visitou o largo do Cantão, no morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio - Ivo Gonzalez / Agencia O Globo
Joe Biden visitou o largo do Cantão, no morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio Imagem: Ivo Gonzalez / Agencia O Globo

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

30/05/2013 13h03Atualizada em 30/05/2013 14h34

A visita do vice-presidente dos Estados Unidos à favela Santa Marta, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (30), foi mais curta do que o previsto, segundo policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Biden ficou na comunidade por cerca de 40 minutos e acabou não visitando a estátua do cantor Michael Jackson, que fica na laje, onde o astro do pop gravou um videoclipe em 1996, como estava programado.

Três agentes do Bope chegaram a ser posicionados no local para garantir a segurança do vice-presidente, mas ele não apareceu. Segundo a secretária da associação de moradores local, Cléo Mesquita, ele caminhou pelas ruas da favela, entrou em um posto da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), conversou com moradores e tirou fotos com um grupo de crianças.


O resto do mundo olha para vocês com inveja

Joseph Biden, vice-presidente dos EUA, sobre o Brasil

"Ele é muito simpático. Entrou na mercearia e comprou um biscoito. Foi muito rápido, mas eu consegui tirar uma foto com ele", contou a secretária. A vendedora Lucia Barros, que trabalha no local onde Biden comprou um pacote de biscoitos wafer de chocolate, disse que o vice-presidente é muito educado. "O biscoito custa R$ 2,50, ele me deu R$ 4. Pagou do bolso dele e não quis o troco, deixou para mim", contou. "Tinha muita segurança com ele."

O presidente da Associação de Moradores do Santa Marta, José Mário Hilário, acompanhou Biden durante toda a visita e ajudou a mostrar a comunidade ao americano. "Ele agradeceu a hospitalidade e falou que veio ao Brasil conhecer o projeto de erradicação da pobreza. Quis vir aqui no morro para ver como era uma comunidade pacificada e disse que gostou", contou.

"Os desafios enfrentados por estas comunidades são, de certa maneira, semelhantes aos que vemos nas comunidades pobres dos Estados Unidos e a melhora da qualidade de vida dessas áreas passa pela união de seus moradores", disse Biden.

Greve no bondinho

Funcionários da CNS (Companhia Nacional de Serviços) tiveram que ser deslocados nesta manhã para conduzir os bondes que sobem o Plano Inclinado da comunidade, ocupada por uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) desde 2008. Os ascensoristas da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro) entraram em greve contra a falta de pagamento de horas extras em feriados justamente no dia em que o vice-presidente visitou a favela.

A reportagem tentou contato com a Secretaria Estadual de Obras, mas não teve retorno. Com a paralisação, os moradores têm que subir a pé. Um morador, que preferiu não se identificar, contou que foram avisados pelos ascensoristas na noite de quarta-feira (29) que passariam o feriado sem o transporte.

Limpeza

A comunidade ganhou na quarta-feira (29) uma "limpeza" para receber a visita do vice-presidente. Embora o Consulado Americano não confirme a visita de Biden a essa favela especificamente, moradores já dão como certa a chegada de uma "pessoa muito importante".

Na ladeira de acesso à comunidade pelo bairro de Botafogo, funcionários da Secretaria Municipal de Conservação correm contra o tempo para consertar um buraco que, segundo moradores, estava aberto havia 15 dias.

Divulgação
Tinha muita segurança com ele

Vendedora Lucia Barros, de quem Biden comprou um pacote de biscoitos

Roteiro

Em um discurso repleto de elogios ao Brasil, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse na quarta que "nenhum parceiro é mais significativo que o Brasil" para os EUA na América Latina. A afirmação foi feita durante a fala do vice no Pier Mauá, no Rio de Janeiro. "O resto do mundo olha para vocês com inveja. Nós estamos otimistas com o Brasil, e queremos nos envolver mais com vocês."

À tarde, ele se reuniu com diretores da Petrobras na sede do Centro Tecnológico da companhia. O tema do encontro foi a cooperação energética entre ambos os países. O descobrimento das reservas petrolíferas do pré-sal, que poderão suprir parte da demanda norte-americana, e o desejo brasileiro de ter acesso à tecnologia dos EUA para explorar o gás de xisto são dois dos assuntos que Biden tratará em sua primeira visita ao Brasil como vice-presidente.

Outros assuntos na agenda do vice são as negociações para eliminar a exigência de vistos aos brasileiros que viajam aos Estados Unidos, o aumento do tráfego aéreo e a licitação do governo para adquirir 36 caças-bombardeiros de última geração, que é disputada pela Boeing. Para diplomatas de ambos os países, a visita é uma reconhecimento da importância que os Estados Unidos pretendem conceder ao Brasil.

Na sexta-feira (31), em Brasília, o vice-presidente será recebido por Dilma no Palácio do Planalto e terá uma reunião de trabalho com o vice-presidente Michel Temer no Itamaraty. (Com EFE)

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